Espécies de maracujá são mapeadas no Amapá

Pesquisadores de expedição internacional percorrem a BR-156 para atualizar lista do gênero Passiflora - maracujá - e reforçar conservação ambiental no Amapá.

Pesquisadores mapeiam espécies de Maracujá no Amapá. Foto: Gabrielly Ribeiro/Acervo pessoal

Pesquisadores do Brasil e da França iniciaram a Expedição Passion Amapá, que acontece entre 10 e 23 de novembro de 2025 ao longo da BR-156, de norte a sul do estado. O objetivo é inventariar e atualizar a lista de espécies do gênero Passiflora, que inclui os maracujás, ampliando o conhecimento sobre a flora local e fortalecendo políticas de conservação ambiental.

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As atividades incluem registro das espécies por geolocalização, coleta de material botânico desidratado para estudos taxonômicos e amostras para extração de DNA, que serão sequenciadas e disponibilizadas no GenBank, contribuindo para pesquisas em escalas local, regional e global.

O nome “maracujá” vem do tupi “mara kuya”, que significa “alimento em forma de cuia”. Em outros países, o fruto é chamado de passion fruit ou fruit de la passion, em referência à flor, associada pelos jesuítas à Paixão de Cristo.

A expedição reúne instituições como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o Institut de Recherche pour le Développement (IRD), o Instituto Federal do Amapá (Ifap) e a Universidade do Estado do Amapá (Ueap). A coordenação é do engenheiro de pesquisa Dr. Maxime Rome, do Muséum national d’Histoire naturelle de Paris (MNHN).

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Variedade de maracujá é pouco conhecida no Amapá

Entre os participantes estão a doutoranda Gabrielly Guabiraba Ribeiro, natural do Amapá e pesquisadora do JBRJ. Gabrielly explica que a iniciativa nasceu da necessidade de aprofundar os estudos sobre o maracujá no estado.

“O projeto surgiu da necessidade de estudar as espécies de maracujá presentes no Amapá, que ainda são pouco conhecidas. Maxime já pesquisou o gênero em outras áreas das Guianas, mas faltava uma investigação mais detalhada no estado”, disse.

Pesquisadores mapeiam espécies de Maracujá no Amapá. Foto: Gabrielly Ribeiro/Acervo pessoal
Foto: Gabrielly Ribeiro/Acervo pessoal

Participam também da pesquisa, a curadora Sophie Gonzalez, do Herbário da Guiana Francesa, além de professores e colaboradores locais.

Segundo os pesquisadores, o Amapá é reconhecido por ter grande parte do território preservado, mas a flora ainda carece de documentação detalhada. Inventários e listas de espécies ajudam a ampliar o conhecimento científico e fornecem subsídios para ações de conservação ambiental.

Além disso, o mapeamento das espécies contribui para orientar políticas de conservação e ampliar os estudos sobre a biodiversidade da Amazônia. Os resultados devem ser apresentados em encontros e congressos científicos.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

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