O Teatro Nacional Dona Maria II foi inaugurado a 13 de abril de 1846, durante as comemorações do 27º aniversário de Dona Maria II.
Vale a pena lembrar que a Europa neste período era um ambiente românico, o que permitia a urgência de encontrar um modelo e um repertório que representa-se a dramaturgia nacional portuguesa, firmando assim, uma identidade nacional, permitindo sobretudo, ressaltar um política naturalmente assumida com a independência do país.
Entre 1836, data da criação legal do teatro, até a sua inauguração ocorrida em 1846, teve seu funcionamento de forma provisória na rua dos Condes e que mais tarde o espeço foi transformado no Cinema Condes. O local escolhido para a instalação definitiva do referido teatro foram os escombros do Palácio dos Estaus, que foram no passado a antiga sede da Inquisição e que também em 1836 fora destruído por um grande incêndio.
A escolha do arquiteto italiano Fortunato Lodi, coube a responsabilidade de executar o trabalho, porém, só em1842, Almeida Garrett consegue dá início às obras e que em 17 de dezembro de1928 o edifício foi tombado pelo decreto 15962 com a designação de Teatro Nacional Almeida Garrett.
Lamentavelmente, em 1964, o prédio infelizmente sofreu um enorme incêndio em que sobraram somente as paredes exteriores, tendo sido reconstruído em 1978 abrindo suas portas à população. Em março de 2004 foi transformada em sociedade anônima de capital público e passou a chamar-se Teatro Nacional Dona Maria II S. A que passa a ser gerido por um conselho de administração sob a responsabilidade do Ministro das Finanças e da Cultura.
Em abril de 2007, o teatro foi transformado em entidade pública e empresarial, passando ater a designação formal de Teatro Nacional D. Maria II, E.P.E.. O traçado do calçadão da Praça do Rocio em Lisboa, representando o encontro das águas do Rio Tejo com o Oceano Atlântico.
[…] O Calçadão de Copa Cabana tem cerca de 4,15 quilômetros e percorre as praias do Leme e de Copa Cabana, foi construído pelo Prefeito Pereira Passos em 1906. As ondas eram perpendiculares ao cumprimento da calçada. Somente com a reforma da década de 70 é que ganharam o sentido atual, paralelo à calçada, cujas, pedras foram importadas de Portugal. Foram usadas calcita branca e basalto negro, também de Portugal vieram um grupo de calceteiros (profissional utilizado até hoje para manutenção das calçadas com pedras portuguesas). Foram tantas pedras que vieram de Portugal que também deu para calçar toda Avenida Rio Branco. Logo depois da importação foram descobertas jazidas destas pedras por todo Brasil, mas ainda hoje chamada de pedras portuguesas.
Vale ressaltar que em Tocantins também há um calçadão similar ao de Copacabana.
Segundo o historiador Mário Ypiranga Monteiro, no seu livro ‘História do Monumento da Praça de São Sebastião’, diz:
Calçamento Ornamental
[…] O calçamento undoso da praça, em torno ao monumento, foi executado por contrato o cidadão Antônio Augusto Duarte, segundo publicação do Diário Oficial do estado, edição de domingo, 29 de outubro de 1899:
Termo de contrato que assina o cidadão Antônio Augusto Duarte.
Aos oito dias do mês de agosto de mil oitocentos e noventa e nove, nesta cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, na secretaria dos Negócios da Indústria, sito à praça da República, onde se acham presentes os srs. secretário da mesma dr. Anísio de Carvalho Palhano, diretor de Obras Públicas, dr. Luís Raimundo de Brito Passos, procurador fiscal do estado, dr. Joaquim Ribeiro Gonçalves, aí compareceu o cidadão Antônio Augusto Duarte que disse vinha assinar o presente contrato sob as seguintes condições.
O contratante obriga-se a executar os serviços de calçamento de pedra branca e preta no centro da praça de S. Sebastião e calçamento de paralelepípedos de granito em volta da mesma e na rua José Clemente e na 10 de julho entre avenida Eduardo Ribeiro e praça de S. Sebastião, conforme a planta aprovada pelo governo.
O contratante obriga-se a executar esses serviços pelos seguintes preços: Calçamento de pedra preta e branca compreendido o lastro de concreto a setenta e cinco mil reis o metro quadrado. Calçamento a paralelepípedos de granito fornecendo o governo os paralelepípedos seis mil reis o metro quadrado. Passeio de pedra de Lisboa inclusive bordadura. Cinquenta e três mil e quinhentos reis o metro quadrado. Aterro e escavação maior de 0.20 de altura quatro mil e quinhentos reis o metro cúbico.
O contratante obriga-se a respeitar a grade da rua e praça de acordo com o projeto organizado pela Comissão de Saneamento e aprovação pelo governo.
O calçamento a paralelepípedos de granito será assentado sobre uma camada de areia de 0.10 de espessura.
O centro da praça de São Sebastião será calçada a pedra preta e branca. As caixas de calçamento a pedra preta e branca serão perfeitamente regularizadas com uma camada de concreto de 0.10 de espessura.
O assentamento de pedra preta e branca será feito depois que as respectivas formas estiverem cheias de areia.
A pedra preta e branca será britada e aparelhada de forma a poder passar por um anel de 0.40 de diâmetro.
Antes de serem colocadas as formas para o assentamento de pedra preta e branca será espelhado sobre o concreto uma camada de areia de 0.05 de espessura.
O resto da praça de São Sebastião será calçado a paralelepípedos de granito.
O contratante fará uma caução de cinco contas de reis no Tesouro do estado para garantia da execução do seu contrato e reforçará com dez por cento da importância de cada medição.
O contratante obriga-se a iniciar os serviços dentro do prazo de trinta dias contadas da data da assinatura do contrato e terminar dentro do prazo de oito meses a contar do início do trabalho.
O contratante obriga-se a conservar o serviço durante seis meses contados da data da medição definitiva, ficando salvo ao governo recebê-lo definitivamente antes deste prazo.
O contratante não poderá receber a caução antes de terminado o prazo de seis meses de que trata a cláusula XII.
Parado o serviço por trinta dias considerar-se a rescindido o presente contrato perdendo o contratante as cauções depositadas no Tesouro do estado sem direito a reclamação alguma, salvo caso de força maior.
Tendo o prazo para terminação dos serviços (13) e não estando eles concluídos, considera-se rescindido o presente contrato revertendo para o Tesouro de estado as cauções, sem direito a reclamação por parte do contratante.
Por infração de qualquer uma das cláusulas, será o contratante multado em duzentos mil reis a quatrocentos mil reis e o dobro no caso de reincidência.
O contratante fica sujeito a todos os artigos do Regulamento das Obras Públicas. Guia Visto A.C.P. Visto Pinto França. O senhor Antônio Augusto Duarte, vai ao Tesouro do estado fazer uma caução na importância de cinco contos de reis para garantia da execução do seu contrato que nesta data assina, para calçamento a pedra preta e branca no centro da praça de São Sebastião e paralelepípedos de granito em volta da mesma e na rua José Clemente entre avenida Eduardo Ribeiro e praça de São Sebastião e rua 10 de julho entre a mesma praça e avenida Eduardo Ribeiro.
Secretaria dos Negócios da Indústria, Manaus, 05 de agosto de 1899. Oficial Luthgardes Aureliano Poggi de Figueiredo. Recebi a importância de 5.000$000. Tesouro, 5 de agosto de 1899. J.B.Grana. Nota não sendo conhecido o valor do presente contrato, averba-se selos e emolumentos para serem descontadas nos atestados mensais. Em firmeza do que lavrou-se o presente termo de contrato que vai assinado pelo dr. Secretário da Indústria Anísio de Carvalho Palhano, diretor de Obras Públicas dr. Luís Raimundo de Brito Passos, procurador fiscal do estado dr. Joaquim Ribeiro Gonçalves e, contratante com as testemunhas infras. Eu Bruno Batista, auxiliar o escrevi. Eu Luthgardes Aureliano Poggi Figueiredo, oficial mandei escrever e subscrevo. (Assinados Anísio de C. Palhano, Luís R. de Brito Passos, Joaquim Ribeiro Gonçalves, Antônio Augusto Duarte, como testemunhas, Antônio Araújo Lima e Elpídio J. Medeiros. Posteriormente o contrato sofreu aditamento, sendo os paralelepípedos de granito substituídos por blocos de asfalto, os mesmos que lá estão em péssimo estado. Esse aditamento ao contrato vem publicado no Diário Oficial do estado, edição de 6 de dezembro do mesmo ano (*).
MONTEIRO, Mário Ypiranga. História do Monumento da Praça de São Sebastião, 2ªedição: Manaus, 1990.
“A praça possui mais de 3.478,04 metros quadrados de ladrilhos com desenho que lembra o vai e vem das águas barrentas do Rio Solimões quando encontram o morno RioNegro para juntos fazerem nascer a imensidão da bacia amazônica. Entretanto, o mosaico criado com granitos portugueses continua a dividir historiadores”.
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
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