Apesar de não ser muito conhecida pela população em geral, a fruta possui um látex comestível e é uma importante fonte de alimento para nativos e ribeirinhos.
Muito comum no cotidiano dos amazônidas, as frutas da região podem gerar muitos benefícios para a saúde por possuírem propriedades medicinais e fitoterápicas, além da utilização em outros setores. Uma dessas frutas é a sorva (Couma utilis).
Apesar de não ser muito conhecida pela população em geral, é uma das poucas da família Apocynaceae e possui um látex comestível, sendo uma importante fonte de alimento para nativos e comunidades interioranas que cercam a região metropolitana de Manaus.
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O Portal Amazônia buscou conhecer mais as particularidades e características da sorva e da sorveira, planta que gera o fruto. Confira:
Características
Podendo medir de cinco à 20 metros de altura, a árvore onde nasce a sorva é uma planta selvagem que ocorre naturalmente nas florestas no Amazonas – no alto Rio Negro, Rio Solimões, Coari, Borba e em Manaus quando cultivadas em sítios e quintais -, no Pará – no Alto Tapajós -, e já foi encontrada no Amapá e Rondônia, além de países como as Guianas, Colômbia e Peru.
Também chamado de sorva-grande, sorva da mata e cumã-açu, a sorva é uma fruta comestível de forma arredondada, coloração vermelha, casca fina, suco viscoso e leitoso. Esse aspecto leitoso que é considerado um látex.
Uso do látex
O látex da sorva pode funcionar como um substituto para o leite de vaca e pode ser utilizado junto ao café e outras substâncias. Contudo, nem todos gostam de consumir a casca (que contém o látex), pois a sensação ao mastigar é parecida a de um chiclete, como a jabuticaba.
Além disso, o látex da planta contém compostos bioativos que alguns ribeirinhos utilizam para tratar verminoses e desinfetar algumas feridas leves. Segundo crenças populares, a substância também pode ser misturada à banana, para combater a diarreia.
A sorva era, historicamente, um alimento muito ingerido por seringueiros que saíam para trabalhar na floresta sem levar nenhum alimento e fazia parte da nutrição diária desses trabalhadores.
Propriedades fitoterápicas
A sorva consumida in natura possui propriedades que, para nativos e ribeirinhos, são medicinais, com efeito adstringente, anti-helmíntica, energética, além de ser uma fruta rica em vitamina C.
A fruta também pode ser utilizada na preparação de sucos, tortas, sorvetes, geleias e vinagres. O consumo regula e fortalece o sistema imunológico, prevenindo o envelhecimento precoce.
Outras funcionalidades
O látex da fruta é aplicado para calafetar canoas e embarcações, ou seja, impedir a passagem de líquidos ou de ar pela vedação e também para a caiação de palafitas e canoas.
A sorveira pode ser usada também para a recuperação de áreas degradadas ou na arborização de parques e praças. Sua madeira é usada para fabricação de pontas de moinhos, fusos, rolos e cabos de ferramentas.