Australiano faz nova tatuagem em homenagem à Amazônia: foco é uma das polêmicas de Roraima

Simon Gurney, de 26 anos, está visitando o 11° Estado em sua jornada pelo Brasil. Em suas passagens pelos Estados do Amazonas e do Acre, o viajante também fez homenagens por meio de tatuagens.

Motivado pelo sonho de conhecer todos os Estados do Brasil, o australiano Simon Gurney, de 26 anos, desembarcou em Roraima. A variedade gastronômica e as belezas naturais fizeram com que ele se apaixonasse pelo Estado e até “comprasse” as brigas dos roraimenses, como a pronúncia correta do nome Roraima. Como um bom roraimense faria, ele tatuou a frase “É Roraima e não Rorãima”.
Tatuagem em homenagem à Roraima. Foto: Reprodução/Instagram-

Natural de Sidney, na Austrália, Simon conheceu um grupo de brasileiros no país de origem e se apaixonou pela energia das pessoas. Começou, então, a aprender português e decidiu visitar o Brasil.

Inicialmente, Simon desembarcou em São Paulo e aos poucos foi conhecendo os estados do Brasil. Desde novembro de 2022, ele conheceu o Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais e agora Roraima.

Em solo roraimense, ele já visitou pontos turísticos como o Mirante Edileusa Lóz e as cachoeiras de Tepequém. Além disso, nesta sexta-feira (3) ele seguiu rumo a Lethem, cidade da Guiana na fronteira com Roraima.

Após uma semana em Roraima, o australiano tatuou uma frase que representa um assunto polêmico entre o resto dos brasileiros: ‘É Roraima e não Rorãima’ – uma referência sobre a pronúncia do nome do estado

Em uma foto publicada nas redes sociais, o australiano explicou que não sabia da “treta” até chegar na capital Boa Vista. No Estado, ele começou a receber vários áudios de outros brasileiros perguntando a sua experiência em “Rorãima”.

Fonte de longas discussões nas rodas de conversa e na internet, a pronúncia do nome Roraima gera polêmica entre os roraimenenses. Para Simon, os nomes são importantes e carregam a identidade e histórias das quais as pessoas se orgulham – por isso, a importância é falar o nome do Estado como se tivesse um acento agudo no “ra”. “Todo mundo gosta de ouvir seu próprio nome e ninguém gosta que fale errado”, escreveu ele na publicação.

O assunto também já foi comentado outras vezes após a Miss Roraima, Jéssica Oliveira, candidata ao Miss Universo Brasil 2021 corrigir a pronúncia do nome do Estado e viralizar na internet. Na publicação de Simon, em tom de brincadeira, ela comentou sobre a frase ter sido copiada. “Sabe que me copiou, mas eu amei”, escreveu Jéssica Oliveira. Depois disso, o australiano compartilhou o vídeo da miss para exemplificar a indignação dos roraimenses com a pronuncia errada do nome.

Alguns internautas comentaram na publicação sobre a tatuagem, alegando que não sabiam da pronúncia correta. “Precisou do gringo sair lá da Austrália pra me ensinar a falar”, escreveu uma seguidora. “Não tem mais condição de você voltar para a Austrália. Você é patrimônio brasileiro agora”, brincou outro seguidor.

Mas afinal, é Roráima ou Rorãima? 

A confusão entre as pronúncias do nome é algo comum de acontecer, principalmente, se tratando de pessoas de outra região, mas de acordo com o professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sérgio Freire, tanto Roráima, quanto Rorâima estão corretos.

Segundo Freire, as duas formas de falar estão corretas porque quando se trata do uso da língua, a linguística substitui a noção da correção pela de adequação. Dessa forma, a pergunta que se deve fazer é: “pra quem é adequado falar Roráima? E pra quem é adequado falar Rorâima (com vogal nasal)?”.

Do ponto de vista do uso do falante, tanto um quanto outro é adequado, ambos fazem parte daquilo que a sociolinguística chama de variação dialetal. A busca pela forma perfeita principalmente na oralidade, faz parte da ilusão de uma língua pura, sem variação, o que não existe. “Pode ser uma boa discussão lúdica sobre o regionalismo da língua portuguesa, que é riquíssima, mas não passa disso”, destacou Freire.

‘Explosão de sabores e textura’ 

Além de tatuar o nome do Estado, Simon também fez questão de evidenciar o seu encanto pela culinária roraimense. Ele provou a paçoca de carne seca e farinha amarela, iguaria de origem indígena.

Simon postou em suas redes sociais o encanto pela comida típica roraimense. Foto: Reprodução/Instagram-Simon Gurney

Simon Gurney descreveu a iguaria como uma “explosão de sabores e textura”. Segundo ele, a carne desfiada abraça a língua e derrete na boca e junto com a farinha dá um nível de “crocantidade” a comida.

Durante um passeio turístico por Boa Vista, o australiano também elogiou a cidade limpa, o clima, as estruturas das praças e o planejamento da cidade. “Se você olhar no mapa ela é feita através do planejamento de Paris, onde tudo se encontra no centro, é muito legal e facilita a locomoção”, ressaltou ele.

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