No Amazonas, Polícias deflagram operação contra desmatamento e venda ilegal de madeira

Segundo as polícias, o esquema criminoso de desmatamento e venda ilegal de madeira envolve 12 serralheiras do Estado.

As Polícias Civil e Militar do Amazonas deflagraram, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (02), a Operação “Flora Amazônica” para desarticular uma organização criminosa responsável por desmatamento e comércio ilegal de madeira no estado. Os mandados de prisão, busca e apreensão estão sendo cumpridos, simultaneamente, em Manaus e Manacapuru, na Região Metropolitana.

A operação é fruto de investigações do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil, que vêm ocorrendo há cerca de quatro meses. A operação é coordenada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) com a participação do Ipaam, Ibama e Delegacia de Meio Ambiente.

O secretário de segurança, coronel Louismar Bonates, a delegada-geral da Polícia Civil, Emília Ferraz, e o Comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, estão acompanhando a operação em Manacapuru.

Interceptações telefônicas ajudaram a revelar a cadeia de atuação do grupo criminoso, formado por empresários moveleiros, serralheiros, extratores ilegais, motoristas e agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais. O DRCO acompanhou, em sigilo, a apreensão de madeira transportadas pela quadrilha, o que deu maior robustez ao conjunto de provas.

Há mandados de prisão temporária para 35 suspeitos. Segundo a Polícia Civil, em dez meses, os membros da organização criminosa extraíram algo em torno de 9 mil árvores centenárias de regiões de mata nativa de Manacapuru. Espécies como Castanheira, Cupiuba, Seringueira, Angelim, Sumaúma, Cedro e Muiratingas, que eram extraídas e comercializadas ilegalmente nas duas cidades.

O esquema criminoso envolve 12 serralherias de Manaus e Manacapuru, que misturavam a madeira ilegal com peças devidamente regularizadas como forma de burlar a fiscalização de órgãos ambientais.

De acordo com a investigação, 95% da madeira vendida pelos empresários desse esquema era de origem criminosa. O material abastecia o comércio das duas cidades e a liderança era exercida por um núcleo empresarial, que fomentava a prática dos crimes ambientais e planejava represálias à delegados.

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