Com obras em fase final, relembre o processo de reforma do Complexo Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em RO

As reformas iniciaram em 2019 e têm previsão de serem concluídas nos próximos quatro meses, com a reinauguração prevista para ocorrer neste ano.

As obras no Complexo Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), em Porto Velho (RO) entraram na fase final este mês após um novo convênio ser assinado entre a prefeitura e a Usina Santo Antônio Energia (SAE). A reforma iniciou em 2019 e a previsão de conclusão é para os próximos quatro meses, tendo a reinauguração prevista para ainda este ano.

Segundo a prefeitura capital rondoniense, um edital para selecionar a empresa que ganhará a concessão e administração da EFMM está em tramitação. O processo de revitalização da EFMM é responsabilidade da prefeitura desde 2018, mas acontece como parte da compensação social da Usina Santo Antônio Energia.

A companhia havia entregado parte da obra concluída, em que foi investido mais de R$ 23 milhões, à administração municipal em 2020. Porém, como não havia sido finalizado, o complexo continuou fechado para visitação.

Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Foto: Divulgação

Segundo a Usina Santo Antônio Energia, o novo convênio assinado entre a prefeitura e a empresa garante a continuidade da revitalização pelos próximos quatro meses. Entre os serviços previstos estão:

  • Reforma do deck com vista para o rio;
  • Pavimentação da área externa no entorno dos galpões 1, 2 e 3;
  • Instalação de mobiliário;
  • Paisagismo;
  • e Instalações elétricas no acesso que interliga o complexo ao porto do Cai N´Água.

Nos próximos meses também serão iniciados os investimentos da Usina nas obras que transformarão os galpões 1 e 2 em museus. Esses dois espaços devem conter a história da construção da ferrovia por meio de exposições permanentes e temporárias e atividades educativas. As obras do novo convênio iniciaram dia 10 de fevereiro e representam um investimento adicional da empresa de aproximadamente R$ 2 milhões.

Obras na Estrada de Ferro Madeira Mamoré entram em fase de finalização. Foto: Divulgação/Santo Antônio Energia

Conforme a companhia, a Usina passa por complicações financeiras devido aos impactos da crise hídrica, mas “não poderia deixar de contribuir, já que sabem a importância histórica e cultural desse local”.

Confira a linha do tempo da reforma do Complexo Estrada de Ferro Madeira Mamoré: 

Arte: Portal Amazônia

110 anos de história

A Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi inaugurada pela primeira vez em 1° de agosto de 1912 e completa 110 anos este ano. A construção da ferrovia fazia parte do tratado de Petrópolis selado com a Bolívia, em 1903, após a compra de território boliviano pelo Brasil, com o intuito de facilitar o transporte da borracha para o Oceano Atlântico. O “combinado” no tratado era construir a ferrovia Madeira Mamoré em um prazo de quatro anos.

Após ser inaugurada, a EFMM deu lucro durante dois anos. Depois entrou em declínio devido à queda vertiginosa da participação brasileira no mercado da borracha. Isso porque a concorrência asiática oferecia um produto de qualidade e de mais fácil extração, afetando assim a exportação brasileira.
Pátio da Estrada de Ferro Madeira Mamoré em 1910. Foto: Luiz Brito

Com 54 anos acumulando prejuízos, o ex-presidente do Brasil Humberto de Alencar Castelo Branco determinou a erradicação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, sendo substituída por uma rodovia.

Em 1972, a Ferrovia foi totalmente assumida pelo governo federal e desativada. Já em 2007, o monumento foi parcialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

*Por Beatriz Galvão, com supervisão de Jônatas Boni 

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