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Sistema que monitora território e cria alertas de saúde via celular passa a ser usado por indígenas Yanomami

Ferramenta agrupa alertas sanitários, ambientais e territoriais das comunidades na Terra Indígena Yanomami.

Sistema de monitoramento do território Yanomami tem opções de idioma em yanomami, ye’kwana, sanoma e português. Foto: Evilene Paixão/Hutukara Associação Yanomami

Dez indígenas Yanomami receberam treinamento para o monitoramento do território onde vivem e criação de alertas sobre riscos sanitários e ambientais nas comunidades. O trabalho é feito por meio de um aplicativo de celular, que permite o uso com e sem acesso à internet. A ideia é registrar em tempo real as necessidades dos indígenas que vivem na maior terra indígena do Brasil.

O trabalho inédito foi uma iniciativa da Hutukara Associação Yanomami (HAY), a mais representativa organização do povo Yanomami. Com o monitoramento, os indígenas podem criar alertas sobre garimpos ilegais e até pedido de ajuda na saúde, os dois grandes desafios enfrentados no território.
Inicialmente, foram treinados indígenas que vivem na comunidade Watoriki, região do Demini. A ideia é expandir para outras localidades, como o Baixo Catrimani, Missão Catrimani e Alto Catrimani, onde há presença de garimpeiros.

A ferramenta usada pelo indígenas é o aplicativo ODK Collect. O sistema permite a criação de formulários para coletar os dados. Nele, os indígenas capacitados podem anexar fotos, vídeos, áudios, pontos de localização com coordenadas geográficas e até relatos. Os envios podem ser feitos offline e incluídos no dispositivo quando tiver conexão.

O aplicativo disponibiliza as opções de idioma em yanomami, ye’kwana, sanoma e português. Uma vez que o sistema recebe a denúncia, operadores, também indígenas, qualificam as informações para validar os relatos, que em seguida ficarão expostos em um painel virtual e público para que autoridades, instituições parceiras e a imprensa possam ter ciência de qualquer anormalidade que ameace o território.

O presidente da HAY, o xamã e liderança Yanomami Davi Kopenawa, avalia que a ferramenta é importante para que as pessoas entendam a realidade vivida pelo povo Yanomami, além de facilitar o entendimento das autoridades sobre as necessidades dos indígenas que vivem no território. 

“Eu sempre digo que hoje já é o futuro. Eu acho importante a gente conseguir sonhar e pensar com outros amigos que estão apoiando, trabalhando e lutando juntos. Quem está na cidade escuta, mas não sente o que os Yanomami precisam, por isso é muito bom ter esse sistema de alertas para nosso monitoramento”,

disse Kopenawa.

Indígenas durante treinamento para monitoramento da Terra Yanomami via aplicativo de celular. Foto: Evilene Paixão/Hutukara Associação Yanomami

O treinamento aos indígenas foi feito pelo geógrafo e pesquisador do ISA, Estêvão Senra, e pela advogada do ISA, Daniela Nakano. Segundo eles, a ferramenta utilizada pelos indígenas também integram os grupos de agentes indígenas de saúde e saneamento, comunicadores e pesquisadores.

“A recepção foi bastante positiva. Eles entenderam imediatamente a importância da ferramenta para dar mais peso às demandas das comunidades por políticas públicas mais eficientes”,

disse Senra

Durante a oficina, foi instalada uma central de comunicação no Demini. A ideia é que os Yanomami treinados operem esta base, que deve receber as denúncias de todas as partes da Terra Indígena Yanomami. Todo o projeto é feito pela HAY com apoio do Fundo das Nações Unidas Para Infância (Unicef) e o Instituto Socioambiental (ISA).

“Às vezes um alerta chega incompleto ou com informações que precisam ser verificadas. A central de comunicação tem por objetivo qualificar os alertas que estão nessa situação. Os responsáveis pela Central devem entrar em contato com as comunidades de origem do alerta para fazer essa checagem ou colher mais elementos que podem enriquecê-la. Os responsáveis pela central também ajudam na tradução dos relatos que na maioria dos casos chegam somente nas línguas indígenas”, explica Senra.

Para garantir que todas as regiões tenham pessoas capacitadas para repassar as informações, outras oficinas devem ser realizadas com o apoio de parceiros. A próxima ocorrerá em setembro na região da Missão Catrimani.

