Mulher produz polvos de crochê e doa para bebês em maternidade no Amapá

Foto: Emília Magalhães/Arquivo pessoal

Uma ideia surgida na Dinamarca, e que se espalha pelo Brasil, inspirou a funcionária pública amapaense Emília Magalhães, de 56 anos, a confeccionar 15 bonecos de polvo de crochê e doar para recém-nascidos prematuros que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Maternidade Mãe Luzia, em Macapá. A ideia, segundo ela, é ajudar na qualidade de vida dos pequenos. A doação ocorreu na terça-feira (25).

Segundo Emília, os bonecos são feitos em fios 100% algodão, fibra antialérgica e com oito tentáculos de 22 centímetros de comprimento. Maiores que as próprias crianças, os polvos envolvem os bebês, evitando acidentes e choques nas paredes da incubadora.

Especialistas dizem que os tentáculos do polvo feito em crochê são semelhantes ao cordão umbilical, em formato de espiral. O brinquedo é colocado dentro da incubadora para que a criança interaja naturalmente com os tentáculos, o que, segundo psicólogos, dá mais segurança ao bebê.

Emília, que confecciona objetos em crochê há mais de 20 anos, conta que a ideia surgiu por meio de um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp, que reúne artesãs de todo o Brasil. Uma das administradoras do grupo sugeriu que a ideia fosse implantada nas cidades das participantes.

Foto: Emarine Amanajás/Arquivo pessoal

“Sou a única participante do Amapá, e vi que a iniciativa era muito bonita e quis fazer também. Pesquisei quantos leitos existem na UTI da maternidade e comecei a produzir os bonequinhos, de acordo com as normas para que não prejudique os bebês. Então fiz a doação na maternidade e me senti muito bem em poder ajudar na recuperação deles”, disse.

A voluntária disse que para evitar qualquer problema de saúde aos bebês, os bichinhos de crochê precisam ser esterilizados a cada ciclo de cinco a sete dias – ou antes, se houver necessidade. Segundo ela, os bebês se sentem muito mais seguros ao lado dos polvos de crochê. “A criança se abraça no tentáculo do polvo, que lembra o cordão umbilical e se sente mais segura. Em muitas cidades, há relatos médicos de que o bonequinho ajudou crianças a se acalmarem, ficam seguras, ajuda no tempo que falta para cumprir os 9 meses”, disse a voluntária.

Todo o material utilizado pela crocheteira é de uso próprio, segundo ela. A confecção dos bonecos que foram doados durou aproximadamente 3 semanas. Emília diz que por enquanto produz sozinha os bonecos e que pretende fazer novas doações, caso tenha demanda. “O projeto é feito em todo o Brasil, muitas pessoas de nosso grupo doaram para os hospitais. Estou feliz em poder ter feito essa doação, porque me sinto bem em poder ajudar as crianças nesse momento tão delicado. Se surgirem mais demandas, estarei feliz em poder fazer novas doações”, disse.

O Hospital Maternidade Mãe Luzia informou que recebeu a doação dos polvinhos, mas aguarda uma normatização do Ministério da Saúde para utilizar os bonecos nas encubadoras da UTI.

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