Empresa Ser Vivo, felicidade e liderança

Caro leitor, sabemos que quando um empregado desenvolve um sentimento negativo pela própria empresa em que trabalha, ele está fazendo um mal inicialmente para si mesmo. 

Compreender que a felicidade no trabalho deve ser construída por nós mesmos, Seres Pessoas, pelo modelo mental que desenvolvemos e para onde direcionamos as nossas intenções e ações, não significa deixar de reconhecer a responsabilidade que os Seres Empresas possuem de criar as condições para que isto aconteça. Todos que a compõem, e que constituem as células deste organismo, são responsáveis por isto. Há, porém, um grupo especialmente importante que precisa puxar para si o ideal de fazer deste ser, uma empresa feliz. Logicamente, me refiro aos seus proprietários e líderes.

Relembro mais uma vez o pensamento que já era apontado por Aristóteles: tudo que objetivamos tem por finalidade a felicidade. Por que para uma empresa seria diferente? Na conquista de qualquer meta financeira, mercadológica, tecnológica, ou qualquer outra, está a promessa de que ela contribuirá para a felicidade, pelo menos, para alguém. Não seria correto, porém, aceitar que ela deveria beneficiar apenas uma parcela de pessoas, sejam os seus acionistas, pela lucratividade ou valorização da empresa, ou os seus líderes, por uma boa remuneração, prestígio e poder, fatores que por si só são insuficientes e temporários. É preciso que o ideal da felicidade seja objetivado para todo o ser empresa e ainda a todos ao seu redor, os que são influenciados por ela de alguma maneira (uma forma de explicar o conceito de stakeholders).

Reprodução: Internet

Caro leitor, sabemos que quando um empregado desenvolve um sentimento negativo pela própria empresa em que trabalha, ele está fazendo um mal inicialmente para si mesmo. Em algumas situações, ele pode ter motivos para isso e, na maioria das vezes, as causas desse sentimento não estão na empresa em si, mas no que é gerado pelos seus maiores líderes, sejam por ações ou omissões.

Um exemplo que me ocorre é quando os dirigentes fecham os olhos e permitem que as chefias intermediárias, para atingirem metas de curto prazo, sigam os seus próprios estilos (ou instintos), mesmo que contrariem os declarados valores da empresa. Quantas companhias estabelecem o tipo de liderança que desejam ter, comunicam isto devidamente, qualificam os seus líderes e fiscalizam a sua aplicação?

Há uma outra situação muito comum, também relacionada à liderança, à ausência de um sentido. Ela pode ser traduzida como uma falha na consciência de missão e propósito da própria empresa, não bastando declarações em quadros na parede. Viktor Frankl, no clássico Em Busca do Sentido afirma que “a busca de um sentido para a sua vida é uma motivação primária do indivíduo e não uma racionalização secundária”. É esta a base da logoterapia. O oposto disto seria a alienação, a ausência de consciência, a falta de comprometimento, a nulidade de sentimentos de fruição e de autorrealização.

Qualquer empresa deve se justificar pela sua finalidade (missão) e possuir um propósito (uma causa) capaz de inspirar e engajar seus líderes e colaboradores. Não será um ser empresa feliz se não for capaz disso. Não conseguirá fazer isso se não reconhecer que cada uma de suas células deve desenvolver os seus próprios propósitos pessoais e  profissionais. Que o seu maior potencial somente será utilizado quando estes ideais estiverem alinhados plenamente com os da empresa. Conquistar isso dá trabalho, não é tão fácil, mas vale a pena. O que está em questão não é pouca coisa. É o que todos os seres buscam, seres pessoas e seres empresas. Queremos ser felizes. Precisamos de empresas felizes.


Julio Sampaio (PCC, ICF)

Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching

Autor do Livro: Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/

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