Pará confirma morte de macaco por febre amarela

O Instituto Evandro Chagas (IEC) no Pará confirmou, nesta terça-feira (21), a morte de um macaco por febre amarela. O primata e outros quatro espécimes foram encontrados mortos na Floresta Nacional do Tapajós, entre Rurópolis e Itaituba. No mesmo dia, a Amazonas deu início à investigação de 20 casos semelhantes, ainda sem confirmação das causas da mortes. A situação preocupa porque os macacos são sentinelas na vigilância da presença da doença, que vem aumentando em todo o país.

Um dos macacos encontrados mortos em Novo Aripuanã (AM). Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) disse que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas desde o início das ações nos locais com suspeita de febre amarela, inclusive com vacinação da população que reside às proximidades de onde foi encontrado o animal.

No Amazonas, uma equipe da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) trabalha com hipótese de surto da doença entre macacos em Novo Aripuanã (distante a 227 quilômetros da capital), onde foram encontradas carcaças de macacos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do município. Segundo o órgão, a investigação foi iniciada por meio de uma ação conjunta entre a Diretoria de Vigilância em Saúde do Estado, Centro Nacional de Primatas do IEC e as Secretaria de Saúde do município.

Segundo o diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, a morte de primatas é um indicador de alerta para a circulação de febre amarela. “Seguimos o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde, que prevê a coleta de material biológico dos animais para realização dos exames necessários, além da intensificação da imunização, com dose de reforço para os indivíduos considerados vulneráveis ao evento”, explica.

Albuquerque salienta que nenhum morador de Novo Aripuanã apresentou sintomas da doença. “O município notificou em tempo oportuno à FVS e, com isso, acreditamos que a equipe da Fundação conseguirá fazer a investigação epidemiológica e ambiental mais completa possível para identificar as causas dessas mortes de animais no município”, disse.

De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (22), o Brasil tem 1.336 casos notificados em 143 municípios em seis Estados nas regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste. Deste total de casos, 920 estão em investigação, 292 confirmados e 124 descartados.

Ações
No Pará, as autoridades trabalham em um plano de contingência específico para a região do Oeste do Estados e Baixo Tocantins. Somente no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, o quantitativo foi de 80.230 imunizados, o que equivale uma cobertura vacinal considerada excelente. No Estado foram confirmados 16 casos de febre amarela em 2015 e nove registros da doença em 2016. Neste ano, não há nenhum registro da doença confirmado.
Febre amarela silvestre
A FVS esclarece que a febre amarela silvestre é endêmica no estado do Amazonas, onde o ciclo ocorre naturalmente em áreas de floresta, entre primatas não humanos (todas as espécies de macacos). Os últimos casos da doença em humanos foram registrados em 2016, sendo 1 em Manacapuru e 1 em Itapiranga.

Na área rural de Manaus há mais de 10 anos não há registro da doença. Como medida de prevenção a FVS-AM iniciou imediatamente a intensificação vacinal contra febre amarela no município.

Prevenção

A vacina é única forma efetiva de prevenção contra a febre amarela e é obrigatória em áreas endêmicas. Devem ser vacinadas crianças de 9 meses a 1ª dose e 1ª dose de reforço aos 4 anos de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação devem tomar a primeira dose da vacina e 1ª dose de reforço, 10 anos após a administração dessa dose.

Pessoas que já receberam 2ª doses da vacina são considerados vacinados e não necessitam de nenhuma dose. Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação deverão consultar um médico. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde do Amazonas.

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