#Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Mato Grosso

A biodiversidade do Mato Grosso está relacionada à transição entre formações vegetais e alternância entre períodos de escassez e abundância de água

O estado de Mato Grosso abrange três importantes biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Dentre eles, o Pantanal se destaca por apresentar poucos registros de endemismo, ou seja, poucas espécies exclusivas da região, mas uma variedade de biodiversidade de espécies encontradas também em outros biomas.

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Essa biodiversidade está relacionada, principalmente, à transição entre diferentes formações vegetais e da alternância entre períodos de escassez e abundância de água. Essas condições favorecem a alta densidade populacional de diversas espécies e tornam o bioma um dos mais ricos em biodiversidade.

“Essa transição entre paisagens oferece uma enorme diversidade florística e faunística, mas também uma grande fragilidade frente à expansão da fronteira agrícola, que ameaça todos esses ambientes”, declarou o biólogo, João Pedro Costa Gomes, ao Portal Amazônia. 

O Portal Amazônia pediu ao biólogo para destacar alguns animais que são a cara do Mato Grosso e representem essa complexa diversidade característica da Amazônia para a #Série ‘A cara da Amazônia’:

Ariranha

A Ariranha é uma lontra gigante e altamente social que vive em grupos familiares. Com cerca de dois metros de comprimento, a ariranha é uma excelente nadadora que se alimenta de peixes e pequenos vertebrados aquáticos. 

Mato Grosso
Ariranha. Foto: Markus Lilje

Suas vocalizações complexas e comportamento cooperativo a tornam fascinante. No entanto, a espécie foi quase extinta em 1970 devido à caça para utilização da pele. Atualmente, as principais ameaças à espécie são a degradação dos rios e matas ciliares, expansão agropecuária e a mineração.

“Por depender de rios limpos e margens preservadas, a ariranha é considerada espécie indicadora da saúde dos ecossistemas aquáticos”, afirmou o biólogo. 

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Papagaio-galego

O Papagaio-galego é uma ave de plumagem verde vibrante com tons amarelados no abdômen e no rosto. A espécie, endêmica do Brasil, se alimenta de sementes, frutos, flores e cocos silvestres, e costuma ser avistada em pares ou bandos ruidosos. 

Mato Grosso
Papagaio-galego. Foto: Abelardo Mendes Jr

De acordo com Costa Gomes, o tráfico de animais silvestres e a destruição do cerrado são as principais causas do declínio populacional da espécie.

Jaburu

O Jaburu, maior ave voadora do Brasil, possui o pescoço preto com uma faixa vermelha viva na frente, corpo branco e pernas longas, podendo ultrapassar 1,30 m de altura. Além disso, a ave constrói seus ninhos imensos em árvores altas próximas à água, e alimenta-se de peixes, anfíbios e pequenos invertebrados aquáticos. 

Mato Grosso
Jaburu. Foto: Alastair Rae

De acordo com Costa Gomes, a presença do animal é considerada um dos grandes ícones do Pantanal. 

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Macaco-aranha-da-testa-branca

Foto: Instituto Evandro Chagas

Além das indicações do professor, de acordo com dados do ICMBio, também se pode destacar o macaco-aranha-da-testa-branca, animal endêmico do Brasil e residente nativo dos estados de Pará e Mato Grosso

A espécie ocorre em florestas tropicais primárias de terra firme e sazonalmente inundadas. Além disso, o animal prefere ambientes primários e não tolera perturbações e modificações em seus ambientes.

As maiores ameaças à espécie são os assentamentos rurais, a agricultura, a pecuária, a expansão urbana, o desmatamento, a redução de hábitat e a caça.  

Tachã-cinzenta

Além das indicações do professor, de acordo com dados do Portal Amazônia, também se pode destacar a tachã-cinzenta, ave símbolo do Mato Grosso. O pássaro é conhecido como sentinela, devido ao seu comportamento de ficar pousado no alto das árvores. 

Tachã Cinzenta. Foto: Josué Ribeiro.

A ave possui coloração pardo acinzentada, mas o seu colarinho preto foi o que se tornou sua principal marca. Além do seu canto que chama atenção, outra característica que difere o animal é o seu tamanho, pois pode atingir em média 80 centímetros e pesar em torno de 4 quilos.

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*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

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