Para os entusiastas em bebidas, visitar o ‘Curupira Mãe do Mato’, em Manaus, é uma ótima pedida. Com atrações musicais locais, ambiente descontraído e bebidas com sabor amazônico, ele oferece uma experiência nova aos clientes.
O dono do estabelecimento, Cássio Oliveira, é quem produz as cachaças regionais, ele é formado em química e explicou a importância da flora amazônica na produção das suas bebidas. “Na faculdade, descobri que toda planta pode fermentar e virar álcool. O tempo passou e nunca esqueci do assunto, pesquisei muito, então me deu a ideia de usar os produtos da Amazônia para criar sabores únicos e inovadores de cachaças”, afirmou.
Com o objetivo de trazer à luz esses condimentos escondidos da Amazônia, Cássio começou a experimentar. O ponta pé inicial aconteceu com uma cachaça de pimenta e canela. “É um processo de tentativa e erro. Gosto de usar todas as possibilidades que nossa região têm, principalmente, quando se trata de sabores. E o nome ‘Cachassio’ é uma brincadeira, que agradou e acabou ficando”, comentou.
Na composição das cachaças, Cássio utiliza ervas, raízes, sementes, e até mesmo, madeira. Já os sabores são variados, entre eles estão o jambu, mangarataia, mastruz, açaí, guaraná, capim santo, catuaba, andiroba, preciosa, puxuri, castanheira, crajiru, cacau, pau tenente e anis estrelado. São 28 tipos de essências diferentes que fazem sucesso entre os clientes do bar.
Segundo Cássio, a influência familiar foi importante para a produção das cachaças. Ele lembra da infância, quando sua avó preparava remédios naturais. “Recordo de muito coisas que já provei, por exemplo, a minha avó adorava dar andiroba e copaíba, quando ficava doente. O gosto é ruim, mas na cachaça ficou saboroso, tanto que virou drink, o lambedor, para homenagear a minha avó”, explicou.
Possibilidades
O produção ainda é pequeno. Cada cachaça leva em média oito horas para ficar pronta. Além da cachaça, Cássio ainda produz cervejas e licores, todos com um gosto amazônico. “A Amazônia tem um potencial imenso, existem muitos sabores que ainda não foram descoberto. Espero aumentar o número das minhas bebidas, afinal, sempre é bom descobrir novas combinações”, falou.
Opinião de especialista
O paraense Zhamis Benício, é estudante de gastronomia e trabalha como barman no Bistrô Fitz Carraldo, em Manaus. Quando o assunto é drink, ele é especialista. Agora residindo na capital amazonense, o jovem teve oportunidade de provar as bebidas do ‘Curupira Mãe do Mato’. Dos 28 sabores de cachaça, Zhamis experimentou 10. “Confesso que achei o cardápio interessante, eles utilizam produtos típicos da floresta amazônica. O que mais me agradou foi a mixagem entre o sabor e aromas”, destacou. Segundo o barman, a única noção que os estrangeiros têm sobre a cachaça brasileira é através da caipirinha. “Cada país que conheci no exterior fabricam sua própria aguardente, nós no Brasil, por exemplo, temos a cachaça. Lá, eles utilizam materiais como talo de uva, milho, arroz, e até mesmo, a madeira da oliveira. O costume de saborizar a cachaça é brasileira, no exterior, eles conhecem só a caipirinha da forma tradicional”, explicou. Quando perguntado qual drink foi seu favorito, Zhamis, nem pensa duas vezes e responde: o paraense. “Esse para mim foi o mais perfeito, cachaça de Jambu e um toque de camomila, um dos melhores”, afirmou. E, Carlos, confirma essa escolha dos clientes. A procura pela cachaça de Jambu é tanta, que a bebida ganhou até uma garrafa especial para que ninguém saia do bar sem provar um dos principais ingredientes do Pará.
Serviço
Ficou com vontade de experimentar os sabores regionais em cachaças? O bar ‘Curupira Mãe do Mato’ funciona de quarta-feira a segunda-feira, das 17h às 2h. Está localizado na Avenida 7 de Setembro, 1710 – Centro.
O line-up do festival traz espetáculos de música e imagem como o Ciclope Studio, projeto de artes visuais da Bolívia e o feat entre Tambores do Pacoval e Mestra Bigica.