Botos-cor-de-rosa brincando com uma bola. Foto: Reprodução/Instagram-Edson Neto
Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra botos-cor-de-rosa brincando com uma bola em um rio no município de Novo Airão, no Amazonas. O Grupo Rede Amazônica conversou com o fotógrafo e guia turístico Edson Neto, responsável pela circulação das imagens.
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Nas cenas, os animais aparecem curiosos, tentando morder e empurrar a bola com o focinho. O registro foi feito a partir de um flutuante localizado em uma praia da cidade.
“É maravilhoso, por que minha infância foi brincando com os botos aqui na praia de Novo Airão, eu sempre estou andando pelas ilhas, e nunca tinha visto interação dos com um objeto que não é da natureza. Os botos é um símbolo da nossa cidade”, relatou o fotógrafo.
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O Grupo Rede Amazônica também conversou com o biólogo e doutorando em Biologia Aquática pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Gabriel Oliveira, que explicou o comportamento dos animais. Segundo ele, a interação não tem relação com atração sexual, mas sim com a curiosidade. Apesar da brincadeira, especialista destaca que interação entre os botos é rara e curiosa, não agressiva.
“Ao analisar o vídeo, não me parece um comportamento sócio-sexual de carregamento de objetos com o intuito de chamar a atenção das fêmeas, já bem descrito para essa espécie, mas uma simples brincadeira entre dois indivíduos. Esses animais são muito curiosos. Na natureza, eles são também observados brincando com sementes, pedaços de pau, por exemplo”, explicou.
O pesquisador também destacou que os dois botos podem ser parentes, pois geralmente não cooperam por disputarem fêmeas. “Mas machos adultos dessa espécie normalmente não tendem a interagir em cooperação. Pode ser uma relação entre indivíduos com algum grau de parentesco, em associação não agonística [conflito ou disputa]”, destacou.
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Boto-cor-de-rosa
O boto-cor-de-rosa é um cetáceo que vive no bioma amazônico e é o maior golfinho de água doce do planeta. Pode chegar a 2,5 metros de comprimento, pesar até 200 kg e viver até 50 anos.
As fêmeas atingem a maturidade sexual por volta de 10 anos, com gestação de 12 a 13 meses, e dão à luz a um único filhote, que permanece com a mãe por três anos.
*Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM
