Bom relacionamento com as comunidades é um dos pilares do ESG

A conexão com as comunidades é de suma importância para o bom desempenho de todos os setores de uma empresa.

Um dos grandes desafios das empresas é se aproximar das comunidades onde suas operações estão localizadas. E essa questão está diretamente relacionadas ao ESG (Environmental, Social and Governance). A sigla, em inglês, representa a governança ambiental, social e corporativa. Foi criada em 2004, em uma publicação do Pacto Global, em parceria com o Banco Mundial, chamada ‘Who Cares Wins’.


A Eneva, por exemplo, é uma empresa que definiu parte de sua visão ESG para ajudar a população por meio de projetos sociais e ambientais. Dessa forma, o desenvolvimento social é um dos legados que a empresa deixa para a população.

O compromisso é em função da Eneva S.A ser uma empresa brasileira integrada de energia, que atua nos setores de geração, exploração e produção de petróleo e gás natural e comercialização de energia elétrica. Sob o nome de MPX Energia, entrou em operação em 2001 e sua oferta pública inicial foi realizada em 14 de dezembro de 2007.

Atualmente, a Eneva trabalha com 12 – dos 17 –  Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são considerados prioritários nesse novo cenário. Porém, a gerente de ESG e responsabilidade social da Eneva, Aline Louise, afirmou ao Portal Amazônia que a empresa já atuava com boas práticas tanto ambientais quanto sociais desde o início de suas operações em 2013. 

Ela também destacou que um dos papéis da Eneva é elevar as comunidades como um todo.

“A grande questão é que antes da ESG a nossa equipe já possuía a cultura de chegar nos territórios e atuar de forma a gerar mão de obra local, compras de materiais locais e perceber um crescimento econômico das comunidades onde as operações da Eneva estão localizadas”,

afirmou Aline. Ela destacou também que, em 2022, a Eneva investiu R$ 678 milhões em compras de produtos e serviços no Maranhão, Amazonas, Ceará e Roraima.

Empresa investe na qualificação da comunidade. Foto: Divulgação/Eneva

Projetos 

No âmbito da Sustentabilidade, a Eneva estabelece um tópico para os direitos humanos e desenvolvimento das comunidades, que abragem as ODS 1 (Erradicação da Pobreza), 10 (Redução das Desigualdades) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis). Para isso, a empresa investe em diversos projetos que levam qualificação e conhecimento para a população.

Até 2030, segundo Aline, a Eneva visa beneficiar mais de 50 mil pessoas diretamente e 100 mil indiretamente com os projetos sociais desenvolvidos em diferentes cidades, total que representa mais que o dobro alcançado até 2021. 

Recentemente, a empresa firmou parceria com o Centro de Educação Tecnológica (Cetam) para levar qualificação profissional aos municípios de Silves e Itapiranga. O projeto irá atender primeiramente o setor energético, mas há planos de expandir para outras áreas potenciais como construção civil, turismo e hotelaria, de acordo com a gerente.

Nos projetos de responsabilidade social, a Eneva investe mais de R$ 13 milhões. Deste valor, R$ 7,22 milhões são destinados a projetos aprovados por leis de incentivo fiscal. Já R$ 3,5 milhões vão para os projetos socioeconômicos em atendimento e licenciamento. A empresa aposta também em projetos voluntários nos quais o valor empregado é de R$ 2,4 milhões.

Projetos ajudam pessoas em várias áreas sociais. Foto: Divulgação/Eneva

Projetos sociais: como mudar a realidade local

Projeto Aprender

Criado em parceria com a ONG Laboratório da Educação (LabEdu), o Projeto Aprender se desenvolve dentro e fora da escola. A iniciativa está sendo aplicada nos cinco municípios produtores de gás natural no Maranhão e tem o propósito de potencializar o aprendizado de crianças na primeira infância (de 0 a 6 anos). O projeto envolveu mais de 9 mil pessoas, entre público escolar, alunos e familiares.

O sucesso junto às comunidades fortaleceu as iniciativas estaduais e deu origem a uma política pública no Maranhão de apoio à educação na primeira infância, implementada pelo governo estadual. A expansão do modelo alcançou mais de 24 mil pessoas entre público escolar, alunos e seus familiares, 4.867 instituições de ensino em mais de 200 municípios.

Elas Empreendedoras

Busca potencializar o empreendedorismo feminino no Maranhão, Ceará, Amazonas e Roraima com noções de empreendedorismo e educação financeira para aprimorar as capacidades locais e gerar emprego, renda e inclusão financeira. A iniciativa resultou na formação de associações de mulheres para atuar como empreendedoras locais, totalizando 210 mulheres participantes diretas nos Estados de atuação. O projeto começou na pandemia da Covid-19, quando costureiras forneceram máscaras e aventais para as operações e equipamentos públicos.

Agricultura familiar

Dando suporte à aptidão local para a produção orgânica em pequena escala nas comunidades de impacto direto, a Eneva possui projetos com 501 agricultores familiares do Maranhão e Amazonas. As ações com os grupos de comunidades visam à qualificação e à ampliação da produção, diversidade, manejo agroecológico e comercialização, com direcionamento para o incremento de renda e desenvolvimento local, apoio direto, com assistência técnica especializada e com inclusão de políticas públicas, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar .

