Ucuqui: fruto nativo da Amazônia com potencial alimentar e para a saúde, mas pouco conhecido

Embora pertença ao cotidiano das comunidades ribeirinhas e de povos indígenas da região, o ucuqui ainda é pouco conhecido no restante do país. 

Fruto Ucuqui. Foto: Reprodução/Instagram-@moisesbaniwa

O ucuqui é um fruto nativo da região amazônica que pertence à família Sapotaceae e se destaca por crescer espontaneamente às margens do rio no Alto Rio Negro. Embora pertença ao cotidiano das comunidades ribeirinhas e de povos indígenas da região, a fruta ainda é pouco conhecida no restante do país. 

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O fruto cresce no ucuquizeiro, uma árvore de porte alto e troncos retos, e apresenta formato semelhante ao de uma pera, com a casca amarelada e espessa que protege a polpa e as sementes.

No entanto, sua aparência externa lembra a de um abacate, embora a casca do ucuqui seja mais grossa e resistente, o que faz com que a fruta seja difícil de abrir, aumentando sua durabilidade natural. 

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Utilização do fruto 

A polpa branca, doce e de textura pastosa, tradicionalmente é consumida in natura ou na forma de mingau e bebidas.

Apesar de agradável ao paladar, o consumo exige moderação, já que a fruta é considerada ‘forte’ e adstringente, portanto recomenda-se comer no máximo duas ou três unidades, para evitar irritações na boca.

Fruto Amazônico chamado de Ucuqui
Foto: Reprodução/ Facebook-@Frutascolombianas

Além disso, o fruto também pode ser usado como vermífugo natural, quando ingerido nas primeiras horas da manhã, aproveitado como no artesanato, como colares, brincos e pulseiras. 

Preservação do fruto 

Fruto Amazônico conhecido como Ucuqui
Foto: Reprodução/Facebook-@frutascolombianas

Com o objetivo de preservar e estudar o ucuqui, a Embrapa Amazônia incluiu a espécie em sua coleção de fruteiras nativas. Os primeiros estudos realizados pela Embrapa avaliaram 15 frutos, possibilitando a caracterização detalhada da espécie. 

A polpa, parte comestível, correspondeu em média a 10% do peso total do fruto, variando entre 26g e 99g. 

No entanto, as sementes, geralmente em número de uma por fruto, são grandes, com peso médio de 65,5 g.

Apenas dois dos frutos avaliados apresentaram duas sementes, sendo mais comum a presença de apenas uma.

A análise desses dados apontou uma variabilidade genética na espécie, especialmente em relação à polpa, o que é um indicativo importante para programas de melhoramento genético, pois mostra que é possível selecionar plantas com maior rendimento de polpa, tornando a fruta mais atrativa para consumo e para a indústria de alimentos.

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