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami está em emergência sanitária desde janeiro desde ano. A medida, adotada pelo governo federal, foi para enfrentar a desassistência na saúde e a invasão de garimpeiros, maior fator causador da crise na região.

Projeto ajuda comunidades tradicionais do Pará com capacitação em bioeconomia

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Cerca de 500 integrantes de comunidades indígenas e quilombolas tem se capacitado em atividades de geração sustentável de produtos florestais e em acesso ao mercado.

O projeto ‘Inova Sociobio’, implementado pelo Estado do Pará, tem enfoque na execução de políticas de combate aos efeitos das mudanças climáticas e, assim, objetiva gerar renda ao mesmo passo em que beneficia, principalmente, jovens e mulheres de comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas, por meio da capacitação em empreendedorismo e inovação em atividades de bioeconomia, além de prestar mentoria para bioempresas.

A iniciativa já recebeu investimentos de mais de R$ 1 milhão e, atualmente, capacita cerca de 500 integrantes de comunidades indígenas e quilombolas em atividades de geração sustentável de produtos florestais e em acesso ao mercado.

Foto: Pedro Guerreiro/Agência Pará

“A comunidade executa, não importa o tamanho do recurso, e o projeto empodera a comunidade para refletir a cada passo do coletivo. É desafiador construir algo coletivo e comunitário na Amazônia”, 

diz José Ivanildo Brilhante, extrativista do município de Gurupá e coordenador do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

O projeto foi implementado pelo Estado no primeiro ano de execução de seu Plano de Bioeconomia – modelo de transição econômica baseada em atividades produtivas de baixa emissaõ de carbono – no início de 2022.

Para Ivanildo Brilhante, o Inova Sociobio é a construção coletiva de um sonho de consumo das comunidades tradicionais. “Iniciativas como o Inova Sociobio são um sonho de consumo destes povos. Um sonho de ter um crédito diferenciado e atualizado, o uso do recurso natural da forma que a natureza suporta. O sonho desses atores sociais é melhorar de vida, ganhar visibilidade e que os seus produtos sejam consumidos também por atores conscientes e que suas famílias se sintam felizes por estar ganhando dinheiro, mas mantendo a floresta viva e manejada”, afirma.

*Com informações da Agência Pará

6 curiosidades da fauna e flora da UFAM que você não conhecia

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Confira animais e plantas que podem ser encontrados na maior biodiversidade urbana do Brasil.

Uma equipe de 23 autores/pesquisadores lançou o livro ‘Fauna e Flora do Campus da Universidade Federal do Amazonas: a maior biodiversidade urbana do Brasil’, no dia 15 de março de 2023. Foram seis anos de pesquisa com o objetivo de apresentar à sociedade toda a biodiversidade do campus universitário, considerada a maior em território urbano do país.

O livro, ricamente ilustrado com mais de 300 imagens das principais espécies de animais e plantas presentes no território da Universidade, contém capítulos exclusivos para ressaltar a importância de se preservar e conservar as riquezas ecológicas da área. 

E, como forma de incentivar essa preservação, conheça seis das mais distintas espécies que você não esperaria encontrar em um campus universitário:

Sauim-de-coleira 

Foto: Diogo Lagroteria/ICMBIO

Símbolo da cidade de Manaus, o sauim-de-coleira é um dos animais mais sociáveis da universidade, ao menos com os outros membros de sua espécie. Afinal, o pequeno animal vive em grupos compostos de dois a 13 indivíduos. Segundo o biólogo Felipe Nascimento, egresso da UFAM:

“O sauim é um ótimo dispersor de sementes, pois ao consumir frutos, o ácido presente em seu trato digestório [após defecar] facilita a germinação e o crescimento de plantas”. 

Apesar de sua importância ambiental, infelizmente o sauim-de-coleira está ameaçado de extinção, principalmente por sua área de ocorrência ser muito próxima aos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara  – sendo a região mais urbanizada do Estado, causa direta da possiblidade de extinção.

De acordo com o biólogo, esse fator ressalta ainda mais a importância da conservação ambiental da área do campus da universidade. Segundo o livro que compila as espécies da universidade, ainda existem cerca de 22 grupos nos arredores da UFAM.

