Nesse artigo, vamos tratar sobre esse assunto para entendermos exatamente o que está acontecendo, para assim, tomarmos as decisões certas na busca pela recolocação.
Depois de um caos generalizado causado pela Covid-19, estamos voltando a gerar novas vagas em todos segmentos de mercado, inclusive, no Terceiro Setor (Ongs, instituições, federações, associações e similares), que normalmente é a última área que cresce. Entretanto, há um ponto crítico em relação a isso: o achatamento de salários, algo que faz muitos profissionais replanejarem as suas vidas financeiras com uma grande queda salarial, se comparado a 2015 para trás. A tendência é de novos empregos, mas com baixo consumo justamente por não haver poder aquisitivo como antes.
Esse cenário nos traz à luz dois pontos:
– Empresas oportunidades, que se aproveitam do momento: elas cresceram na pandemia, porém, mesmo assim, reduziram salários par poderem lucrar mais. Considerando o alto índice de desemprego, muitos profissionais se sujeitam.
– Empresas que estão quase indo à falência e não conseguem pagar valores como antes: elas perderam muitos pandemia. Muitas fizeram empréstimos impagáveis em médio prazo. Com esse sufoco financeiro, a dificuldade de pagar salários como antes, é um fato.
Nesse artigo, vamos tratar sobre esse assunto para entendermos exatamente o que está acontecendo, para assim, tomarmos as decisões certas na busca pela recolocação.
Por que isso está acontecendo?
Alguns levantamentos realizados na região norte mostram que, a cada 10 empresas, 08 estão achatando salários devido os muitos prejuízos que tiveram no período da pandemia, com suas estruturas fechadas e as baixas ou nenhuma venda. Para que essas empresas se mantivessem “vivas”, muitos gestores(as) e empresários(as) recorreram empréstimos, muitos deles a serem pagos nos próximos 10 anos. Já imaginou o caos financeiro que, pelo menos, 80% de nossas empresas estão vivendo nesse exato momento?
2022 está sendo e ainda será o ano que muitas delas tentarão a recuperação financeira através do aquecimento do consumo. É fato que temos visto muitas delas faturando muito bem, entretanto, boa parte desses recursos financeiros vão para pagar empréstimos, penhores e similares. Ou seja, significa que a liquidez financeira tende a ser baixa, limitando, assim, a possibilidade de pagar salários mais altos. Se fizermos uma projeção técnica, a tendência é que isso se mantenha até um período de médio prazo.
Como falar sobre a pretensão salarial na entrevista
Esse é um dos assuntos mais críticos para uma entrevista de trabalho. Em muitos momentos, podemos ficar em dúvida se vamos falar sobre uma pretensão muito baixa ou muito alta. A incerteza que fica em torno desse tema nos faz pensar que podemos ser desclassificados no processo seletivo. Mas o que dizer nesse período que as empresas estão pagando menos?
Em nível nacional, há uma tabela salarial divulgada por instituições públicas e privadas, detalhando os níveis Jr, Pleno e Sênior. Considerando isso, cada região tem uma particularidade. A Sul do país, por exemplo, concentra uma média de 20 a 30% menos do valor médio da tabela nacional. Em nossa região, a amazônica, temos uma média de 30 a 40% menos do valor da tabela nacional. Portanto, o ideal é que usemos esses percentuais quando formos questionados sobre a pretensão salarial.
Sendo uma descida brusca salarial, infelizmente é a realidade que vivemos nesse exato momento.
E qual setor empresarial teve mais queda salarial?
Nenhum. Todos tiveram a mesma queda proporcional, afinal, a diminuição de vendas ocorreu em todos os setores. A única característica que podemos destacar como diferente é que o setor de Serviços passou a contratar mais sem o registro CLT, entretanto, também com valores menores de ganhos.
Quando vamos sair dessa realidade?
A projeção média para isso começar a se resolver é nos próximos 5 anos. Isso porque é o tempo médio que as empresas vão voltar a ter fôlego financeiro para expandir sem que faça novos empréstimos ou financiamentos. Com isso, o poder de contratações vai aumentar e a possibilidade de pagar maiores salários também.
Com o desenvolvimento de novos projetos industriais com o uso de capital estrangeiro na região, veremos uma cadeia de alimentação de fornecedores, o que vai criar um cenário positivo em relação a novos salários.
Sobre o autor
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.
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