Direto da Bolívia: cientistas descobrem nova espécie de vitória-régia gigante em Londres

Tratada com a identidade errada, a espécie agora identificada como boliviana esteve durante 177 anos em um herbário em um distrito londrino.

Quem conhece ícones da Amazônia certamente consegue identificar uma das mais populares plantas da região: a vitória-régia. A planta aquática é gigante e agora uma nova espécie foi descrita. O “detalhe” é que ela foi tratada com a identidade errada durante 177 anos. A descoberta foi feita por equipe de cientistas do Royal Botanic Gardens em Kew, distrito de Londres (Inglaterra), onde a espécie está localizada.

O estudo publicado na revista Frontiers in Plant Science revelou que esta é a maior espécie de vitória-régia do mundo e seus primeiros espécimes, com folhas que podem crescer até três metros de largura, foram levados pela primeira vez para o Reino Unido, direto da Bolívia, em 1852. Inclusive seu nome foi dado em homenagem à rainha Vitória, na época. Assim, a espécie agora identificada como originária da Bolívia, esteve no herbário de Kew o tempo todo e era tratada com a identidade errada. 

Foto: Divulgação/Kew Royal Botanic Gardens

Os cientistas inicialmente acreditavam que havia apenas duas subespécies: a Victoria amazonica e a Victoria cruziana. Com essa descoberta, adiciona-se uma terceira: a Victoria boliviana, que ganhou esse nome em homenagem aos parceiros bolivianos da equipe de pesquisa. 

O líder de pesquisa nas Américas, o pesquisador senior do Royal Botanic Gardens, Alexandre Monro, declarou que com a taxa de perda de biodiversidade, a descrição de novas espécies é fundamental e que espera que esta pesquisa seja inspiradora para cientistas em todo o mundo.

Foto: Divulgação/Kew Royal Botanic Gardens

O líder da equipe de pesquisa, Carlos Magdalena, suspeitou durante anos da existência dessa terceira espécie, mas somente após receber uma coleção de sementes do Jardim Botânico Santa Cruz de La Sierra e Jardins La Rinconada, ambos bolivianos, em 2016, é que conseguiu confirmar, comparando com as demais espécies.


Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Arte rupestre amazônica: ciência que chega junto das pessoas e vira moda

Os estudos realizados em Monte Alegre, no Pará, pela arqueóloga Edithe Pereira, já originaram exposições, cartilhas, vídeos, sinalização municipal, aquarelas, história em quadrinhos e mais,

Leia também

Publicidade