A capital amazonense foi uma das primeiras cidades do País a vivenciar o estilo da Belle Époque.
A Belle Époque foi um período que influenciou a arquitetura, a estética, a arte e o estilo de muitos lugares ao redor do mundo. Apesar de ter surgido na França no fim do século XIX, o Amazonas e Pará, na Amazônia brasileira, também vivenciaram esse período de efervescência cultural e artística.
A cidade de Manaus foi uma das primeiras cidades do país a vivenciar o estilo da Belle Époque. Tudo isso no período de maior desenvolvimento econômico, social e cultural proporcionado pela exploração e exploração do látex da borracha – fase que ficou conhecida como ciclo da borracha.
Nesse contexto e com o crescimento do poder aquisitivo, intensificou-se a venda de artigos de luxo relacionados ao vestuário: sombrinhas, leques, sapatos, chapéus e tecidos.
O Portal Amazônia mostra como era a relação dos moradores de Manaus com a moda e a importância das modistas.
Com a solidificação da Belle Époque na “Paris dos Trópicos”, muitos costumes indígenas rotulados como “selvagens” foram deixados de lado. É nesse período que algumas mulheres começaram a ganhar espaço e passaram a trabalhar como vendedoras de lojas ou desempenhando funções dentro de ateliers.
O historiador Rafael da Silva Curintima ressalta esse avanço em sua dissertação intitulada “‘Aceitam-se costuras de senhoras’: O trabalho de mulheres modistas nas primeiras décadas do século XX“.
“O novo século ocasionou uma reconfiguração para a situação feminina, abrindo espaço para atuação no mundo do trabalho para algumas mulheres e mudando os modos de trabalho de outras”,
relata o historiador em sua dissertação.
As modistas atendiam o público feminino e aprendiam as últimas tendências dos modelos lançados no exterior, habilidades com desenhos, modelagem, cortes e contavam com auxílio de costureiras.
“Elas são responsáveis primeiramente: atender a necessidade básica do vestir-se, recebendo encomendas de todas as classes da sociedade, além do mais, elas são bastante requisitadas principalmente por damas e mademoiselles da elite Manauense para recriar modelos da moda. É preciso entender a moda como pilar da modernidade, em primeiro por conta dos padrões de beleza da época cuja origem era advinda da Europa”, explica Rafael Curintima em sua dissertação.
Alguns exemplos são os mais conhecidos, pois é possível encontrar anúncios nos jornais da época como o Jornal do Commercio:
- Atelier de modas Etelvina Brito;
- Modista Madame Clara;
- Atelier Palmyra;
- Madame ScheanettI;
- Madame Adolphone Marx.