O popular estabelecimento ganhou fama primeiro pela variedade de produtos que vendia e segue até hoje testemunhando cada capítulo da história da capital amazonense.
A história está em todos os lugares, até mesmo em uma mesa de bar. Em Manaus (AM), por exemplo, o encontro da Avenida Castelo Branco com a Rua Ipixuna, no bairro da Cachoeirinha, é o endereço do Bar do Carvalho, que teve a sua fundação na década de 50 e acompanhou vários momentos da capital amazonense.
O bar resistiu a cada um. E, em 2022, o estabelecimento completa 107 anos e continua sendo um popular ponto de encontro na capital amazonense.
O bar possui o sobrenome do proprietário, José Carvalho, filho de um rico comerciante português. O local é referência no bairro da Cachoeirinha, na Zona Sul de Manaus.
Nas primeiras décadas do século XX funcionava como um comércio de estivas. As portas foram fechadas por alguns anos com a derrocada da era da borracha, e reabertas em 1955 por Carvalho; que o mantém aberto até hoje.
No início de seu funcionamento, o Bar do Carvalho vendia muito mais do que bebidas. O povo ficava confuso se era boteco ou armazém, já que o lugar oferecia agulhas, linhas, botões, zíperes, ferramentas, material de limpeza, bilhas, potes, areia, tijolos, cimento e diversas outras quinquilharias.
Antes e depois do Bar do Carvalho. Foto: Reprodução/Facebook-Bar do Carvalho
Segundo o Blog do Rocha, na década de 80, com a inflação chegando próximo a casa do 1.000%, correu um boato pela cidade que tinham furtado um bilhão de cruzados novos do Carvalho. Na época, muitos amigos correram até o boteco para saber o que de fato havia acontecido, foi quando o Carvalho informou que na realidade foi roubado somente uma ‘bilha grande’ (vaso) e não um bilhão.
Tombamento
No dia 30 de janeiro de 2016, o Bar do Carvalho recebeu a placa de Patrimônio Cultural e Imaterial do Amazonas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A iniciativa foi resultado do Projeto de Lei do deputado estadual Bosco Saraiva (PSDB) na época.