Portal Amazônia responde: o que é a Cúpula dos Povos?

De forma paralela à COP30, a Cúpula dos Povos debate a vida, os direitos e os territórios de comunidades indígenas, tradicionais e periféricas vítimas da desigualdade e que sofrem com as crises climáticas.

Representantes da Cúpula dos Povos participando da Pré-COP Sindical em Brasília. Foto: Naira Leal

A Cúpula dos Povos é uma mobilização internacional organizada por movimentos sociais, organizações comunitárias e redes internacionais. De forma paralela à COP30, a cúpula debate a vida, os direitos e os territórios de comunidades indígenas, tradicionais e periféricas vítimas da desigualdade e que sofrem com as crises climáticas.

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Composta por debates, plenárias e manifestações culturais, a cúpula vai acontecer de 12 a 16 de novembro e vai explorar temas como a soberania alimentar, a transição energética justa, reparação, cidades sustentáveis e o protagonismo das mulheres

“Não é possível pensar numa COP 30 em que a discussão da pauta climática não seja pautada na justiça climática. Não haverá transição justa enquanto não houver direitos garantidos aos povos tradicionais”, afirmou Sara Pereira, da FASE Programa Amazônia. 

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Programação da Cúpula dos Povos

A programação conta com atividades abertas ao público e grandes mobilizações como a barqueata no Rio Guamá, a Grande Marcha Popular e o banquetaço na Praça da República. Além disso, o evento pretende reunir cerca de 30 mil pessoas de 62 países em defesa da justiça climática, em diferentes espaços da cidade ao longo dos cinco dias.  

Veja a programação:

12 de novembro (quarta-feira) 

O evento começa com a chegada das delegações e um ato de abertura. Pela manhã, acontece a barqueata no Rio Guamá, com cerca de 150 embarcações vindas de comunidades ribeirinhas, e à tarde, uma recepção seguida da abertura oficial no palco principal, e apresentações culturais que encerram o primeiro dia.

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Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata no dia 12 de novembro
Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata no dia 12 de novembro
Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata. Foto: Zé Netto/Cúpula dos Povos

13 de novembro (quinta-feira)

Neste dia, iniciam-se as oficinas e rodas de conversas organizadas em torno dos eixos de convergência da Cúpula, como a soberania, reparação e transição justa. Além disso, também acontece as plenárias mundiais, a Cúpula das Infâncias e a Feira Popular que ocuparão diversos espaços da cidade. 

14 de novembro (sexta-feira)

Este dia será dedicado à síntese política e à formulação das propostas que integrarão a declaração final da Cúpula. Pela manhã, continuam as plenárias dos eixos ‘Internacionalismo’, ‘Cidades Sustentáveis’ e ‘Mulheres’ e pela tarde, acontece a Assembleia dos Movimentos Sociais e o Seminário Saúde e Clima, seguidos da Plenária Final, em que serão apresentadas as propostas da Declaração da Cúpula dos Povos.

Foto: Reprodução/Cúpula dos Povos

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15 de novembro (sábado)

Durante o feriado da Proclamação da República está prevista a Grande Marcha Popular, considerada o ato mais emblemático da mobilização. No decorrer da marcha devem participar mais de 20 mil pessoas, entre povos originários, quilombolas, trabalhadores urbanos e rurais, juventudes e movimentos ambientais.  

16 de novembro (domingo)

O encerramento será marcado pela leitura da Declaração Final da Cúpula dos Povos, durante uma audiência pública com representantes da presidência da COP30. À tarde, o tradicional Banquetaço na Praça da República encerra o evento com uma grande celebração coletiva que celebra a partilha e o encontro entre os povos.

Foto: Reprodução/Cúpula dos Povos

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Justiça climática e protagonismo popular

Para Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, a força da Cúpula dos Povos está justamente na sua capacidade de pressionar e propor.

“A participação dos movimentos sociais é crucial para disputar a agenda climática e garantir que os recursos sejam investidos corretamente, ajudando a diminuir as desigualdades sociais e não a aumentar”, afirmou.  

A Cúpula dos Povos afirma que as respostas para as soluções urgentes para conter o colapso climático também vem das florestas, das periferias e das comunidades, propondo alternativas desde a soberania alimentar e energética até as novas formas de governança ambiental. 

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