Acre, Amazonas e Pará concentram quase 80% do desmatamento na Amazônia Legal, aponta Imazon

Estado acreano foi destaque negativo em agosto no levantamento do Imazon, pois, mesmo tendo uma das menores áreas territoriais entre os nove estados da região, concentrou 19% de toda a devastação no mês.

O Acre foi destaque negativo no levantamento mensal sobre o desmatamento na Amazônia Legal divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), com dados obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD). 

Segundo o boletim, o Estado, mesmo tendo uma das menores áreas territoriais entre os nove Estados da região, concentrou 19% de toda a devastação no mês de agosto.
Acre está entre três estados que concentram quase 80% do desmatamento na Amazônia Legal, aponta Imazon. Foto: Reprodução/Arquivo BP-AC

Em agosto deste ano, Pará, Amazonas e Acre concentraram 77% de toda a derrubada detectada na Amazônia Legal.

“O que vemos no Acre são expressivas áreas sendo abertas nos municípios de Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, que fazem divisa com o estado do Amazonas. Além disso, a destruição se faz presente inclusive em áreas que por lei são protegidas, como a unidade de conservação federal Resex Chico Mendes, que vem sofrendo com grande pressão dos desmatadores ilegais”,

comentou Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Conforme os dados, a derrubada no Acre em agosto deste ano foi de 108 quilômetros quadrados. Isso representa uma queda de 38% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram registrados 173 km² de derrubada da floresta no Estado. 

Fonte: Imazon

Entre janeiro e agosto deste ano foram registrados 241 quilômetros quadrados de desmatamento no Acre. Comparado ao mesmo período do ano passado, o número representa uma redução de 61%. Nos primeiros nove meses de 2022, o Acre desmatou 620 km².

Situação crítica 

Entre os 10 municípios da Amazônia Legal considerados em situação crítica pelo Imazon em agosto, três são do Acre: Feijó, com 29 km² de desmatamento; Tarauacá, com 18 km²; e Cruzeiro do Sul, com 10 km². 

Já entre as Unidades de Conservação Federais, a mais afetada é a Resex Chico Mendes, com 8 km² de desmatamento. A Resex Alto Juruá é a terceira mais crítica, com 3 km².

Em relação a toda Amazônia Legal, a destruição da floresta amazônica teve uma queda de 60% em agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Conforme os dados, a derrubada na região passou de 1.415 km² em agosto do ano passado para 568 km² no mesmo mês em 2023. Com isso, o acumulado de janeiro a agosto foi o menor desde 2018.

Apesar da melhora, o território devastado de janeiro a agosto deste ano equivale a quase duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo e foi o sétimo maior de toda a série histórica do monitoramento, que iniciou em 2008.

Estado que mais desmatou a Amazônia em agosto, o Pará foi responsável por 33% de toda a destruição no período. Já no Amazonas, segundo estado que mais destruiu a floresta em agosto, com 25% do desmatamento registrado na região. O Acre aparece como o terceiro que mais desmatou no mês passado. 

“Estamos reiteradamente alertando sobre o avanço do desmatamento no sul do Amazonas, na região de divisa com Acre e Rondônia. Conhecida como Amacro, a área possui uma forte pressão pela expansão agropecuária. Por isso, são necessárias medidas urgentes de fiscalização e destinação de terras públicas na região para evitar novas derrubadas ilegais, como infelizmente estamos vendo todos os meses”,

disse Bianca.

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