O fato aconteceu em 1977, quando pessoas relataram ataques de luzes que vinham do céu e “chupavam” o sangue das vítimas.
No interior da Amazônia brasileira, em 1977, um acontecimento fora do comum mudou a história da pequena cidade de Colares, no Pará. Os moradores relataram ataques de luzes que vinham do céu e “chupavam” o sangue da vítima.
O fenômeno começou a aparecer em abril daquele ano e na época, alguns pescadores relataram a mesma história, que uma luz em forma de cone chegava até eles, emitindo um outro feixe de luz menor e os queimava. Segundo algumas denúncias, a faixa menor de luz era responsável por coletar amostras de sangue das vítimas.
Mas os ataques não pararam por aí, moradores da cidade relataram que os casos do ataque dessa luz aconteciam de madrugada, enquanto estavam dormindo, fazendo com que a luz os queimasse e deixasse marcas.
O mais curioso é que muitas pessoas de diferentes regiões da cidade, que não se conheciam e nunca haviam se visto, apresentaram-se para a médica da cidade com os mesmos sintomas. A doutora Wellaide, que era a responsável pela Unidade de Saúde de Colares, recebia pacientes reclamando de fraqueza, paralisia e pequenas queimaduras de radiação.
Um dos casos aconteceu com a lavradora Claudomira Rodrigues da Paixão, de 35 anos. Claudomira estava com os filhos na casa de uma prima, quando, aproximadamente uma hora depois das luzes se apagarem da cidade, ela sentiu uma luminosidade percorrer seu corpo, como uma espécie de lanterna, fixando-se no seio esquerdo na tentativa de sugar o sangue, mas sem sucesso. A luz então desceu para a mão direita, onde ela relata ter tido a sensação de ser picada por uma agulha. Claudomira relata que tentou gritar por socorro, mas teve seu corpo parcialmente paralisado e com um estranho torpor, seguido de dores na cabeça e na mão direita, amortecimento do lado esquerdo do corpo e grande calor localizado no seio.
O depoimento foi registrado no relatório produzido pela Aeronáutica que também registrou a fala de Claudomira, logo após ter sido atacada: ‘O bicho me chupou’.
Atendida pela doutora, o segundo caso examinado foi uma moça da Vila de Genipaúba, onde a luz acabou atingindo a vítima no pescoço.
As lesões tinham dois orifícios paralelos parecidos a picadas de agulha. Ao observar com mais cuidado, era possível notar uma vermelhidão na área atingida, indolor, que posteriormente os pelos começavam a cair e a pele descamar em pouquíssimo tempo.
A população estava apavorada com os casos que estavam se tornando cada vez mais frequentes. As pessoas criaram o hábito de se reunir em apenas uma casa para realizarem vigílias, acendendo fogueiras e batendo panelas, e andando sempre em grupo.
Outras pessoas resolveram fugir da pacata cidade para se proteger, inclusive o prefeito. Os ataques continuaram acontecendo nos anos de 1977 e 1978.
Diante do pânico instalado na cidade e com os casos acontecendo no Maranhão e em outras regiões do Pará, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada. Deu-se então início a uma das principais investigações das pesquisas ufológicas brasileiras, a ‘Operação Prato’.
Operação Prato
A operação teve início ainda em 1977 com o comando do capitão Uyrangê Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima, que, inclusive, nomeou a missão. Sua equipe foi composta por mais 20 militares e tinha o objetivo de investigar a região, que é litorânea. Os investigadores militares se equiparam com câmeras fotográficas e filmadoras para observar e registrar as estranhas aparições relatadas pelos moradores.
A investigação se estendeu durante quatro meses, com equipes no local fazendo o monitoramento. Nos relatórios da missão, diversos depoimentos de pessoas sendo atacadas pelo “chupa chupa” foram registrados e listados em diversas horas do dia, mas tinham mais frequência dos ataques pela noite e madrugada.
Os oficiais coletaram depoimentos de pescadores e tentaram reproduzir como a nave seria:
Em um trecho do relatório de missão, registrado pelos agentes Ernesto, Luciano e Gualter, é apontado que em 23 de outubro de 1977 alguns corpos luminosos não identificados passaram em altura média nos horários de 00h30 e 2h35. Mais cedo, outro corpo luminoso havia sido identificado pelo agentes às 20h15, no dia anterior.
No dia 1 de novembro de 1977, no mesmo relatório, uma passagem de dois objetos voadores não identificados foram vistos por uma equipe que havia pousado em um campo às 17h10. De acordo com o relatório, os objetos foram visualizados às 19h.
Além desses registros, os objetos luminosos foram vistos quase todos os dias pelas equipes que estavam responsáveis pelas vigílias e análises. O objeto tinha formato de uma bola de futebol americano e foi filmada e fotografada pelos militares.
O jornalista e ufólogo Ademar José Gevaerd, editor da Revista UFO, recebeu um telefonema do capitão Hollanda, querendo agendar uma entrevista, em agosto de 1997. Na mesma hora, ele e o coeditor da revista, Marco Antônio Petit, viajaram até Cabo Frio, na região dos Lagos fluminense, no Rio de Janeiro.
Em casa, o coronel reformado contou detalhes da operação. Voltou a relatar os seus muitos “avistamentos”, admitiu que teve medo de ser abduzido e revelou que a investigação foi amplamente documentada. Só de fotografias havia mais de 500. Isso sem falar das 16 horas de filmagens (nos formatos Super-8 e Super-16) e de um calhamaço de duas mil páginas de relatórios. “Aquele monstro azul, embora tivesse um brilho muito forte, podia ser olhado diretamente sem que ardessem as vistas”, declarou à revista na época.
Dois meses depois de conceder a bombástica entrevista, o coronel foi encontrado enforcado no quarto de casa com a corda do roupão. Especulações apontaram que ele teria sido assassinado por revelar informações sigilosas e colocar a segurança nacional em risco. Ou, ainda, há quem assegura que Hollanda não morreu: apenas mudou de identidade e deixou o país. Uma parte dos relatórios foram vazados e disponibilizados para acesso público.
A Força Aérea Brasileira informou que todos os documentos e materiais foram entregues ao acervo do Arquivo Nacional, para domínio público, entretanto, a equipe do Portal Amazônia não encontrou os arquivos no acervo durante o processo de pesquisa.