Agir, conscientemente, para construir felicidade, é um ato de resistência.
“Epidemia, risco de uma guerra com âmbito mundial, catástrofes naturais como a de Petrópolis. Como você pode falar em construir felicidade? Há, há, há”. A mensagem vem, logo pela manhã, de um amigo. Ele é uma pessoa bem-humorada, mas cético. Não chega a ser pessimista, mas o excesso de realismo o coloca quase nesta condição. Tem prazer em participar de debates, sempre como aliada, a racionalidade. Pode fazer uso da ironia, se necessário. Gerson é um conceituado advogado, destes difíceis de serem vencidos, em qualquer situação.
“É por tudo isto que precisamos construir conscientemente felicidade”, digo eu. “Se existe uma nuvem tão pesada se expandindo, precisamos criar uma força contrária, de luz, de bem, de felicidade”. Imagino que as minhas palavras soem para Gerson como absurdas, mas sigo nesta linha, numa conversa que se prolonga um pouco mais, cada um sabendo que não vai demover o outro. Buscamos argumentos para fortalecer as nossas posições.
No meu caso, ganho ainda mais convicção de que não podemos ficar em uma atitude passiva, aguardando os acontecimentos para sermos ou não felizes. Este é o objetivo final de todos nós e temos a responsabilidade de atuar nesta direção. Sabemos que, ao longo de uma vida, teremos situações difíceis, perdas que nos farão chorar. Fatos que não estão sob o nosso controle. Também cometeremos erros que nos trarão algum tipo de custo. Tudo isto nos faz humanos. Diante dos sofrimentos, porém, poderemos lidar de diferentes maneiras e isto fará toda a diferença. No longo prazo, nos farão ser mais felizes, ou o contrário.
Conscientemente, podemos fortalecer nossos pensamentos, sentimentos e ações. Na condição de gestores de nosso próprio destino, saberemos que somos agentes transformadores. Cada movimento nosso, em casa, no trabalho, nas redes ou entre amigos está contribuindo para a construção de um tipo de mundo, de sociedade, de empresa ou de lar. Será que, no dia a dia, lembramos disso?
Creio que seja em casa o nosso primeiro desafio, nossa primeira esfera de influência. O mundo que queremos não será estabelecido por decreto, nem por organizações internacionais. Teremos que construí-lo, a partir de nós mesmos, de nossos lares e de nosso trabalho. Não somos meros espectadores. Não podemos nos limitar a ligar a TV e nos deixar contaminar com tudo que está acontecendo.
Agir, conscientemente, para construir felicidade, é um ato de resistência. Nós precisamos disso. O mundo precisa.
Sobre o autor
JulioSampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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