História que viralizou nas redes sociais ocorreu há quase 30 anos, mas permanece viva na família da social media Annie Carolline.
Muitas histórias quando contadas na infância marcam ao longo da vida. Isso faz parte da memória afetiva, construída através de elementos sensoriais e emocionais e pode ser despertada por meio de sons, cheiros e até fotografias.
Por exemplo, fotos de uma onça-pintada amazônica, resgatada e apelidada de nome Tatá, são o elo que marcou a relação entre pai e filha. Essa narrativa que mais parece com um roteiro de filme, é a história da família da social media Annie Carolline Castro, de 26 anos.
A história começa em meados de 1993, logo após o casamento dos pais de Annie. O pai dela, João Carlos Pinto de Castro, na época terceiro-sargento do Exército foi transferido para o município de Tefé, distante cerca de 521 km de Manaus, no Amazonas.
Em uma ronda pela Floresta Amazônica, ele e outros colegas encontraram uma onça filhote mamando na mãe morta, possivelmente assassinada por caçadores.
“A onça assassinada tinha outros filhotes, que também tinham morrido. ela foi a única que sobreviveu. Meu pai e os colegas resgataram ela, levaram pro quartel e meu pai cuidou dela enquanto ela crescia”, relata Annie em uma publicação que viralizou nas redes sociais no início de dezembro e passou de 70 mil curtidas em pouco tempo.
Nostalgia
Em 1994 a mãe de Annie foi para Tefé e segundo relatos dela, João era super apegado à onça, que foi “batizada” como Tatá. “Não podia sentir o cheiro dele que enlouquecia querendo ir até onde ele ‘tava'”, conta.
Em entrevista ao Portal Amazônia, Annie narra que depois de ter sido encontrada, Tatá foi levada para o quartel da 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé. Em 1995, os pais de Annie voltaram para Alegrete, no Rio Grande do Sul, cidade natal dos dois e onde, pouco tempo depois, Annie nasceu.
Apesar de ter ocorrido há quase 30 anos, essa é uma das histórias que envolvem o pai considerada das mais especiais para Annie, uma vez que ele faleceu em 2003. Apesar de nunca ter visitado o Amazonas, Annie contou ao Portal que tem o desejo de conhecer o Estado algum dia, devido à importância afetiva que tem na história de sua família.
Mas e a onça?
O Portal Amazônia entrou em contato com as assessorias do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) e o Comando Militar da Amazônia (CMA) que não souberam informar o paradeiro da onça Tatá depois de 1995, com cerca de 2 anos de idade.
A última informação da onça que Annie encontrou foi dada pelo Sargento Borges, que serviu com João Carlos Castro na época. Segundo Borges, Tatá foi levada para o Exército em Tabatinga, no Amazonas, e lá permaneceu até falecer.
Vale lembrar que onça-pintada, também conhecida como onça-preta, considerada o terceiro maior felino do mundo e o maior do continente americano, vive em média de 12 a 15 anos. Em cativeiro, cerca de 20 anos.