O projeto está sendo desenvolvido com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, que abrange os municípios de Borba, Manicoré e Novo Aripuanã, e abriga 45 comunidades com cerca de 1.200 famílias
Na tentativa de reduzir os impactos causados pelos fenômenos da seca e cheia que ocorrem na região do rio Madeira, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) estão desenvolvendo um sistema de prevenção das cheias e secas.
De acordo com levantamentos feitos pelos pesquisadores, esses eventos afetam de forma direta a biodiversidade e ecossistemas, além dos recursos hídricos, a economia, a agricultura, a navegação fluvial, a geração de energia, e principalmente os povos e comunidades mais vulneráveis da região Amazônica.
O projeto está sendo desenvolvido com foco na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Madeira, que abrange os municípios de Borba, Manicoré e Novo Aripuanã, e abriga 45 comunidades com cerca de 1.200 famílias.
“Uma vez que o sistema torne-se operacional, poderá auxiliá-los no planejamento de ações para redução e mitigação dos efeitos das secas e enchentes.”
afirma o coordenador do estudo, Francis Côrrea
A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira, observacional, busca fazer o monitoramento hidroclimático na reserva sustentável.
Para isso, com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), está sendo instalada uma plataforma de coleta de dados onde serão monitorados parâmetros como temperatura, umidade, vento, pressão, precipitação e radiação.
Na segunda etapa, será feita a instalação e configuração de modelos climáticos (ETA) e hidrológicos (MGB) no Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre (LABCLIM / UEA). Com a conclusão da pesquisa, a expectativa é entregar uma ferramenta que possa ajudar o trabalho dos órgãos públicos.
Segundo o coordenador do projeto, Francis Corrêa, nos últimos vinte anos ocorreram três grandes secas e três grandes enchentes, o que acarretou em prejuízos enormes.
“Por exemplo, a cheia de 2014, produziu inundações e deslizamentos em várias cidades e comunidades na bacia do Rio Madeira, trazendo transtornos e prejuízos para população como famílias desabrigadas, isolamentos das comunidades, prejuízos na economia, na educação, na produção agrícola e na saúde devido às doenças transmitidas por contaminação da água”,
explica.