Conglomerado de empresas, a Amazonas Eco Company (AMEC) atua com projetos socioambientais no Amazonas pautada pela ESG.
Quando se pesquisa a respeito de desenvolvimento sustentável , uma sigla que tem cada vez mais aparecido é ESG: Environmental, social and Governance. Mas, afinal, qual é o seu significado? A sigla – que traduzida significa meio ambiente, social e governança – é uma das principais formas que uma empresa tem de monitorar os impactos, positivos ou negativos, que se tem no desempenho financeiro relacionado a estes fatores.
Em resumo, ESG é uma filosofia que tem por objetivo o crescimento econômico de uma empresa, baseado no investimento de longo prazo em sustentabilidade. Esses princípios devem estar alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Sendo os ODS compromissos mundiais que as empresas devem seguir em prol de um desenvolvimento sustentável.
Talvez o primeiro compromisso mais fácil de se pensar olhando para o ESG é com relação ao meio ambiente. O que as empresas tem feito para não prejudicar – ainda mais – os recursos sustentáveis e o futuro das próximas gerações?
O Portal Amazônia conversou com o CEO do grupo Amazonas Eco Company (AMEC), Michel Ribeiro, que tem pautado as ações da empresa diretamente nos princípios do ESG e tem desenvolvido projetos relacionados a economia sustentável, dando destaque ao fator meio ambiente.
A AMEC é um grupo composto por 8 empresas que trabalham, principalmente, com a gestão de resíduos oferecendo serviços como coleta de lixo, reciclagem e geração de energia através do biogás. Daí seu compromisso em executar as práticas dos ODS direcionadas ao meio ambiente.
Além disso, o conglomerado empresarial realiza parcerias com outras empresas, promovendo ações pontuais, ou em alguns casos continuas, relacionadas com as ESG e englobando as demais diretrize (social e governança).
Foto: Reprodução/ Grupo AMEC
Um dos principais projetos ambientais do conglomerado é o ‘Aterro Zero’. O projeto, segundo Ribeiro, tem como foco a “não geração de resíduos”, evitando o descarte dos sólidos para aterros sanitários, caso seja possível realizar o processo de reciclagem.
O CEO ainda informa que, graças a uma usina pertencente a empresa, agora é possível transformar esses rejeitos em energia limpa, por meio da produção de carvão mineral. Com este projeto, a AMEC segue a ODS 7 – energia acessível e limpa, contribuindo, inclusive, com a produção energética.
Outro dos projetos desenvolvidos pela AMEC com foco ambiental é o ‘Igarapé limpo é coisa da gente’ que, além de promover sustentabilidade por meio da sua atuação na limpeza ao redor do Igarapé do Mindu em Manaus (AM), trabalha também o fator social, gerando renda aos catadores que são empregados para a realização da retirada do lixo dos igarapés.
Para ele, fazer entender que as práticas demandadas pelo ESG não andam isoladas é primordial.
“O fator ambiental e o fator social das ESG andam em conjunto”,
frisa Ribeiro.
Através desta atividade, o grupo empresarial entra em conformidade com as ODS 6 – água limpa e saneamento, e ODS 8 – emprego digno e crescimento econômico. “Além do mais, essa ação sustentável contribui com a proteção de um dos últimos igarapés que cortam a cidade de Manaus”, informa.
O ‘Recicla Interior’ é outro dos projetos destacados pelo CEO da empresa, por propiciar a possibilidade de um descarte consciente dos resíduos que também acabariam nos leitos dos igarapés e rios.
“Ele [o projeto], além de fazer a parte ambiental, evitando que o material vá para os igarapés, tem também uma pegada social, pois quando vamos reciclar no interior, a gente busca mão de obra dos catadores, valorizando o trabalho local e gerando emprego e renda”,
reforça o gestor.
Este projeto, por sua vez, atende as ODS 4 – educação de qualidade, por promover a conscientização ambiental nos interiores, ODS 6 – água limpa e saneamento, e ODS 8 – emprego digno e crescimento econômico.
De acordo com Michel, “ESG não é algo de outro mundo”, porque, de alguma forma, as empresas já praticam o que é proposto nesta filosofia. “Mas agora temos o direcionamento e entendemos melhor como podemos contribuir”, finaliza.
ESG e ODS
ESG é uma sigla em inglês (environmental, social and governance) que une práticas ambientais, sociais e de governança em uma organização. O termo surgiu desde 2004, timidamente, mas ganhou cada vez mais atenção por estar relacionado com as práticas socioambientais e credibilidade empresarial.
De acordo com o Pacto Global, “uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles”.
Aquecimento global, poluição, energias renováveis, responsabilidade social, direitos humanos, equidade de gênero, luta contra a fome, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, são apenas alguns aspectos ligados às práticas ESG e também às ODS.
A Agenda 2030 é o principal guia para empresas ou organizações se adequarem às práticas ESG. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), definem quais desafios sociais, ambientais e de governança o planeta enfrenta, que devem ser colocados como prioridades na agenda para orientar o futuro da humanidade até o ano de 2030. Conheça os ODS:
Glocal Experience Amazônia
A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 no Rio de Janeiro. Em Manaus (AM), acontece pela primeira vez entre os dias 26 e 28 de agosto, com realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM).
O evento ocupa o Centro Histórico da cidade com uma vasta programação com classificação livre e que passeia pelo universo das artes, temas socioambientais e discute uma Amazônia com proporções globais e que olha para o território propondo soluções locais, pautadas em ESG e ODS.
Para a diretora executiva na FRAM, Marcya Lira, o evento é uma das formas de transformar a capital amazonense em um das cidades que pauta a sociedade civil e a esfera governamental tanto nos 17 ODS quanto no ESG de modo geral.
“A Fundação tomou conhecimento sobre o evento que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado, onde nós estivemos presentes inclusive com a participação do presidente do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior. Através dessa participação nós pudemos ver a grandeza desse evento e foi quando decidimos nos aproximar da Dream Factory e fazer uma parceria. Hoje estamos com esse evento na cidade de Manaus com vistas a trazer cada vez mais essa discussão a cerca do desenvolvimento sustentável e ancorar essas ações também para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém, no Pará”, explica.
Ainda segundo Marcya, incluir a população amazônida no protagonismo desses eventos se torna uma missão em direção aos propósitos da instituição, mas principalmente do desenvolvimento da região.
“A Glocal fomenta, cada vez mais, a importância da Amazônia, e faz com que o mundo possa enxergar a Amazônia com os olhos de quem vive na região, que fala com a propriedade com que lhe é devida”, afirma.
A Glocal Experience Amazônia tem o apoio do Governo do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria do Meio Ambiente, Navegam e Parque Mosaico; idealização e operação Dream Factory; e realização Fundação Rede Amazônica.
*Por Diego Fernandes, estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar