Programa de computador ajuda no gerenciamento de criação de tambaqui

Pensado para ajudar no processo de padronização e boas práticas de manejo dos peixes em tanques e viveiros, uso do 'Mais Tambaqui' pode facilitar a tomada de decisão no manejo.

Foto: Reprodução/Embrapa Pesca e Aquicultura

Professores e estudante do Instituto Federal do Pará (IFPA) Itaituba, por meio do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT), registraram um novo programa de computador junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Nomeado como ‘Mais Tambaqui‘, o registro tem validade de 50 anos. O programa desenvolvido na linguagem visual basic e planilhas Excel, tendo como campo de aplicação a aquicultura animal e vegetal (AG-12), segue o tipo de programa FA-03 e algoritmo hash SHA-512.

‘Mais Tambaqui’ é resultado do trabalho de conclusão de curso da egressa licenciada em Ciências Biológicas, Sara Carvalho Ferreira. Ela contou com a orientação dos professores Aline Marculino de Alcântara e Fábio de Oliveira Amorim. Empresas ou instituições interessadas na tecnologia podem entrar em contato com o NITT/IFPA.

O professor Fábio Amorim, de engenharia elétrica, explana que o software é composto por um conjunto de planilhas para gerenciamento da piscicultura. Foi desenvolvido com foco na Região de Integração do Tapajós, em especial Itaituba, e pensado para ajudar no processo de padronização e boas práticas de manejo dos peixes em tanques e viveiros. Seu uso pode facilitar a tomada de decisão no manejo.

Com a adoção desse software, o piscicultor terá à sua disposição planilhas de preparação de viveiros (com recursos para o cálculo da desinfecção, calagem e adubação de viveiros), manejo alimentar (para o cálculo da quantidade de ração por tanque e análise da uniformidade do lote) e desempenho zootécnico (cálculos do ganho de peso, biomassa, taxa de crescimento, taxa conversão e eficiência alimentar, taxa de sobrevivência e produtividade).

A professora de Recursos Pesqueiros Aline Alcântara comenta que, durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa ‘Prospecção de demandas da cadeia produtiva da pesca e piscicultura em Itaituba – PA’, verificou, de perto, as dificuldades enfrentadas pelos pequenos piscicultores no município. Ela destaca que eles têm dificuldades de interpretação de cálculos simples, habilidades importantes para definir e calcular a quantidade e tipo de ração a ser fornecida aos peixes no viveiro.

Diante desta constatação, ela, Sara e o professor Fábio buscaram projetar uma ferramenta de fácil manuseio que os ajudassem na gestão da atividade. “Eu costumo dizer que trabalhos realmente integrados são possíveis quando abrimos a mente para desenvolver ideias. Então, eu tinha a ideia, Sara embarcou e entendeu o objetivo e Fábio desenvolveu a planilha com a ajuda de Sara, com as informações técnicas que solicitamos”, ressalta.

A ideia dos pesquisadores foi reunir as informações mais urgentes para a tomada de decisões na gestão da criação de tambaqui em viveiros. A planilha não necessita de internet. É acessível tanto pelo celular quanto pelo computador, funciona semelhante a uma calculadora. “O software pode ser aplicado para pisciculturas de qualquer porte, de qualquer lugar, desde que seja de criação de tambaqui, uma vez que as informações técnicas são dessa espécie”, esclarece Aline Alcântara.

Arte: Reprodução/IFPA

A transferência de tecnologia das instituições públicas para as pessoas ou empresas privadas começa pelo registro de software. “O próximo passo será levar a campo a planilha, para validar e verificar a opinião dos piscicultores sobre seu uso nas práticas de manejo diárias, com o objetivo de melhorias da ferramenta”, destaca Aline Alcântara. E, por último, fechar contrato com o IFPA via NITT.

Sara estudou no IFPA desde o ensino médio, fez o curso técnico em Informática e ao ingressar no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, foi convidada a participar de projetos de extensão na área de piscicultura. Orientadora pela professora Aline Alcântara, o Projeto Integrador desenvolvido por elas em âmbito de extensão, sobre recursos pesqueiros, foi a chave que faltava para despertar sua atenção às questões e dilemas da cadeia produtiva da piscicultura em Itaituba.

Como surgiu a ideia?

Sara explica: “A ideia surgiu da necessidade em abranger o lado social que o IFPA tanto nos ensinou enquanto educandos da área de licenciatura em Ciências Biológicas. Buscamos uma forma de contribuir com o piscicultor, ajudando tanto ele quanto o meio ambiente”.

“A escolha em trabalhar com a piscicultura veio com um projeto de extensão que participei, no qual constatamos junto à Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) que, na época, só havia nove piscicultores registrados, sendo que informalmente tivemos informações que havia mais de 100 piscicultores na Região de Integração do Tapajós. Os piscicultores não têm um acompanhamento necessário. E isso, nos fez pensar em algo que poderia ajudá-los tanto na questão econômica quanto a ambiental”, completa.

O processo de solicitação de registro desse software iniciou pela atuação do agente de inovação do campus Itaituba, na época, o professor Eliesio Alves.

*Com informações do IFPA

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Primeira borracha feita com látex 100% da Amazônia é lançada no Brasil

De acordo com a Mercur, a iniciativa busca valorizar o trabalho de comunidades extrativistas e ampliar o portfólio de produtos com matérias-primas renováveis no setor educacional.

Leia também

Publicidade