Semear / Erradicação do analfabetismo

Em parceria com as secretarias municipais de Educação, a Eneva promove ações de incentivo ao Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Maranhão e nos municípios onde atua. Entre as ações, apoia a diminuição do analfabetismo local, com entrega de material escolar, mobilização e alimentação. Atualmente com 354 alunos, o projeto terá os primeiros formandos em 2023, contribuindo para adesão à escolaridade nessas regiões. O público envolvido na primeira fase do projeto vem das comunidades diretamente impactadas pelas operações.

Participantes do projeto “Elas Empreendedoras”. Foto: Divulgação/Eneva

Socioambiental 

Mas no que tange à ESG, o social não anda sozinho. Por meio do Programa Educação Sustentável, replicado em todos os municípios onde a empresa atua, são estabelecidas parcerias com escolas públicas para orientar professores e sensibilizar alunos para uma atuação efetiva de boas práticas ambientais. O programa tem como referência a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e como característica principal, o debate coletivo sobre informações socioambientais.

A partir da implantação de canteiros de hortas nas escolas, o projeto estimula a adoção conjunta de boas práticas em cultivo e proteção ambiental, ao mesmo tempo em que promove alimentação saudável para a rede escolar. 

As ações ocorreram nos Estados que a Eneva atua, por meio do desenvolvimento de oficinas em 49 escolas situadas nas áreas de influência da empresa, totalizando 5.625 pessoas participantes e resultando na instalação de 133 hortas.

Assim, segundo Aline, na linha da educação ambiental, a Eneva desenvolveu iniciativas de instrução das comunidades locais no combate às queimadas, outro pilar da preservação ambiental. No Maranhão e no Amazonas, foram desenvolvidas 37 oficinas com as comunidades, totalizando 345 pessoas envolvidas e 487 horas de instrução técnica, em seis municípios.

Foto: Divulgação/Eneva

O valor da comunidade 

“O ser humano sempre foi uma das principais prioridades da Eneva”, garante a gerente. Para a equipe da empresa, afirma, a conexão com as comunidades é de suma importância para o bom desempenho de todos os setores. 

“Não fazemos o básico, queremos ajudar a melhorar a vida das pessoas. Muitas vezes, as pessoas carecem apenas de uma direção, afinal, a educação transforma. No Amazonas, por exemplo, existem casos de mulheres empreendedoras que participaram do ‘Elas Empreendedoras’ e hoje são fornecedoras da Eneva, ou seja, existe um retorno no trabalho que desenvolvemos nas comunidades”, 

contou Aline.

ESG e ODS 

ESG é uma sigla em inglês (environmental, social and governance) que une práticas ambientais, sociais e de governança em uma organização. O termo surgiu desde 2004, timidamente, mas ganhou cada vez mais atenção por estar relacionado com as práticas socioambientais e credibilidade empresarial.
De acordo com o Pacto Global, “uma empresa que está em conformidade com práticas ESG entende quais são seus impactos negativos e positivos na sociedade e consegue agir sobre eles”.

Aquecimento global, poluição, energias renováveis, responsabilidade social, direitos humanos, equidade de gênero, luta contra a fome, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, são apenas alguns aspectos ligados às práticas ESG. A Agenda 2030 é o principal guia para empresas ou organizações se adequarem a essas práticas.

Práticas essas que incluem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), criados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), que definem quais desafios sociais, ambientais e de governança o planeta enfrenta, que devem ser colocados como prioridades na agenda para orientar o futuro da humanidade até o ano de 2030. Conheça os ODS: 

Glocal Experience Amazônia

A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 no Rio de Janeiro. Em Manaus (AM), acontece pela primeira vez entre os dias 26 e 28 de agosto, com realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM).

O evento ocupa o Centro Histórico da cidade com uma vasta programação com classificação livre e que passeia pelo universo das artes, temas socioambientais e discute uma Amazônia com proporções globais e que olha para o território propondo soluções locais, pautadas em ESG e ODS.

Para a diretora executiva na FRAM, Marcya Lira, o evento é uma das formas de transformar a capital amazonense em um das cidades que pauta a sociedade civil e a esfera governamental tanto nos 17 ODS quanto no ESG de modo geral.

“A Fundação tomou conhecimento sobre o evento que aconteceu no Rio de Janeiro no ano passado, onde nós estivemos presentes inclusive com a participação do presidente do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Júnior. Através dessa participação nós pudemos ver a grandeza desse evento e foi quando decidimos nos aproximar da Dream Factory e fazer uma parceria. Hoje estamos com esse evento na cidade de Manaus com vistas a trazer cada vez mais essa discussão a cerca do desenvolvimento sustentável e ancorar essas ações também para a COP 30, que acontece em 2025, em Belém, no Pará”, explica.

Ainda segundo Marcya, incluir a população amazônida no protagonismo desses eventos se torna uma missão em direção aos propósitos da instituição, mas principalmente do desenvolvimento da região.

“A Glocal fomenta, cada vez mais, a importância da Amazônia, e faz com que o mundo possa enxergar a Amazônia com os olhos de quem vive na região, que fala com a propriedade com que lhe é devida”, afirma.

A Glocal Experience Amazônia tem o apoio do Governo do Amazonas, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria do Meio Ambiente, Navegam e Parque Mosaico; idealização e operação Dream Factory; e realização Fundação Rede Amazônica. 

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