Jacaré-Coroa

Foto: Reprodução/Acervo Manaus Selvagem

Pertencente ao grupo dos répteis, o Jacaré Coroa é outro dos animais que se pode encontrar próximo aos igarapés da UFAM, pois, explica o biólogo, diferente de outras espécies que não costumam ocupar igarapés de floresta, esse réptil vive nas cabeceiras (nascentes), no interior das florestas . Justamente por conta deste comportamento, esses jacarés raramente tomam sol. Quanto a origem de seu nome, o pesquisador afirma: “Quando filhote, esta espécie possui uma mancha amarelada bem aparente em sua cabeça, fazendo parecer que ele utiliza uma coroa”.

Apesar de não ocorrer com frequência, o jacaré-coroa pode ser visto em áreas “comuns” do campus. A recomendação de Nascimento, neste caso, é de chamar os seguranças da universidade, que possuem o contato de órgãos ou profissionais competentes pela realocação do animal .

Outra informação interessante a respeito da espécie, segundo o biólogo, é sua interação com os cupins. Segundo ele: “Eles fazem seus ninhos próximo a cupinzeiros para se aproveitar do calor produzido naquele ambiente. Mantendo, assim, a temperatura em um nível que permita o desenvolvimento dos filhotes”.

Esquilo (quatipuru) 

Quatipuru passeia pelo MUSA. Foto: Vanessa Gama/MUSA

O esquilo presente no Amazonas é descrito no livro como um “pequeno roedor arborícola que consome frutos e sementes”. Os animais ágeis e considerados por muito como “fofos”, constroem seus ninhos utilizando cascas de árvore que raspam dos troncos. 

Infelizmente, ainda segundo informações contidas no livro, seus grupos estão desaparecendo dos arredores das construções em decorrência do “ataque constante de gatos”. 

Planta  carnívora aquática (Utricularia foliosa L.)

Foto: Maria Anete Leite Rubim/ Fauna e Flora do Campus da Universidade Federal do Amazonas: a maior biodiversidade urbana do Brasil

Diferente do que é visto na ficção, esta planta carnívora, que pode ser encontrada nos igarapés no interior da universidade, não tem a capacidade de devorar uma pessoa. Na realidade, explica Edinbergh Caldas de Oliveira, professor titular do Instituto de Ciências Biológicas da UFAM e um dos organizadores do livro:  

“Esta planta, apesar de realizar fotossíntese, precisa se alimentar de pequenos organismos aquáticos [muitas vezes microscópicos] para complementar sua dieta”.

O professor ainda pontua uma função ecológica importante dessa espécie: liberar oxigênio na água, por meio da fotossíntese.

Pequeno bagre que se camufla

Rara captura fotográfica do bagre que se camufla durante o dia. Foto: Edinbergh C. de Oliveira/ Fauna e Flora do Campus da Universidade Federal do Amazonas: a maior biodiversidade urbana do Brasil

Imagine observar as águas de um igarapé, focando-se na parte rasa, a procura de espécies de peixe para catalogar, mas observando apenas folhas. Repentinamente, uma dessas folhas se move, após o cair da noite, revelando-se como um pequeno bagre de cerca de 10 centímetros. 

Encontrar essa pequena criatura que habita os igarapés da universidade pode ser uma grande sorte na vida de um pesquisador. De acordo com Edinbergh de Oliveira, é uma espécie rara de ser capturada.

“Principalmente por permanecer inativa durante o dia. A última vez que consegui tirar uma fotografia do bagre foi no ano de 2003, às 22 horas”, 

comenta o professor.

Além disso, o pesquisador revela se preocupar com o fato de o peixe não ter sido observado por tanto tempo, pois, por ser um bioindicador  da “qualidade das águas”, a espécie pode ter sido extinta, localmente, de alguns igarapés do campus da UFAM por conta da ação humana. 

Ainda assim, Edinbergh afirma preferir acreditar que esse peixe continua apenas bem escondido.

