História de professoras afro-antilhanas em Porto Velho é narrada em livro

Contribuições a educação começaram junto com a ferrovia Madeira-Mamoré, que deu origem à atual capital de Rondônia.

“Do Mar do Caribe à Beira do Madeira: A diáspora afro-antilhana para o Brasil”. Este é o título do livro bilíngue (português e inglês) de Cledenice Blackman. A obra vem demarcar a trajetória de professoras imigrantes e descendentes de Barbados, Granada e demais ilhas caribenhas inglesas no contexto histórico e transnacional. As primeiras delas surgiram na região à época da construção e consolidação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, desde 1907.

Escrita a partir de corpus documental e bibliográfico, cartografando imigrantes e descendência de mulheres afro-antilhanas, esta obra literária advém de estudo científico, com abordagem que (re)constrói a ancestralidade, a anterioridade, a descendência e o legado das mulheres afro-antilhanas no campo educacional, nas redes municipal, estadual e federal de Porto Velho.

As educadoras Aurélia Banfield, antecessora da educação amazônica, Berenice Elisa Johnson Silva, Judith Holder, Lydia Johnson de Macedo e Rosilda Shockness são cinco “panteras negras” antilhanas, cujas trajetórias de vida e profissional são contextualizadas pelas autora como parte da historiografia da educação porto-velhense.

A obra surge sendo referência para a educação brasileira, “que confronta o discurso hegemônico enquanto conduz para uma contra narrativa, afrodiaspórica e decolonial”, segundo a autora.

A autora

A notável educadora e escritora Cledenice Blackman é natural de Porto Velho, descende da quarta geração de barbadianos. Professora de História na rede pública municipal, é bibliotecária, pesquisadora, membro da Academia Rondoniense de Letras, doutora em Educação e mestra em História e Estudos Culturais e mestra em História, Direitos Humanos, Fronteiras e Culturas no Brasil e América Latina.


Festival Gastronômico em Vilhena: cardápio com sabores ancestrais

A quinta edição do Sicoob Sabor – Festival Gastronômico e Cultural de Vilhena (cidade ao sul de Rondônia, 700 km distante de Porto Velho) será aberta dia 5 de julho com muitas novidades; encerramento, dia 2 de agosto.

O festival, que vem se consolidando como um dos principais eventos gastronômicos do Estado, traz diversas atrações com foco no tema da edição, “Sabores da Terra – Ancestralidade”.

O valor do passaporte é R$ 50 (crianças de 4 a 10 anos pagam meia), e dá direito a saborear o menu preparado pelo chef Pedro Bagattoli, “Ossobuco com polenta ancestral”. O valor não inclui bebida. Após a apresentação da programação do festival, haverá o show “Elas Cantam Rock”, com Kátia Valléria e Gabi Shima.

A programação trará 25 atividades gastronômicas e culturais ao longo dos 29 dias. Paralelamente, ocorrerá o circuito gastronômico, no qual os 25 estabelecimentos inscritos (restaurantes, bares, pizzarias, hamburguerias, cafeterias e docerias), irão disponibilizar em seu menu o prato criado exclusivamente para os dias do evento, com valores até R$ 49,90.

O roteiro preza a valorização dos ingredientes culinários amazônicos e a criatividade na elaboração dos pratos. Quem degustar os pratos do festival poderá dar a sua nota pelo aplicativo Sicoob Sabor, e ajudar a eleger o Prato do Ano de cada categoria.

Pitada nativista

Dentre as atrações dessa edição está a chef Kalymaracaya Nogueira, integrante do povo Terena, do Mato Grosso do Sul, que fará uma aula-show dia 22 de julho. Nascida na aldeia Bananal, é formada em Turismo e Gastronomia e pós-graduada em História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira. Kaly já realizou eventos gastronômicos em diversas cidades do país e do exterior, divulgando a comida ancestral brasileira, com a utilização de ingredientes cultivados em sua aldeia.

Outro chef convidado para o festival é Júnior Marinho, que comanda a cozinha do restaurante Juá, de Goiânia (GO). Nascido no Acre, filho de nordestinos, em sua trajetória já passou pelas cozinhas de Ian Baiocchi, Helena Rizzo e Rafael Costa e Silva. Em 2020, foi finalista do reality Mestre do Sabor, da Rede Globo. Júnior vai apresentar uma aula-show no dia 27/07 e no dia 29/07 irá comandar um dos tradicionais Jantares do Chef Black, ao lado de Luciane Castaman, cozinheira de mão cheia convidada.

As atrações contemplam atividades para as crianças, como as concorridas oficinas do Minichef, Corrida de Bebê (em fase de engatinhar), e uma novidade: o 1º GP de Velocípede, para crianças de 3 a 6 anos. Para crianças e adultos também terá um espetáculo inédito de Teatro de Bonecos, apresentando contos indígenas, e a Mateada Solidária com desfiles de cães de estimação e para adoção, em uma ação conjunta com a Casa do Chimarrão e a Associação Amor de 4 Patas.

O festival traz ainda oficinas para merendeiras, workshops de cinema, Boas Maneiras e Mesa Posta; a Feira das Coisas, com uma edição especial valorizando a produção da agricultura familiar da cidade; exibição de filmes, exposição e muita diversão.

A indígena Kalymaracaya Nogueira: chef. Foto: Divulgação


Reinaugurado Museu do Presépio com mais de 1000 peças 

Porto Velho reinaugurou dia 23, no Bairro Socialista, o Museu Internacional do Presépio, administrado pela Associação São Tiago Maior, da Igreja Católica. Dispondo de cerca de mil presépios vindos de todos os estados brasileiros e de dezenas de países, o espaço é turístico e aberto ao público em geral, que encontra à venda artesanatos de muita qualidade. Além do museu, no local funciona a Central de Artesanato e a fábrica e escola de cerâmica.  

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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