Meteorologista explica que tempestade no Amapá foi causada por alterações em furacão no Atlântico

Consequências do furacão 'Kirk' e da tempestade tropical 'Leslie', no Oceano Atlântico, chegam à costa do Amapá, Pará e Maranhão.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica AP

A forte tempestade que atingiu Macapá (AP) na madrugada do dia 3 de outubro, estava prevista para acontecer. O que não se esperava era a intensidade de raios e trovões que assustaram os moradores por conta da grande proporção.

O fato aconteceu por conta de alterações no furacão ‘Kirk’ e na tempestade tropical ‘Leslie’ no Oceano Atlântico, que caminham para um encontro rumo à Europa. Apesar de irem para o sentido oposto, os furacões deixam consequências no Norte e Nordeste do Brasil, segundo a meteorologia.

A situação do furacão Kirk, pode ser acompanhada de forma online. Através do site, é possível visualizar a data de início do fenômeno e previsão para o fim. Meteorologistas afirmam que não há riscos da terra ser atingida, mas as proximidades vão sofrer as alterações climáticas.

Imagem: Accuweather Hurricane

Furacão Kirk

O furacão Kirk é o motivo da maior parte das alterações climáticas imprevistas que acontecem nas regiões Norte e Nordeste. Esse furacão pretende subir rumo à costa oeste da Europa, mas os ‘rastros’ que o fenômeno deixa por onde passa, causam inúmeros problemas para a população.

O meteorologista do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), Jefferson Vilhena, disse que os ‘resquícios’ do furacão atingem as regiões Norte e Nordeste do Brasil, especificamente os estados do Amapá, Pará, e Maranhão.

O furacão iniciou há 836 quilômetros a sudoeste do extremo sul das Ilhas de Cabo Verde, e possuía ventos máximos sustentados de 64 km/h.

O meteorologista explicou ainda que os ventos que deveriam chegar ao Amapá através do oceano, agora são provenientes da Amazônia, o que resulta na propagação dos aglomerados que estão acontecendo no estado do Amazonas e Pará, facilitando os conflitos climáticos, como os dois redemoinhos de poeira registrados em interiores do Amapá, dentro de 48 horas.

Tempestade tropical ‘Leslie’

Outro fator contribuinte para a alteração é o fenômeno ‘Leslie’, que chega pela direção do Rio Grande do Norte, os dois fenômenos estão em proximidade.

“Ele tem a latitude de aproximadamente 5 a 6 graus. E ele está muito próximo do Kirk, então esses dois furacões, eles começam a influenciar bastante a configuração dos ventos do Nordeste”, disse o meteorologista.

Com os furacões indo de encontro um ao outro, os fenômenos seguem para o norte do planeta, o que influencia cada vez menos a região atualmente afetada no Brasil. Além disso, há a detecção de mais furacões aos redores dos Estados Unidos da América.

“Tem um sistema de frente fria e baixa pressão localizado mais ao norte ainda, já próximo dos Estados Unidos, que está se intensificando e provavelmente deve formar um outro furacão. Ele ainda está sendo classificado como tempestade tropical, mas esses sistemas estão para o hemisfério norte. O que nós temos aqui sobre a América, principalmente no Brasil, Suriname Guiana Francesa”, contou o meteorologista.

A previsão é que nos próximos dias, haja menos estiagem e mais eventos fortes de chuvas, não somente na capital do Amapá, mas também nos interiores. Apesar da gravidade do fenômeno, os meteorologistas afirmam que não há risco de nenhum território ser atingido diretamente, e o furacão deve cessar ainda no Oceano Atlântico, antes mesmo de chegar à Europa.

Além dos furacões, a intensificação das chuvas se dá também pelo de fenômeno ‘La Niña’, um resfriamento anormal nas águas do oceano que altera a temperatura de vários locais no mundo. Até o final de outubro, o Amapá segue sofrendo com choques climáticos, devido ao fenômeno de ventos frios colidir com as altas temperaturas da estiagem.

*Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

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