Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia é criado em Almeirim, no Pará

29ª Unidade de Conservação tem 560 mil hectares, sob gestão do Ideflor-Bio, e vai proteger a biodiversidade com uso sustentável dos recursos naturais.

Fotos: Havita Rigamonti e Fernando Sette

O governador do Pará, Helder ,Barbalho assinou o decreto que oficializa a criação do Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), na segunda-feira (30). A nova Unidade de Conservação (UC) está localizada no município de Almeirim, na região oeste paraense, e visa preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, além de promover pesquisas científicas e incentivar atividades de educação ambiental e turismo ecológico.

Com uma área de 560 mil hectares, o Parque será gerenciado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio). Esta é a 29ª UC sob a gestão do órgão, que busca equilibrar a proteção da biodiversidade com o uso sustentável dos recursos naturais. A criação da nova área protegida deriva de uma porção da Floresta Estadual (Flota) do Paru, que teve sua área reduzida de 3.612.914 hectares para 3.052.914 hectares com o decreto.

O principal destaque desta área é a presença de árvores gigantes, incluindo um exemplar de angelim-vermelho (Dinizia excelsa) com 88,5 metros de altura, considerada a maior árvore do Brasil e da América Latina, e uma das dez maiores do mundo. A UC foi estabelecida com o propósito de proteger essas espécies e preservar populações de flora e fauna ameaçadas de extinção, além de espécies raras e endêmicas que habitam a região.

Leia também: Novo santuário de árvores gigantes na Amazônia é revelado no oeste do Pará

Marco

Segundo ele, a iniciativa é um passo fundamental para o fortalecimento da proteção ambiental no Pará, associando a conservação à geração de conhecimento científico.

Foto: Fernando Sette

O diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, destacou a importância da nova UC para o desenvolvimento do turismo sustentável e da pesquisa científica. “A criação do Parque oferece oportunidades para estudos aprofundados sobre as espécies que habitam a região e para a implementação de projetos de turismo ecológico que respeitem o meio ambiente e gerem renda para as comunidades locais”, enfatizou.

Regramentos

A zona de amortecimento do Parque terá um papel importante na proteção da biodiversidade e na compatibilização das atividades das populações tradicionais que vivem no entorno. A coleta de produtos como castanha-do-pará e camu-camu, bem como a pesca esportiva nos ecossistemas aquáticos, será permitida, respeitando a legislação vigente e as regras estabelecidas pelo futuro Plano de Gestão do Parque.

As atividades desenvolvidas pelas comunidades tradicionais e povos indígenas que habitam a região, como o acesso ao rio Jari, não sofrerão restrições, de acordo com o decreto. As ações e o modo de vida dessas populações serão respeitados, desde que em harmonia com os objetivos de preservação da UC.

O Conselho Consultivo do Parque, que será criado e gerido pelo Ideflor-Bio, terá como uma de suas funções a regulação das atividades já consolidadas na área, como a coleta de castanhas-do-pará, assegurando que essas práticas sejam mantidas de forma sustentável. O comitê também terá a missão de acompanhar o desenvolvimento das atividades de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.

A criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia também contribuirá para a proteção de áreas contíguas, tanto estaduais quanto federais, fortalecendo a rede de áreas protegidas na região. Com a preservação de uma rica biodiversidade, a nova UC se tornará um importante ponto de referência para a conservação na Amazônia.

Parceiros

Vale destacar, ainda, que para a criação da nova área protegida, diferentes parceiros contribuíram de forma direta para esse feito. Um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), apoiado financeiramente pelo Andes Amazon Fund (AFF), tem viabilizado a criação, recategorização e implementação de novas UCs, fortalecendo a gestão ambiental no estado, como no Caso do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia.

Para o superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, “é com grande prazer que a Fundação, juntamente com Ideflor-Bio e AFF, integra a iniciativa do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia. Esse Parque tem uma importância muito grande, não só pro estado do Pará, mas também para toda a Amazônia, porque ele vai proteger ainda mais um santuário de árvores gigantescas. Acreditamos que esse parque vai trazer não só a proteção do meio ambiente para essa região, mas principalmente desenvolver uma atividade turística baseada em ciência e conservação. Ou seja, essas atividades a serem permitidas nesse novo desenho de área protegida vai trazer ganhos sociais, econômicos e ambientais para o território”, frisou.

Em maio deste ano, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores e técnicos do Ideflor-Bio, FAS e do Instituto Federal do Amapá (IFAP) percorreu rios e trilhas da então Flota do Paru, para aprofundar análises físicas e biológicas na região, o que levou à descoberta de um novo santuário de árvores gigantes. Esse levantamento forneceu subsídios para transformar parte da antiga UC de Uso Sustentável em uma nova área de Proteção Integral.

*Com informações do Ideflor-Bio

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