Embaúba

Foto: Francisco T. M./”Fauna e Flora do Campus da Universidade Federal do Amazonas: a maior biodiversidade urbana do Brasil”

A Embaúba desempenha diversas funções para o ecossistema da região do campus. “Essa espécie de planta tem inúmeras utilidades para a sucessão ecológica [processo de mudanças graduais em uma comunidade ecossistêmica, no qual as plantas voltam a ocupar o espaço de uma área desmatada, por exemplo], para a alimentação das preguiças do campus e como casa para espécies de formigas”, afirma Edinbergh.

A planta tem ainda propriedades medicinais e é de um importante grupo chamado de pioneiras. Ainda de acordo com o professor, este grupo é um dos primeiros a ocupar áreas anteriormente desmatadas, por conta de sua resistência a ambientes difíceis.

Sobre o livro 

O livro  ‘Fauna e Flora do Campus da Universidade Federal do Amazonas: a maior biodiversidade urbana do Brasil’ já está disponível para download, gratuitamente, no site oficial da universidade ou no link que pode ser acessado aqui.

Delegação amazonense quebra recordes e acumula medalhas nas Paralimpíadas Escolares

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Primeiro dia de competição resultou em 18 medalhas de ouro, 5 de prata, 4 de bronze e dois recordes escolares quebrados.

Foto: Eduardo Cavalcante/Secretaria de Estado de Educação e Desporto

No primeiro dia de competições nas Paralimpíadas Escolares 2023, que acontecem em Brasília, a delegação amazonense estreou com um saldo de 28 medalhas, sendo 18 de ouro, 5 de prata e 4 de bronze. Os estudantes competiram no atletismo, na bocha e na natação. As conquistas também resultaram em quebra de recordes escolares nacionais.

Em 2023, o Amazonas reuniu a sua maior delegação de paratletas da história, com 28 alunos, mais que dobrando os números da última participação nas Paralimpíadas Escolares, quando o número de competidores foi de 13 paratletas.

Os resultados podem ser vistos no aumento expressivo de medalhas. Em 2022, em toda a competição, o Amazonas reuniu 38 medalhas. E neste ano, são 28 conquistadas apenas no primeiro dia das Paralimpíadas Escolares.

A expectativa, de acordo com o coordenador da delegação, o professor da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, Joaquim Filho, é de aumentar e bater o recorde, tendo em vista que muitos alunos da delegação ainda não estrearam na competição, enquanto outros ainda têm provas para disputar.

“Tenho certeza que conseguiremos bater os recordes que tanto almejamos. Isso é fruto de um trabalho conjunto, entre professores, técnicos e pais. Quero agradecer pelo apoio do governador Wilson Lima e da secretária Kuka Chaves nesta caminhada”, ressaltou. 

Recordes Escolares

O dia também foi de quebra de recordes. Os alunos Manassés Cruz, 17, e Wesley Oliveira, 17, foram medalhistas de ouro no atletismo, nas provas de arremesso de dardo e 1500m, respectivamente.

Entretanto, o êxito vai para além das medalhas. Com os resultados, os alunos paratletas conquistaram também as melhores marcas da história das Paralimpíadas Escolares nas duas categorias específicas. Desde 2009, quando ocorreu a 1ª edição da competição, nenhum outro atleta atingiu a mesma marca dos dois alunos amazonenses.

Manassés, aluno da Escola Estadual (EE) Augusto Carneiro dos Santos, unidade especializada em estudantes com deficiência auditiva, surdos e surdos-cegos, é da categoria F-35 nas competições paralímpicas. Já Wesley, discente da EE Senador João Bosco Ramos de Lima, é da categoria T-12.

“Estou muito feliz com minha conquista. Conheci o atletismo com minha professora na escola, tomei gosto e hoje quebrei um recorde nacional”, contou Manassés. 

Transformação 

Antes do recorde escolar conquistado, o aluno Wesley Oliveira já vinha de um retrospecto memorável. O estudante é o atual campeão brasileiro sub-20 de atletismo, na prova de corrida nos 400m. O título, conquistado no Campeonato Brasileiro Paralímpico, disputado em abril deste ano, é mais uma prova de que o esporte transforma vidas.

“O esporte mudou minha vida tanto fisicamente, falando de saúde, quanto mentalmente, fortalecendo minha confiança, em minha vida pessoal. Ele me possibilitou conhecer pessoas iguais a mim. Agradeço por todos os aprendizados”, 

compartilhou.

