Município do Acre volta a aparecer entre 10 que mais desmatam na Amazônia

O município de Feijó teve 78 km² de área desmatada entre agosto de 2024 e julho este ano. Na comparação com o ano passado, houve aumento de mais de 66% na derrubada de vegetação.

Feijó é a cidade com indicação geográfica para o açaí, atividade que é a identidade do município. Foto: Marcos Vicentti/Secom

O município de Feijó, no interior do Acre, está no ranking dos 10 municípios que mais desmataram na Amazônia entre agosto de 2024 e julho deste ano segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O levantamento mostrou que a cidade teve 78 km² de área desmatada, o equivalente a, aproximadamente, 7.222 campos de futebol.

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A terra do açaí, como é conhecida, ocupa a sétima posição à frente de Itaituba, no Pará, com 67 km², e União do Sul, no Mato Grosso, com 65 km².

Feijó está no ranking pelo segundo ano consecutivo. Entre agosto do ano passado, e julho desse ano, o município subiu de 47 km² para 78 km² desmatados, um aumento de 66%.

O município acreano também está entre os dez com maior risco de novas derrubadas, que inclui áreas já identificadas com alta pressão. Apesar do numero no último ano, a derrubada de florestas no Acre teve regressão de -4%, representando 372 km² desmatados, ainda segundo o Imazon.

Tarauacá, que ocupou a 4ª posição do ranking entre 2023 e 2024, com 24 km² desmatados, ficou fora da lista desta vez. Ainda assim, segundo o Imazon, o estado do Acre degradou, no último ano, cerca de 230km².

A degradação na Amazônia mais do que duplicou, passando de 175 km² em julho de 2024, para 502 km² em julho de 2025. Segundo os dados da pesquisa, o salto pode ter ocorrido principalmente pelas grandes áreas de mata que são afetadas por queimadas nos períodos de estiagem, é o que afirmou Manoela Athaíde, pesquisadora do instituto.

“A degradação florestal fragiliza a floresta, aumenta a emissão de carbono e deixa a Amazônia ainda mais vulnerável, ameaçando sua biodiversidade e as populações locais. O salto que vimos em 2025 é um sinal de que precisamos olhar com mais atenção para esse tipo de dano”, afirmou.

Leia também: Açaí de Feijó ganha primeira Indicação Geográfica para o produto no país

*Por Walace Gomes, da Rede Amazônica AC

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