Foto: Reprodução/Passarinhando
Se existisse um ‘The Voice’ da natureza, com direito a júri técnico e cadeira giratória, o corrupião não só levaria o troféu pelo canto, como também pelo figurino. Afinal, não é todo dia que se vê uma ave “desfilando por aí” com um look vibrante em tons de laranja e preto, como se tivesse acabado de sair de um baile de gala da floresta.
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Conhecido também como joão-pinto, sofrê ou concriz — a depender da cidade, do estado ou da criatividade local — o corrupião (Icterus jamacaii) é um dos pássaros considerados mais bonitos do Brasil pela elegância de duas cores.
É encontrado em todos os estados do Nordeste, Centro-Oeste e do Sudeste, mas na Amazônia Legal é encontrado apenas no leste do Pará, a partir do Maranhão, e no Tocantins.
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Com cerca de 25 centímetros de comprimento, o que salta aos olhos é sua plumagem alaranjada no peito, pescoço e ventre, que contrasta com o preto profundo do capuz, dorso, asas e cauda. Para completar o visual, ainda carrega uma mancha branca nas asas e olhos claros. Até mesmo o bico tem estilo: forte, pontudo e com uma base azulada.
Mas o corrupião não é só um “rostinho bonito” com vozeirão. Ele também é talentoso: aprende a imitar cantos de outras aves e até sons musicais — há relatos de exemplares que “cantam” trechos do Hino Nacional.
Embora ainda esteja classificada como ‘Pouco Preocupante’ na lista de conservação, o corrupião enfrenta ameaças como a caça, o tráfico e a destruição do habitat natural, pois se tornou alvo do tráfico ilegal de animais silvestres.
Onívoro, o corrupião come de tudo um pouco (insetos à frutas). E quanto à convivência? Vive em pares e constrói seu próprio ninho, mas também pode aproveitar ninhos de outras aves para garantir sua reprodução.