Encerramento 

A etapa regional Brasília das Paralimpíadas Escolares se encerrou nesta sexta-feira (1º/09), com uma cerimônia no Centro Interescolar de Esportes (Cief). 

Moacir Andrade

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Membro de destaque do prestigiado Clube da Madrugada, em Manaus, Moacir foi um influente pintor e escritor da realidade amazônica. 

Foto: Divulgação

O amazonense Moacir Andrade iniciou na pintura como autodidata. Sua participação de destaque no Clube da Madrugada o fez ser reconhecido como um dos principais artistas a ajudar no processo de renovação da cultura amazonense, em uma época de estagnação econômica no país. Nasceu em 17 de março de 1927 e chegou a morar no interior do Estado com os pais Severino Galdino de Andrade e Jovina Couto de Andrade.

O artista é considerado um dos mais importantes pintores da realidade amazônica, justamente pela complexidade com que retratava a região. Durante sua vida, Moacir foi, também, um entusiasta da democratização artística, organizando exposições e cursos de pintura para jovens, atividades que eram realizadas em espaços públicos, para promover o acesso por todas as parcelas da população. 

Para além da pintura, Andrade deixou também importantes contribuições para a literatura regional, com livros que retratam a Amazônia, poesia, memória e artes plásticas. O artista também lecionou aulas de Educação Artística na antiga Universidade do Amazonas (UA), Escola Técnica Federal, Colégio Estadual e no Colégio Militar.

Ele morreu em 17 de julho de 2016 e um memorial ao artista está disponível no Museu da Cidade de Manaus (MUMA). Nele conta um acervo pessoal do artista plástico, além de objetos pessoais da família.

Barés (etnia)

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Etnia que perdeu seu idioma por influência da colonização, agora luta para manter suas tradições por meio das crenças e ritos. 

Foto: Reprodução/Associação Comercial do Amazonas

Os indígenas Barés habitam principalmente ao longo do Rio Xié e alto curso do Rio Negro, no Amazonas. Sua migração ocorreu de forma compulsória para esta região, principalmente por serem marcados negativamente pelo contato com não-indígenas, sofrendo as máculas da violência exploratória do trabalho extrativista.

Seu dialeto costumava ser relacionado às línguas da família Aruak. Entretanto, por conta do contato com missionários, durante o período de colonização, acabaram por adotar a Língua Geral ou nheengatu (forma simplificada do antigo Tupi).

A maioria da população dessa etnia vive em comunidades, geralmente compostas por casas de pau-a-pique, capelas (protestantes ou católicas), escolinhas e um posto médico, apesar de não ser necessariamente uma organização definitiva, considerando que existem comunidades que constam apenas com as casas de moradias. Sua população se dispersa por cerca de 140 sítios e povoados, onde residem por volta de 3200 pessoas.

É das margens do rio que os Barés desenvolvem boa parte de suas atividades: transporte, lazer, higiene pessoal e preparação de alimentos. O rio não é apenas sua morada, mas um meio de subsistência. Outra meio de subsistência dos Barés é a agricultura, com plantio de mandioca, batata, abacaxi, batata, cana, dentre outros artigos alimentares.

Por terem perdido seu idioma, por influência da colonização, os indígenas da etnia Baré lutam para preservar sua história, por meio da manutenção de suas crenças, lendas e ritos, mantendo vivas tradições como o kariamã, rito em que jovens do sexo masculino passam uma semana de jejum na floresta, aprendendo a criar seus utensílios de caça e a tocar seus instrumentos sagrados, visando serem iniciados a vida adulta. 

Cerca de 30 mil turistas são esperados para temporada de pesca esportiva no Amazonas este ano

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O Amazonas detém oito recordes mundiais na modalidade que promete movimentar R$ 500 milhões até o mês de março de 2024.

Foto: Divulgação/Amazonastur

Com a expectativa de atrair 30 mil turistas para o Amazonas, inicia em setembro a temporada de pesca esportiva no Estado. O Amazonas detém oito recordes mundiais de comprimento de tucunaré-açu e se destaca por ser banhado pela maior bacia hidrográfica do mundo. O esporte movimenta cerca de R$ 500 milhões em receita direta e indireta, segundo dados da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur).


