Humanos convivendo com onças-pintadas: histórias de interação com um dos gigantes da Amazônia

Relembre algumas histórias — baseadas em notícias e relatos — de pessoas que convivem ou conviveram com onças-pintadas no Amazonas.

Uma família cuidou de um filhote de onça no Amazonas, chamando-o de ‘Golias’. Foto: Reprodução

Onças-pintadas são animais emblemáticos da fauna brasileira, detentores de beleza impressionante e força inquestionável. Elas ocupam biomas diversos, como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica, onde interagem — direta ou indiretamente — com comunidades humanas e com as transformações ambientais.

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Na várzea amazônica, humanos e esses felinos dividem um espaço que muda com o movimento das águas. No Pantanal, o ecoturismo aproxima pessoas desses animais. No sul, o diálogo entre produtores e projetos busca minimizar conflitos.

Assim, a busca por convívio entre seres humanos e onças-pintadas mobiliza esforços científicos e comunitários em diferentes regiões do país.

Relembre algumas histórias — baseadas em notícias e relatos — de pessoas que convivem ou conviveram com onças-pintadas no Amazonas. Cada narrativa mostra desafios e adaptações na relação entre humanos e esses grandes felinos:

Iauaretê e a convivência com onças-pintadas na RDS Mamirauá

Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas, o Projeto Iauaretê estuda as onças-pintadas há mais de uma década, acompanhando-as em ambientes de várzea inundada e em períodos secos. O relato é apresentado em estudos que são divulgados publicamente.

Um relato marcante envolve o pesquisador Emiliano Ramalho, que participou de operações de captura e marcação de onças junto a outros pesquisadores. Ele descreveu momentos de convivência intensa com a floresta, quando via felinos se moverem entre galhos e troncos durante as cheias.

Leia também: Contatos imediatos com uma onça-pintada

Em Mamirauá, as onças-pintadas demonstraram comportamento adaptativo: durante a cheia, muitas permanecem nas copas das árvores e movimentam-se entre galhos elevados para evitar as águas.

Esse padrão de uso do habitat influencia a forma como pesquisadores e moradores observam e interagem com os felinos. A existência de expedições turísticas de observação de onças-pintadas nas copas das árvores, com turistas e cientistas, é uma resposta que combina a presença humana e a pesquisa no mesmo espaço.

Onça-pintada criada como pet

Um filhote de onça-pintada, mantido como “pet” por uma família, foi resgatado no dia 4 de fevereito desta ano em Santo Antônio do Içá, no interior do Amazonas, após uma denúncia anônima à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semat) do município. O animal foi batizado de ‘Golias’ pela família. Após o resgate, ele foi encaminhado à sede da Defesa Civil, onde recebeu atendimento veterinário. Não se sabe como o filhote foi capturado.

Com apenas 8 meses de vida, o filhote foi identificado pelas autoridades e aguardou autorização dos órgãos ambientais para ser liberado e retornar ao seu habitat natural. Porém, no dia seguinte, Golias voltou para a casa onde era criado em cativeiro. Ele aguardou alguns dias para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) providenciasse sua remoção do município.

Foto: divulgação/ Prefeitura de Santo Antônio do Içá

Leia também: Veterinária explica se as onças que vivem no CIGS podem voltar para a floresta

Segundo o Ibama, um veterinário do município avaliou o filhote e constatou que ele estava saudável e com comportamento dócil. No entanto, como não havia estrutura adequada na cidade para abrigá-lo, a onça precisou ser devolvida à família enquanto o Ibama buscava uma solução para sua remoção.

Quase dois meses depois do resgate ele foi transferido para o Instituto NEX No Extinction, um santuário de felinos localizado em Corumbá de Goiás (GO), para receber tratamento especializado e ter a chance de ser futuramente devolvido à natureza. 

Resgate de Tatá

Em 2022, o Portal Amazônia contou a história de Tatá, que viralizou nas redes sociais. A saga dela ocorreu há quase 30 anos, mas se tornou símbolo da família da social media Annie Carolline.

Tudo começou em meados de 1993, logo após o casamento dos pais de Annie. O pai dela, João Carlos Pinto de Castro, na época terceiro-sargento do Exército foi transferido para o município de Tefé. Em uma ronda pela Floresta Amazônica, ele e outros colegas encontraram uma onça filhote mamando na mãe morta, possivelmente assassinada por caçadores. 

Foto: Annie Chaves/Acervo pessoal

Em 1994 a mãe de Annie foi para Tefé e, segundo os relatos dela, João era super apegado à onça, que foi “batizada” como Tatá. “Não podia sentir o cheiro dele que enlouquecia querendo ir até onde ele ‘tava’”, conta.

Na entrevista ao Portal Amazônia, Annie contou que depois de ter sido encontrada, Tatá foi levada para o quartel da 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé. Em 1995, os pais de Annie voltaram para Alegrete, no Rio Grande do Sul, cidade natal dos dois e onde, pouco tempo depois, Annie nasceu.

A última informação da onça, depois desse período, que Annie encontrou, foi dada pelo Sargento Borges, que serviu com João Carlos Castro na época. Segundo Borges, Tatá foi levada para o Exército em Tabatinga, no Amazonas, e lá permaneceu até falecer. Leia a história completa AQUI.

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