Histórias e receitas de tacacazeiras da Região Norte são documentadas em produção audiovisual

A ação faz parte da construção do dossiê de registro do Ofício de Tacacazeiras.

Produção do documentário. Foto: Divulgação/Iphan

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está avançando no processo de registro do Ofício de Tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil. Como parte das ações, o Instituto financia projeto de pesquisa e documentação sobre os saberes e fazeres associados ao tacacá nas capitais dos sete estados da Região Norte. Este trabalho, coordenado e produzido por uma equipe da Universidade Federal do Oeste do Pará, teve o investimento de R$ 388 mil, oriundo de emenda parlamentar.

Leia também: Iphan inicia pesquisa para registro do ofício de tacacazeira como Patrimônio Cultural do Brasil

O projeto iniciou em 2024 e tem produzido vídeos que integrarão o dossiê que irá será apresentado pelo Iphan ao Conselho Consultivo, órgão colegiado de decisão máxima do Instituto e que é responsável pelo registro da manifestação como Patrimônio Cultural. Serão oito vídeos, sete curta-metragens e um média-metragem, com histórias de vida e receitas de mais de 60 tacacazeiras e tacacazeiros das cidades de Belém, Boa Vista, Macapá, Manaus, Palmas, Porto Velho e Rio Branco. O projeto também inclui a produção de fotos e documentação acerca do ofício, como parte da construção do dossiê de registro.

O trabalho busca reunir conhecimentos sobre o bem cultural, que será a base da análise do Conselho Consultivo do Iphan, que decidirá pelo registro. Na fase final do projeto, uma petição online foi lançada pela equipe da Ufopa para coletar assinaturas em apoio ao registro, acessível pelo link: Petição Registro do Ofício de Tacacazeira. A iniciativa visa demonstrar o reconhecimento público do valor cultural do tacacá e do trabalho dos profissionais que o preparam.

Processo de registro

Em 2010, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), responsável pelo inventário das celebrações e saberes da cultura popular, no qual se destacaram as práticas e modos de fazer relacionados à mandioca no Pará, incluído no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) em 2006, entrou com o pedido de registro do Ofício de Tacacazeiras na região Norte no Livro dos Saberes.

Com o início do trabalho de pesquisa e construção do dossiê em 2024, em parceria com a Ufopa, foi dado mais um passo para o processo de reconhecimento como Patrimônio Cultural.

Raízes indígenas

O tacacá é uma combinação de tucupi (um caldo extraído da mandioca), goma de mandioca, camarões secos e temperos como o jambu. Com suas raízes na cultura indígena, é tradicionalmente servido quente, conhecido por seu sabor único e suas propriedades medicinais.

Ao longo dos anos, o tacacá tornou-se parte fundamental da identidade gastronômica do Pará e de outras regiões da Amazônia, servindo não apenas como alimento, mas também como símbolo de celebrações e festividades. No dia 13 de setembro, comemora-se o dia das tacacazeiras, que homenageia as profissionais responsáveis por sua produção.

*Com informações do Iphan

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