Turistas nacionais e internacionais desembarcam no Amazonas em busca do maior peixe de espécies como Tucunarés, Pirapitinga e os imponentes Bagres, incluindo Piraíba, Jaú e Pirarara. A expectativa é movimentar, durante a temporada que acontece de setembro a março, cerca de R$ 500 milhões de reais direta e indiretamente.

Além dos oito recordes mundiais de comprimento reconhecidos pela International Game Fish Association (IGFA Records), o Amazonas ainda detém o recorde de peso 13,19 quilos na categoria “ataque total” (all-trackle em inglês), em Santa Izabel do Rio Negro (a 630 quilômetros de Manaus).

De acordo com o presidente da Amazonastur, Ian Ribeiro, a pesca esportiva é uma atividade que combina emoção e preservação, engajando pescadores em um desafio que vai além da captura.

“O cerne dessa prática é a devolução cuidadosa dos peixes às águas, garantindo a sustentabilidade do ecossistema amazônico e promovendo o ciclo natural das espécies. Esse compromisso ganha fidelidade particular na região, reforçando a importância da Amazônia como um tesouro natural a ser preservado. Além disso, a atividade movimenta a economia no interior do Amazonas”, 

afirmou o presidente.

Foto: Divulgação/Amazonastur

Em busca da excelência no serviço turístico, a Amazonastur já qualificou, entre maio e julho, 110 condutores de pesca esportiva, em municípios como Careiro, Rio Preto da Eva, Novo Aripuanã e Nhamundá. A parceria com a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) capacita os condutores sobre a história e importância da atividade, legislação da pesca esportiva, biologia do tucunaré, montagem de equipamentos, tipos de isca, técnicas de arremesso, manuseio do peixe capturado, além de orientações sobre a devolução do peixe à água. Além de fornecer orientações sobre o monitoramento do diário de bordo, a arte do atado e o correto posicionamento da embarcação.

Importância social

De acordo com o diretor da Agência de Turismo Ecológico Rio Negro Lodge, Lauro Rocha, a temporada de pesca tem uma valiosa importância social, econômica e cultural.

“Essa temporada de pesca tem uma importância social, econômica e cultural significativa para grande parte da população, especialmente para aqueles que residem nas cidades próximas às áreas de pesca, assim ajudando na economia local. Além disso, ela contribui para a conscientização sobre a preservação das espécies”, afirmou Rocha.

Para garantir que a pesca esportiva seja conduzida de maneira regulamentada e sustentável, Rocha ressalta: “A pesca esportiva tem como foco o pesque e solte, e é conduzida de maneira regulamentada através de decretos e legislação já existentes”.

Vitória do Jari

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Munícipio em que é possível conhecer minas de extração de Caulim e passear em catraias. 

Foto: Reprodução Governo do Amapá

O município de Vitória do Jari está localizado na parte sul do Amapá, podendo ser acessado tanto por via marítima quanto terrestre. Foi criado pela Lei Nº 0171, de 8 de setembro de 1994. A área de Vitória é de 2.428,0 km² e o município faz limite com os municípios de Laranjal do Jari e Mazagão, rio Jari (Pará) e região Ajuruxi; a população é estimada em 14.364 habitantes.

A principal base econômica do munícipio é a agricultura, com plantio de de milho, banana, melancia, abóbora, arroz, mandioca, etc. Outros impulsionadores econômicos são a pecuária, com a criação de gado bovino e bubalino; as atividades produtivas, voltadas para o extrativismo de caulim e castanha-do-Pará. 

A economia do município também gira em torno de uma fábrica de celulose, empresa sediada no vizinho Pará, que mantém em seu quadro centenas de empregados de Vitória. No setor terciário figuram pequenas mercearias, bares, boates e lanchonetes. Entretanto, a maior parte da renda na cidade é oriunda de salários dos funcionários públicos.  

Quanto as atividades turísticas da região é possível fazer passeios de catraias (pequenas embarcações) pelo Rio Cajari e, à noite, ter uma visão deslumbrante da fábrica da Jari, que fica do outro lado do rio. Na parte mais alta, existe um espaço que funciona como observatório. Além disto, são permitidas visitações à mina de extração do caulim (minério composto de silicatos hidratados de alumínio, como a caulinita e a haloisita, e apresenta características especiais que permitem sua utilização na fabricação de papel, cerâmica, tintas, etc.).

