Após uma intensa campanha para a digitalização das televisões, a percentual mínimo de 90% para que houvesse o desligamento do analógico foi atingido, e então essas capitais e cidades adjacentes desligarão os canais analógicos e passarão as frequências para as companhias de telefonia que usarão para a transmissão de dados.
Segundo Celso Ribas, gerente regional da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o desligamento do sinal analógico ocorre em função de uma melhor experiência em assistir televisão.
“Estamos desligando o sinal analógico de televisão em 7 capitais e cidades vizinhas, ou seja, isso representa que todos esses municípios atingiram pelo menos 90% de aparelhos digitalizados. Pessoas que terão melhor qualidade de imagem, som, além da multiprogramação e interatividade”, disse.
Com o desligamento do sinal analógico, a faixa de frequência em que operavam os canais será repassada às operadoras de telefonia que compraram, em leilão, o espectro (faixa 700 MHz) e passarão a ter maior alcance de sinal e melhor velocidade na transmissão de dados.
Marcelo Campos, diretor da Claro Região Norte, ressaltou que as melhorias da rede de telefonia já estão sendo feitas, para potencializar a velocidade das redes de dados.
“Já estamos com nossa estrutura quase toda pronta, apenas esperando a liberação total da frequência para melhorarmos a nossa velocidade de navegação em redes de dados, que poderá ser 10 vezes mais rápida do que oferecemos hoje no 4G, além de ampliarmos o alcance de nosso sinal, tanto para mais longe, quanto para melhor penetração em locais onde há muito concreto, por exemplo”, disse.
Segundo Eduardo Souza, gerente de engenharia do Grupo Rede Amazônica, o desligamento do sinal analógico representa também uma economia nos custos.
“Manter um canal analógico é muito caro, os custos com energia elétrica, manutenção e operação são bem elevados, e o canal digital, além de uma redução maior nos custos, tem os benefícios, como a ótima qualidade de imagem, um som envolvente, além das possibilidades de acessibilidade da programação, como a audiodescrição, que permite ao deficiente visual assistir a TV com a narrativa das cenas”, disse.
O AmazonSat também desligará o canal analógico em Manaus, Careiro da Várzea e Iranduba, mas é pioneiro na transmissão digital como relata a gerente geral da Amazônia Cabo, Mariane Cavalcante.
“Fomos o primeiro canal de Manaus a implantar a tecnologia digital, a mais de 7 anos, e estamos até hoje, transmitindo os dois sinais, tanto o analógico, quanto o digital. Não vamos sentir muito o desligamento do sinal analógico em Manaus, mas já temos um planejamento para irmos substituindo os transmissores nas cidades onde operamos com o canal analógico. Até agosto pretendemos entrar com sinal digital em Macapá, Boa Vista e Rio Branco, somando ao de Porto Velho e Manaus que já operamos em canais digitais”, disse.
Na Amazônia, todas as capitais e as cidades vizinhas que recebem a mesma cobertura de sinal, terão os canais analógicos desativados ainda em 2018. São Luiz (MA) foi a primeira, em 28 de março. Nesta quarta-feira (30) acontece em Belém e Manaus. Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Palmas (TO), Rio Branco (AC), e Porto Velho (RO) desligarão seus sinais em 28 de novembro.
Cidades que desligarão o sinal analógico nesta quarta-feira (30):
Amazonas: Manaus, Iranduba e Careiro da Várzea;
Pará: Belém, Ananindeua, Barcarena, Benevides, Bujaru, Cachoeira do Arari, Colares, Marituba, Ponta de Pedras, Santa Bárbara do Pará, Santa Isabel do Pará e Santo Antônio do Tauá.