Ideflor-BIO e Emílio Goeldi promovem pesquisa sobre rede de interações no Parque Estadual do Utinga

O projeto tem como objetivo coletar e identificar os insetos que visitam as flores, além de registrar, sem coleta, os vertebrados visitantes

Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, com diversos tipos de vegetações e centenas de espécies de plantas em diferentes formas de vida (árvores, palmeiras, cipós, arbustos, orquídeas e outros) é um ambiente natural para estudo da complexa interação de plantas e animais, no âmbito do “Projeto Flora do Utinga”. A pesquisa é executada pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-BIO).

Foto: Divulgação

O projeto tem como objetivo coletar e identificar os insetos que visitam as flores, além de registrar, sem coleta, os vertebrados visitantes. No decorrer da pesquisa será realizado também, o monitoramento da efetividade dessas visitas na produção de frutos, fundamentais para a alimentação da fauna do parque.

Para presidente do Ideflor-BIO, Karla Bengtson, a parceria com o Museu Emílio Goeldi é de extrema relevância para o desenvolvimento sustentável e educação ambiental do Parque Utinga Camillo Vianna, contribui a favor da ciência, das comunidades, da manutenção e preservação do meio ambiente.

Biodiversidade

Diversas espécies de insetos já foram registrados, tais como abelhas, borboletas, moscas e vespas, visitando inúmeras espécies de plantas nos diferentes tipos de vegetação do Parque. Segundo o pesquisador do Emílio Goeldi, Leandro Ferreira, essa grande riqueza de animais visitando as plantas é um ótimo indicador da qualidade ambiental dos tipos de vegetação do parque. Algumas espécies de insetos e vertebrados são sensíveis à degradação ambiental e desaparecem quando as condições dos habitats não são propícias a sua sobrevivência, o que ocorre em muitas regiões da Amazônia onde o declínio populacional das abelhas é preocupante, pois elas são responsáveis pela polinização de muitas espécies de plantas usadas na alimentação humana.

Ferreira ressalta que muitas espécies de plantas precisam dos insetos para sua sobrevivência, pois sem eles não se torna possível a reprodução. Isso ocorre porque a maioria das flores produzidas pelas plantas nas regiões tropicais precisa desses insetos, que promovem a polinização, que é a transferência de grãos de pólen de uma flor para outra, provocando assim a fecundação e, consequentemente, a produção de algumas espécies de insetos.


 

Foto: Divulgação

 De acordo com o biólogo Waldemar Junior, o Parque do Utinga é constituído por vários ecossistemas, onde os animais, as plantas e os fungos se inter-relacionam e interagem entre si e com o ambiente de forma inseparável. Dependendo da amplitude da escala da pesquisa, conhecer entender como cada ser influência nas propriedades do outro e na manutenção da vida servirá de base para implementação de ações de observação, monitoramento e manutenção da biodiversidade do PEUt.

Macacos, esquilos, tucanos, ararajuba e pássaros alguns dos animais que se alimentam dos frutos produzidos pelas plantas do Parque do Utinga. As espécies que se destacam são o Saguinus ursulus (Sagui), Pteroglossus bitorquatus (Araçari de Pescoço Vermelho), Pteroglossus bitorquatus ( Ararajuba), Guerlinguetus aestuans (Caxinguelê /Esquilo) e Ramphastos vitellinus (Tucano de Bico Preto).

Foto: Divulgação

O objetivo final do estudo é montar uma lista de interações, determinando se há ou não algum animal específico para cada planta e se elas estão produzindo frutos. Os resultados servirão para corroborar a importância do Parque do Utinga como um santuário da conservação da biodiversidade no município de Belém, onde as áreas verdes ainda não existem em volume suficiente. 

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