*Com informações do Governo do Amapá

Tartarugalzinho

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Lagos, pesca esportiva e observação da fauna regional, são potenciais atrativos de turistas para esse município do Amapá.  

Foto: Reprodução/Governo do Amapá

Tartarugalzinho está localizado a 230 quilômetros da capital, Macapá, com acesso por um trecho todo asfaltado da BR-156. Foi criado pela Lei Nº 7.639, de 17 de dezembro de 1987 e fica na região central do Amapá. Possui população estimada em 15.212 habitantes e uma área de 6.742 km².

Faz divisa com os municípios de Pracuúba, ao norte, Ferreira Gomes (sul), Amapá e Cutias do Araguari (leste) e Mazagão, Pracuúba e Ferreira Gomes a oeste.

No âmbito econômico, Tartarugalzinho tem foco no funcionalismo público e no setor primário, no qual se destaca a criação de gado bovino e bubalino (em maior proporção), além de suínos. A agricultura é de subsistência (mandioca, laranja etc.). É válido destacar, também, a prática de pesca esportiva.

Já em relação aos seus atrativos turísticos, a existência de uma selva preservada, onde os quelônios se reproduzem, além de áreas propicias à realização de passeios ecológicos e pesca esportiva, fazem de Tartarugalzinho um lugar com grande potencial para o turismo ecológico. Isso se fortalece também com os banhos nos lagos próximos ao município. 

* Com informações do Governo do Amapá

Filosofia de desenvolvimento sustentável: por que empresas devem pautar atividades com essa diretriz?

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Conglomerado de empresas, a Amazonas Eco Company (AMEC) atua com projetos socioambientais no Amazonas pautada pela ESG. 

Quando se pesquisa a respeito de desenvolvimento sustentável , uma sigla que tem cada vez mais aparecido é ESGEnvironmental, social and Governance. Mas, afinal, qual é o seu significado? A sigla – que traduzida significa meio ambiente, social e governança – é uma das principais formas que uma empresa tem de monitorar os impactos, positivos ou negativos, que se tem no desempenho financeiro relacionado a estes fatores. 

Em resumo, ESG é uma filosofia que tem por objetivo o crescimento econômico de uma empresa, baseado no investimento de longo prazo em sustentabilidade. Esses princípios devem estar alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Sendo os ODS compromissos mundiais que as empresas devem seguir em prol de um desenvolvimento sustentável.

Talvez o primeiro compromisso mais fácil de se pensar olhando para o ESG é com relação ao meio ambiente. O que as empresas tem feito para não prejudicar – ainda mais – os recursos sustentáveis e o futuro das próximas gerações?

O Portal Amazônia conversou com o CEO do grupo Amazonas Eco Company (AMEC), Michel Ribeiro, que tem pautado as ações da empresa diretamente nos princípios do ESG e tem desenvolvido projetos relacionados a economia sustentável, dando destaque ao fator meio ambiente. 

A AMEC é um grupo composto por 8 empresas que trabalham, principalmente, com a gestão de resíduos oferecendo serviços como coleta de lixo, reciclagem e geração de energia através do biogás.  Daí seu compromisso em executar as práticas dos ODS direcionadas ao meio ambiente. 

Além disso, o conglomerado empresarial realiza parcerias com outras empresas,  promovendo ações pontuais, ou em alguns casos continuas, relacionadas com as ESG e englobando as demais diretrize (social e governança).

Foto: Reprodução/ Grupo AMEC

Um dos principais projetos ambientais do conglomerado é o ‘Aterro Zero’. O projeto, segundo Ribeiro, tem como foco a “não geração de resíduos”, evitando o descarte dos sólidos para aterros sanitários, caso seja possível realizar o processo de reciclagem.  

O CEO ainda informa que, graças a uma usina pertencente a empresa, agora é possível transformar esses rejeitos em energia limpa, por meio da produção de carvão mineral. Com este projeto, a AMEC segue a ODS 7 – energia acessível e limpa, contribuindo, inclusive, com a produção energética.

Outro dos projetos desenvolvidos pela AMEC com foco ambiental é o ‘Igarapé limpo é coisa da gente’ que, além de promover sustentabilidade  por meio da  sua atuação na limpeza ao redor do Igarapé do Mindu em Manaus (AM), trabalha também o fator social, gerando renda aos catadores que são empregados para a realização da retirada do lixo dos igarapés. 

Para ele, fazer entender que as práticas demandadas pelo ESG não andam isoladas é primordial.

“O fator ambiental e o fator social das ESG andam em conjunto”,

frisa Ribeiro.

Através desta atividade, o grupo empresarial entra em conformidade com as ODS 6 – água limpa e saneamento, e ODS 8 – emprego digno e crescimento econômico. “Além do mais, essa ação sustentável contribui com a proteção de um dos últimos igarapés que cortam a cidade de Manaus”, informa.

O ‘Recicla Interior’ é outro dos projetos destacados pelo CEO da empresa,  por propiciar a possibilidade de um descarte consciente dos resíduos que também acabariam nos leitos dos igarapés e rios.

“Ele [o projeto], além de fazer a parte ambiental, evitando que o material vá para os igarapés, tem também uma pegada social, pois quando vamos reciclar no interior, a gente busca mão de obra dos catadores, valorizando o trabalho local e gerando emprego e renda”,

reforça o gestor.

Este projeto, por sua vez, atende as ODS 4 – educação de qualidade, por promover a conscientização ambiental nos interiores, ODS 6 – água limpa e saneamento, e ODS 8 – emprego digno e crescimento econômico. 

De acordo com Michel, “ESG não é algo de outro mundo”, porque, de alguma forma, as empresas já praticam o que é proposto nesta filosofia. “Mas agora temos o direcionamento e entendemos melhor como podemos contribuir”, finaliza.

ESG e ODS  

ESG é uma sigla em inglês (environmental, social and governance) que une práticas ambientais, sociais e de governança em uma organização. O termo surgiu desde 2004, timidamente, mas ganhou cada vez mais atenção por estar relacionado com as práticas socioambientais e credibilidade empresarial.

De acordo com o Pacto Global, “uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles”.

Aquecimento global, poluição, energias renováveis, responsabilidade social, direitos humanos, equidade de gênero, luta contra a fome, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, são apenas alguns aspectos ligados às práticas ESG e também às ODS.

A Agenda 2030 é o principal guia para empresas ou organizações se adequarem às práticas ESG. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), definem quais desafios sociais, ambientais e de governança o planeta enfrenta, que devem ser colocados como prioridades na agenda para orientar o futuro da humanidade até o ano de 2030. Conheça os ODS: 

Glocal Experience Amazônia 

A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 no Rio de Janeiro. Em Manaus (AM), acontece pela primeira vez entre os dias 26 e 28 de agosto, com realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM).

O evento ocupa o Centro Histórico da cidade com uma vasta programação com classificação livre e que passeia pelo universo das artes, temas socioambientais e discute uma Amazônia com proporções globais e que olha para o território propondo soluções locais, pautadas em ESG e ODS.

Para a diretora executiva na FRAM, Marcya Lira, o evento é uma das formas de transformar a capital amazonense em um das cidades que pauta a sociedade civil e a esfera governamental tanto nos 17 ODS quanto no ESG de modo geral.

“A Fundação tomou conhecimento sobre o evento que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado, onde nós estivemos presentes inclusive com a participação do presidente do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior. Através dessa participação nós pudemos ver a grandeza desse evento e foi quando decidimos nos aproximar da Dream Factory e fazer uma parceria. Hoje estamos com esse evento na cidade de Manaus com vistas a trazer cada vez mais essa discussão a cerca do desenvolvimento sustentável e ancorar essas ações também para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém, no Pará”, explica.

Ainda segundo Marcya, incluir a população amazônida no protagonismo desses eventos se torna uma missão em direção aos propósitos da instituição, mas principalmente do desenvolvimento da região.

“A Glocal fomenta, cada vez mais, a importância da Amazônia, e faz com que o mundo possa enxergar a Amazônia com os olhos de quem vive na região, que fala com a propriedade com que lhe é devida”, afirma.

A Glocal Experience Amazônia tem o apoio do Governo do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria do Meio Ambiente, Navegam e Parque Mosaico; idealização e operação Dream Factory; e realização Fundação Rede Amazônica.

*Por Diego Fernandes, estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar