Acre teve setembro com menor número de queimadas em duas décadas, diz Inpe

Foram mais de 800 focos de queimadas ativos no mês, o que representa redução de 78,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 3.855 focos. Desde 2001 mês não encerrava abaixo de mil detecções.

Fumaça de queimadas na região do Bonsucesso, em julho desse ano, na capital. Foto: Lucas Thadeu/Rede Amazônica AC

O Acre registrou 840 focos ativos de queimadas em setembro e chegou à menor marca para o mês desde 2001, última vez que o nono mês havia encerrado abaixo de mil detecções. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Este número representa ainda uma redução de 78,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 3.855 focos.

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O total setembro manteve a tendência de crescimento nas queimadas pelo quinto mês seguido e ficou 62,5% acima de agosto. Contudo, setembro costuma ser o mês mais crítico em relação às queimadas, o que torna ainda mais importante a queda nos números entre 2024 e este ano.

Apesar de estar abaixo da média histórica de setembro (3.370 focos) e distante do recorde registrado em 2022, quando o estado teve 6.693 ocorrências, o total de 2025 ainda ficou acima do mínimo já contabilizado, que foi de 212 focos em 1999. Confira o gráfico com a série histórica mais abaixo.

Os dados fazem parte da comparação feita pelo Inpe com base nos registros de satélite dos últimos 27 anos, ou seja, entre o anos de 1998 a 2025.

O monitoramento aponta uma redução acentuada da atividade de fogo neste ano na capital acreana. A média observada nos primeiros três dias de setembro foi de 12,61 μg/m³, enquadrando a qualidade do ar como boa de acordo com parâmetros internacionais

Chuvas ajudaram a conter o fogo e as queimadas

Um dos fatores que ajudaram a conter o avanço das queimadas foi o aumento do volume de chuvas em setembro. Segundo a Defesa Civil de Rio Branco, foram registrados 90,8 milímetros de precipitação, o que corresponde a 97,8% do volume esperado para o mês.

O índice é o quarto maior dos últimos 10 anos e o melhor desta década para a capital acreana. Mesmo com o resultado ligeiramente abaixo do esperado (92,7 mm), as chuvas amenizaram a estiagem severa que vinha sendo registrada desde o início do ano.

O cenário é bem diferente do observado em setembro de 2024, quando choveu apenas 32,1 mm e a cidade ficou encoberta por fumaça, com a qualidade do ar chegando ao nível perigoso.

À época, nos primeiros dias de setembro de 2024, a qualidade do ar em Rio Branco era considerado “muito insalubre”, com 139,3 µg/m3 de material particulado. A capital chegou a liderar o ranking das cidades brasileiras com piores índices de poluição.

Leia também: Número de queimadas reduziu quase 100% nos primeiros meses de 2025 no Acre, aponta Inpe

Cenário nacional

Em todo o país, o Inpe registrou quase 76 mil focos de incêndio nos primeiros nove meses de 2025, o que representa queda de 64% em relação ao mesmo período de 2024.

O total nacional é o menor desde o ano 2000, o que reforça a tendência de redução das queimadas em todo o território brasileiro neste ano.

Na primeira foto, a poluição tomou conta do ar em Rio Branco em 2024. Na segunda foto, o cenário é diferente em 2025. Fotos de Walace Gomes, da Rede Amazônica AC.

*Por Walace Gomes, da Rede Amazônica AC

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