Estado acreano foi destaque negativo em agosto no levantamento do Imazon, pois, mesmo tendo uma das menores áreas territoriais entre os nove estados da região, concentrou 19% de toda a devastação no mês.
Em agosto deste ano, Pará, Amazonas e Acre concentraram 77% de toda a derrubada detectada na Amazônia Legal.
“O que vemos no Acre são expressivas áreas sendo abertas nos municípios de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, que fazem divisa com o estado do Amazonas. Além disso, a destruição se faz presente inclusive em áreas que por lei são protegidas, como a unidade de conservação federal Resex Chico Mendes, que vem sofrendo com grande pressão dos desmatadores ilegais”,
comentou Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
Conforme os dados, a derrubada no Acre em agosto deste ano foi de 108 quilômetros quadrados. Isso representa uma queda de 38% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram registrados 173 km² de derrubada da floresta no Estado.
Entre janeiro e agosto deste ano foram registrados 241 quilômetros quadrados de desmatamento no Acre. Comparado ao mesmo período do ano passado, o número representa uma redução de 61%. Nos primeiros nove meses de 2022, o Acre desmatou 620 km².
Situação crítica
Entre os 10 municípios da Amazônia Legal considerados em situação crítica pelo Imazon em agosto, três são do Acre: Feijó, com 29 km² de desmatamento; Tarauacá, com 18 km²; e Cruzeiro do Sul, com 10 km².
Já entre as Unidades de Conservação Federais, a mais afetada é a Resex Chico Mendes, com 8 km² de desmatamento. A Resex Alto Juruá é a terceira mais crítica, com 3 km².
Em relação a toda Amazônia Legal, a destruição da floresta amazônica teve uma queda de 60% em agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Conforme os dados, a derrubada na região passou de 1.415 km² em agosto do ano passado para 568 km² no mesmo mês em 2023. Com isso, o acumulado de janeiro a agosto foi o menor desde 2018.
Apesar da melhora, o território devastado de janeiro a agosto deste ano equivale a quase duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo e foi o sétimo maior de toda a série histórica do monitoramento, que iniciou em 2008.
Estado que mais desmatou a Amazônia em agosto, o Pará foi responsável por 33% de toda a destruição no período. Já no Amazonas, segundo estado que mais destruiu a floresta em agosto, com 25% do desmatamento registrado na região. O Acre aparece como o terceiro que mais desmatou no mês passado.
“Estamos reiteradamente alertando sobre o avanço do desmatamento no sul do Amazonas, na região de divisa com Acre e Rondônia. Conhecida como Amacro, a área possui uma forte pressão pela expansão agropecuária. Por isso, são necessárias medidas urgentes de fiscalização e destinação de terras públicas na região para evitar novas derrubadas ilegais, como infelizmente estamos vendo todos os meses”,
disse Bianca.