Até espécie não originária da região foi encontrada em gaiola em uma residência por policiais civis e equipe da secretaria ambiental do município
O Parque Zoobotânico Mangal das Garças, um dos espaços ambientais e turísticos mantidos pelo Governo do Pará, recebeu nesta semana várias espécies de pássaros (da ordem Passeriformes), resgatados por profissionais da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Barcarena (Semade), na região do Baixo Tocantins. Dentre as espécies apreendidas em operação da Polícia Civil estão coleirinho (Sporophila caerulescens), curió (Oryzoborus angolensis), trinca-ferro verdadeiro (Saltator similis), graúna (Gnorimopsar chopi), japim-soldado (Cacicus chrysopterus), além de uma espécie atípica da região, o canário (Serinus canaria), natural do Arquipélago dos Açores e nas ilhas da Madeira e Canárias.
Policias civis lotados em Barcarena encontraram diversas gaiolas em uma residência. “Cerca de 20 pássaros foram resgatados, alguns machucados, incluindo uma ave não típica da região, a qual infelizmente, por critérios técnicos, não poderá ser solta na natureza”, contou Keise Pinheiro, diretora de Proteção Ambiental da Semade.
Gestores da Secretaria Municipal entraram em contato com a direção do Mangal das Garças para avaliar a possibilidade de deixar as aves temporariamente no espaço. “Os pássaros estão em quarentena em suas respectivas gaiolas, por uma questão de adaptação. Realizamos exames clínicos e vermifugação. Somente após 30 dias, e passados alguns procedimentos de laboratório, é que poderemos, de fato, incluir as aves no espaço”, explicou Camilo González, veterinário do Mangal.
Educação ambiental
A inserção desses pássaros no Parque Zoobotânico é uma oportunidade de incentivo à educação ambiental, uma vez que as espécies costumam ser traficadas para domesticação.
Basílio Guerreiro, biólogo do Mangal das Garças, disse que, dependendo do grau de domesticação dos animais – do nível de adaptação aos cuidados humanos -, há possibilidade de liberá-los na natureza, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
“É importante deixar claro que o Mangal das Garças não tem autonomia para receber animais de pessoas físicas. Porém, com a autorização da Semas, nós podemos recebê-los para que o espaço seja um lar temporário”, acrescentou Basílio Guerreiro.
Após o devido período de observação e exames, os pássaros que precisarem ficar no Mangal das Garças serão inseridos no Viveiro das Aningas e na Reserva José Márcio Ayres, o borboletário. (Texto: Gabriel Nascimento).