Os chás podem ser um grande aliado na gravidez, porém é necessário muito cuidado ao escolher qual tomar e sempre consultar um especialista. O Portal Amazônia conversou com a nutricionista Fabiana Cortez que explica sobre o consumo correto de chás na gestação.
Segundo a especialista, o consumo para grávidas não é recomendado com frequência diária, mas com moderação, apenas em casos específicos e para ajudar a melhorar o bem-estar da gestante.
Não é recomendado o consumo excessivo até mesmo de chás que não apresentam risco à gestação. Alguns chás podem interferir no efeito de alguns medicamentos, alerta a nutricionista.
Por isso é importante sempre conferir a origem da planta, a maneira correta de preparar e consultar sempre um médico ou nutricionista antes de ingerir qualquer tipo de chá.
Confira alguns chás feitos com ervas amazônicas que grávidas podem tomar:
Chá de camomila
A camomila é uma erva consumida desde a antiguidade por possuir substâncias com funções, calmantes, indutoras do sono, anti-inflamatórias e antioxidantes, que auxiliam na condução de uma rotina de relaxamento e melhoria da qualidade do sono. Na gestação, o chá de camomila ajuda a acalmar a ansiedade, reduz cólicas, diminui o inchaço, aumenta a imunidade e alivia dores musculares.
Ingredientes
200 ml de água fervente;
3 g ou 1 colher de sobremesa da erva seca.
Modo de preparo
Adicione a erva na água fervente e tampe o recipiente, deixando por cinco minutos abafado em infusão;
Não ferva as folhas e flores;
Coe e já pode tomar.
Chá de erva-cidreira
A erva-cidreira é rica em compostos com propriedades calmantes, sedativas, relaxantes, analgésicas, anti-inflamatórias e antioxidantes, sendo muito utilizada para tratar vários problemas de saúde, especialmente digestivos, de ansiedade e estresse. Na gestação, o chá de erva-cidreira ameniza os enjoos, ajuda a controlar a ansiedade, acalma o bebê, combate a insônia, melhora o sono, reduz o inchaço, regula o intestino e estimula a produção de leite materno.
Ingredientes
1 colher (de sopa) de folhas de erva-cidreira;
1 xícara de água fervente.
Modo de preparo
Adicionar as folhas de erva-cidreira na água fervente;
Tampar e deixar repousar por alguns minutos;
Coe e já está pronto.
Chá de capim-limão
O capim-limão, também conhecido como capim-santo, é uma planta medicinal rica em compostos com ação antioxidante, que combatem o excesso de radicais livres e ajudam a prevenir situações, como câncer, gastrite e pressão alta. Na gestação, o chá de capim-limão combate o mal-estar, ajuda na digestão, regula a pressão arterial e ajuda a controlar o colesterol.
Ingredientes
1 xícara de água fervente;
Algumas folhas do capim-limão.
Modo de preparo
Depois que a água estiver fervida, acrescente a erva;
Abafe e deixe por aproximadamente 5 minutos;
Coe e já está pronto.
Chá de erva-doce
A erva doce é usada para azia, enjoos, gastrite, inchaço abdominal, má digestão, prisão de ventre, gases e dor de barriga, devido às propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. Além disso, ainda é recomendada para os dias de dor de cabeça, dor de garganta, resfriado, tosse, catarro e coriza. Na gravidez, combate o estresse, diminui desconfortos intestinais e ajuda na produção de leite.
Ingredientes
1 xícara de água fervente;
1 colher de chá de erva-doce.
Modo de preparo
Depois que a água levantar fervura, basta adicionar por cima da erva-doce;
Tampe e abafe por aproximadamente 5 minutos;
Coe e já está pronto.
Chás não recomendados na gestação
Segundo a nutricionista Fabiana Cortez, as demais ervas não possuem estudos conclusivos a respeito da sua segurança no uso. “Sabemos que existe um potencial abortivo alto, devido ao estímulo de contrações uterinas que várias ervas ocasionam. Além de ocasionarem vasoconstrição e aumento na frequência cardíaca”, afirmou a especialista.
Confira os não recomendados:
Chá de canela: provoca constrição sanguínea e contração dos músculos do útero.
Chá de hortelã: Diminui a produção de leite por isso deve ser evitado também no período de amamentação.
Chá de boldo: possui efeitos tóxicos, abortivo.
Chá preto, verde, branco, mate e banchá: acelera o metabolismo e pode causar mal-estar e palpitações cardíacas devido a alta concentração de cafeína.
E uma dúvida das grávidas muito frequente, segundo Fabiana, é quanto ao consumo de café. A especialista informa que a quantidade segura de cafeína por dia é de 200 mg, o equivalente a três xícaras pequenas de café coado. Outras bebidas como refrigerantes de cola, chás e chocolates, também possuem cafeína. Por isso é necessário atenção a esse tipo de bebida e alimentos.
“Recomendo evitar o consumo diário de cafés expresso, devido a alta concentração de cafeína e consumo de cafés cápsulas. O excesso de cafeína pode aumentar as chances do bebê nascer antes do tempo, com baixo peso e significa maior chance de aborto. A cafeína atravessa a barreira placentária e influencia o crescimento e desenvolvimento das células fetais, o que pode afetar o suplemento fetal de oxigênio e alterando a replicação celular”, ressaltou.