Em grande parte dos estados da região norte, o meio de transporte mais comum tem sido o fluvial. Isso acontece há séculos e ocorre em sua maioria devido à falta de ligação terrestre entre municípios distantes dos grandes centros urbanos, onde até mesmo o transporte aéreo é escasso e quando há esta possibilidade, não é economicamente viável.
Viagens realizadas pelas chamadas estradas fluviais (rios amazônicos) podem durar vários dias até a chegada no destino. Além do transporte de pessoas, os barcos também realizam o transporte de cargas pela região (Alimentos, encomendas, dentre outros produtos).
Não é raro ocorrerem panes nos barcos e até mesmo acidentes são comuns. Porém, algumas histórias marcam a população e guardam marcas até hoje em moradores. É o caso do naufrágio de Sobral Santos II, que ocorreu na madrugada do dia 19 de setembro de 1981. O Portal Amazônia relembra esta tragédia, considerada um dos maiores naufrágios da história do Rio Amazonas.
Cerca de 340 passageiros perderam suas vidas nesse trágico acidente. O barco Sobral Santos II saiu por volta das 18 horas do dia 18 de setembro daquele ano de Santarém/PA rumo a Manaus/AM. Esse trajeto era realizado semanalmente e durante o percurso, várias paradas eram feitas em alguns municípios, dentre eles Óbidos/PA, onde o naufrágio ocorreu.
O navio saiu com sobrecarga de Santarém, com cerca de 530 passageiro e 200 toneladas de carga. No registro de tripulação, constavam apenas 430 nomes porém testemunhas afirmam que outros 100 tripulantes embarcaram de dois outros barcos que estavam em pane, o “Miranda dias” e o “Emerson”. Ainda segundo relatos o capitão estaria ciente da sobrecarga mas interessado na quantia que ganharia pela mercadoria levada.
O naufrágio
Nove horas depois de iniciar a viagem, aproximadamente às 3 da manhã, o barco chegou ao município de Óbidos. No desembarque, uma das cordas que prendiam o barco arrebentou e ele começou a inclinar. Os tripulantes, que estavam dormindo, começaram a entrar em pânico e, desesperados, correram em direção à saída, desestabilizando o peso do barco.
Com isso, a carga presa na extremidade oposta se desprendeu e rolou em direção aos passageiros. Muitos pularam em direção ao rio, tentando se salvar e salvar seus filhos porém apenas aproximadamente 178 pessoas conseguiram se salvar.
Moradores da região formaram equipes de resgate para procurar corpos e há relatos de que piranhas, piranhas e outros peixes carnívoros desfiguraram alguns corpos. Outros morreram afogados e os que sobreviveram, guardam marcas até hoje. Além disso, surgiram lendas (não se sabe ao certo a veracidade do fato) de que mergulhadores furavam os corpos para que os mesmos não boiassem no rio.
Marcas do passado
Há 40 anos da tragédia, moradores de Óbidos e outras localidades ainda relembram desta fatalidade com pesar e até hoje, não foram julgados culpados pelo ocorrido.