O levantamento apontado pelo “Boletim da Mineração de 2023”, lançado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) em agosto, aponta o Pará como o segundo Estado com maior produção de minérios do país. O Boletim, disponibilizado pela Fapespa, foi desenvolvido pela Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fundação e traz um panorama capaz de mensurar a importância da produção mineral paraense no cenário nacional na última década.
“Esse é um trabalho anual desenvolvido pela Fapespa. Fazemos uma análise em uma linha do tempo de como o setor mineral se comporta. É possível constatar que essa é uma cadeia produtiva muito relevante, tanto na geração da produção mineral quanto na geração de empregos. O Pará tem uma variedade de metais com alto valor agregado no mercado internacional, colocando o estado na locomotiva desse processo”
explica Márcio Ponte, diretor da Diepsac.
Diversidade Mineral
A diversidade dos minerais presentes no estado tem atraído investimentos e contribuído com a geração de empregos, com 325 mil postos de trabalho, de forma direta e indireta, em 2021, segundo o levantamento. Sua produção se estende a ferro, bauxita, cobre, caulim, manganês, níquel, ouro, calcário, entre outros.
Em escala nacional, o Pará tem se mantido acima de 20% na participação brasileira de produção. De acordo com a análise de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, o estado teve uma produção de 369,4 milhões de toneladas de minério, equivalente a 21,2% da participação na produção nacional. O destaque vai para o alumínio, que corresponde a 89,4% de tudo o que foi produzido no país. Já na produção estadual, o ferro bateu a marca de 192,3 milhões de toneladas em 2021. É o minério mais produzido no Pará, além de representar 33,8% da produção brasileira.
Impulso econômico
Tendo grande parte da produção destinada à exportação, no setor, o estado do Pará contribuiu, juntamente com outros dois estados, com 70% da comercialização externa de minérios do país. A partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Fapespa, a série histórica do PIB paraense (2002-2020) mostra que a atividade mineral da indústria extrativista gera impacto ano a ano. Enquanto a média nacional é de 0,3% na participação do setor, o Pará tem média de 11,5%. Os números reforçam a relevância da atividade para a formação de riqueza no estado. O Boletim da Mineração 2023 também mostra que, em valores, a produção de minério gerou R$ 145 bilhões, principalmente em decorrência do ferro, que sozinho gerou receita de R$119,9 bilhões.
“Se nós queremos trabalhar cada vez mais com a mineração no Pará, precisamos de dados científicos, de pesquisa. A Fapespa traz um Boletim com informações disponíveis a todo o público. Isso é importante para as empresas que querem trazer os seus investimentos para o estado e as Secretarias que trabalham diretamente com a mineração. Esse estudo vai servir como base para avançarmos nas nossas políticas públicas para o setor e chega em um momento oportuno, na Exposibram, com pessoas do restante do Brasil e do mundo”
disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Paulo Bengtson.
Na região a influência do setor se revela ainda mais forte nos municípios que estão sob a influência direta dos projetos mineradores, a exemplo de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá. Estas regiões contribuem para firmar o Pará como o segundo estado que mais produziu minério em 2021: 369,4 milhões de toneladas, atrás apenas de Minas Gerais, com 588,2 milhões de toneladas.
“A Fapespa tem a missão institucional de produzir estudos, produzir estudo, conhecimento, inovação. As nossas diretorias de estudo realizam uma série de pesquisas que retornam para a tomada de decisão do Estado. O Boletim da Mineração é apenas um desses. Nós ainda temos o Pará em Números, Notas Técnicas, Barômetro da Sustentabilidade, um conjunto de informação que orienta não só o gestor público, mas a população com os resultados que estamos alcançando ano a ano”
afirma o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
*Com informações da Agência Pará