Japoneses contribuíram para o desenvolvimento de Tomé-Açu no Pará

O tempo passou e a cidade se transformou na maior produtora de pimenta-do-reino do Brasil

Há 94 anos, um grupo de imigrantes do Japão praticamente transformou um pedaço da Amazônia, que mais tarde passou a ser denominado de Tomé-Açu, na Região de Integração do Rio Capim, no Pará. Durante muitos anos o local foi associado à monocultura da pimenta-do-reino. 

O tempo passou e a cidade se transformou na maior produtora da famosa especiaria do Brasil, mas aos poucos passou a ganhar o mundo também por conta da prática sustentável de cultivos, tornando-se referência na produção da fruticultura.

Foto: Mateus Costa/Ascom Sedap

Essas e outras conquistas têm em comum a marca das mãos da comunidade japonesa, que este ano completa 94 anos de imigração no Pará, mais precisamente no município de Tomé-Açu. De 1929 até aqui muita coisa mudou no município, mas, permanece a sagacidade da comunidade japonesa em fazer bem o diferente.

Um exemplo da força de trabalho japonesa é a adoção do chamado Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (Safta). Um método de cultivo que une o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, com a peculiaridade de culturas agrícolas frutíferas e espécies florestais na mesma área. 

Essa prática ecológica não surgiu por um acaso. Depois da grave crise da pimenta-do-reino, no final dos anos 60 – quando milhares de pés da especiaria foram dizimados pela fusariose – as famílias japonesas, a essa altura, já formada por filhos e netos nascidos, em Tomé-Açu, se reinventaram.

Leia também: Fusariose: praga que ataca bananeiras na Amazônia tem preocupado especialistas

Os agricultores observaram que ao invés de focar só a especiaria, deveriam se inspirar nos nativos espalhados pelas margens do rio Acará – uma das nascentes fica em Tomé-Açu – e introduzir junto aos pimentais outras espécies, em especial frutíferas como o açaí, cupuaçu, mandioca, citrus, além de espécies, como andiroba e mogno, por exemplo, entre outros.

O experimento deu certo e logo agricultura de Tomé-Açu estava reerguida, ou melhor, estava solidificado um modelo agroflorestal que serviu de exemplo para outras cidades e até para outros Estados brasileiros.

*Com informações da Agência Pará

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Xote, carimbó e lundu: ritmos regionais mantém força por meio de instituto no Pará

Iniciativa começou a partir da necessidade de trabalhar com os ritmos populares regionais, como o xote bragantino, retumbão, lundu e outros.

Leia também

Publicidade