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Quinta, 25 Abril 2024

Resgate de Tatá: onça da Amazônia se torna elo entre pai e filha

Muitas histórias quando contadas na infância marcam ao longo da vida. Isso faz parte da memória afetiva, construída através de elementos sensoriais e emocionais e pode ser despertada por meio de sons, cheiros e até fotografias.

Por exemplo, fotos de uma onça-pintada amazônica, resgatada e apelidada de nome Tatá, são o elo que marcou a relação entre pai e filha. Essa narrativa que mais parece com um roteiro de filme, é a história da família da social media Annie Carolline Castro, de 26 anos. 

Foto: Annie Chaves/Acervo Pessoal

A história começa em meados de 1993, logo após o casamento dos pais de Annie. O pai dela, João Carlos Pinto de Castro, na época terceiro-sargento do Exército foi transferido para o município de Tefé, distante cerca de 521 km de Manaus, no Amazonas.

Em uma ronda pela Floresta Amazônica, ele e outros colegas encontraram uma onça filhote mamando na mãe morta, possivelmente assassinada por caçadores. 

"A onça assassinada tinha outros filhotes, que também tinham morrido. ela foi a única que sobreviveu. Meu pai e os colegas resgataram ela, levaram pro quartel e meu pai cuidou dela enquanto ela crescia", relata Annie em uma publicação que viralizou nas redes sociais no início de dezembro e passou de 70 mil curtidas em pouco tempo.

Foto: Annie Chaves/Acervo Pessoal

Nostalgia

Em 1994 a mãe de Annie foi para Tefé e segundo relatos dela, João era super apegado à onça, que foi "batizada" como Tatá. "Não podia sentir o cheiro dele que enlouquecia querendo ir até onde ele 'tava'", conta. 

Foto: Annie Chaves/Acervo Pessoal

Em entrevista ao Portal Amazônia, Annie narra que depois de ter sido encontrada, Tatá foi levada para o quartel da 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé. Em 1995, os pais de Annie voltaram para Alegrete, no Rio Grande do Sul, cidade natal dos dois e onde, pouco tempo depois, Annie nasceu.

Apesar de ter ocorrido há quase 30 anos, essa é uma das histórias que envolvem o pai considerada das mais especiais para Annie, uma vez que ele faleceu em 2003. Apesar de nunca ter visitado o Amazonas, Annie contou ao Portal que tem o desejo de conhecer o Estado algum dia, devido à importância afetiva que tem na história de sua família.

Foto: Annie Chaves/Acervo Pessoal

Mas e a onça? 

O Portal Amazônia entrou em contato com as assessorias do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) e o Comando Militar da Amazônia (CMA) que não souberam informar o paradeiro da onça Tatá depois de 1995, com cerca de 2 anos de idade.

A última informação da onça que Annie encontrou foi dada pelo Sargento Borges, que serviu com João Carlos Castro na época. Segundo Borges, Tatá foi levada para o Exército em Tabatinga, no Amazonas, e lá permaneceu até falecer.

Vale lembrar que onça-pintada, também conhecida como onça-preta, considerada o terceiro maior felino do mundo e o maior do continente americano, vive em média de 12 a 15 anos. Em cativeiro, cerca de 20 anos. 



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