Mineração ilegal em terras indígenas terá punições ampliadas, aprova comissão

Dandara: importante avanço na proteção dos territórios tradicionais. Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados.

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece novos tipos penais para a mineração ilegal, com penas agravadas se a atividade ocorrer em terras ocupadas por povos e comunidades tradicionais e para quem a financia ou custeia.

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Mineração ilegal em terras indígenas
mineração em terras indígenas. Foto: Divulgação

Por recomendação da relatora, deputada Dandara (PT-MG), foi aprovado o substitutivo da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para o Projeto de Lei 2933/22, da ex-deputada Joenia Wapichana (RR) e de outros 18 parlamentares.

“Trata-se de um importante avanço na proteção dos territórios tradicionais e no enfrentamento aos danos provocados pela mineração ilegal”, afirmou Dandara.

Segundo ela, o texto segue princípios constitucionais e acordos internacionais. Na justificativa que sustentou a versão original da proposta, a ex-deputada Joenia Wapichana e os demais autores argumentaram que, apesar de proibida pela Constituição, a mineração em terras indígenas ainda é uma prática permanente.

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Principais pontos

Pela proposta aprovada, incorrerá nas mesmas penas previstas hoje para a mineração ilegal quem:

  • colocar em risco a vida ou a saúde de pessoas;
  • causar significativo impacto ambiental;
  • realizar a atividade com emprego de máquinas e equipamentos pesados de mineração; ou
  • realizar a atividade mediante ameaça com emprego de arma.
mineração ilegal
Célia Xakriabá recomendou a aprovação da proposta. Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados.

Além disso, conforme o substitutivo, a pena será aumentada até o dobro se a atividade for realizada em terras ocupadas por povos e comunidades tradicionais e até o triplo para quem a financia ou custeia nessas terras.

Próximos passos

Foto: Polícia Federal

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

*O conteúdo foi originalmente publicado na Agência Câmara de Notícias.

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