Aproveitamento integral dos alimentos é tema de oficina da Emater

Ação envolveu mulheres da comunidade agrícola São Francisco, em Marituba, sobre como evitar o desperdício de comida e ainda qualificar as receitas

Sabe aquela casca de fruta que é descartada, o talo de verduras que vai para o lixo ou mesmo aquela sobra de comida não aproveitada? Tudo isso contribui para o grande desperdício de comida no Brasil e no mundo. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aproximadamente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente em todo o mundo, mais de vinte milhões só no Brasil. Enquanto isso, cerca de sete milhões de brasileiros convivem com a fome.

Pra evitar o desperdício e aproveitar melhor os alimentos, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) ofertou, na última semana, uma oficina sobre o aproveitamento integral dos alimentos, da qual participaram 15 mulheres da comunidade agrícola São Francisco em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB).

Foto: Ascom/Emater

 “A minha preocupação sempre foi com o desperdício e com o excesso de lixo que acaba sendo produzido diariamente. O objetivo dessa oficina foi esclarecer às famílias das comunidades rurais do município a importância de evitar o desperdício dos alimentos, por meio da diversificação de receitas preparadas com cascas, talos, sementes, flores e até raízes, que se transformam em pratos altamente nutritivos e criativos”, explica a pedagoga Gilma da Silva, ministrante da oficina.

Entre as receitas ensinadas na oficina estão o Arroz Explosão – preparado com arroz, jambu, talo de couve, cariru, e casca de jerimum; o Doce da Casca do Maracujá, Creme de Talo de Jambu e Casca de Laranja Cristalizada e o Suco Nutritivo com couve, maracujá, limão e carambola.

Foto: Ascom/Emater

Todas as receitas, além de contribuírem para a redução do desperdício, também foram planejadas com a finalidade de promover uma alimentação mais diversificada, saudável e acessível.

“Quando propomos o melhor aproveitamento dos alimentos, reduzimos o desperdício e podemos garantir a segurança nutricional das famílias envolvidas e também reduzir os gastos com alimentação dessas famílias.”, conclui a pedagoga Gilma da Silva.

Para dona Raimunda Lima, uma das mulheres que participaram da oficina, as orientações já estão fazendo diferença, na mesa e no bolso.

“Eu aprendi muita coisa e já botei em prática. Estou muito feliz por ter feito esse curso. Eu jogava muita coisa fora como as cascas e os talos, que iam para o mato e agora já estou botando em prática o que aprendi, aproveitando tudo e repassando essas informações para os meus familiares e amigas. Agora o que ia para o lixo vem para a nossa mesa e traz benefícios para nossa saúde e também para o bolso.”, afirma Raimunda Lima.

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