Belém é primeira capital do país a participar do Ciclo de Fóruns Regionais sobre inclusão da cultura oceânica em currículos escolares

O fórum é destinado à elaboração de políticas públicas educacionais, mediante o envolvimento de professores, gestores da área da educação e estudantes.

Foto: Divulgação

Com foco em promover o Currículo Azul na Região Norte, a Universidade Federal do Pará (UFPA) recebeu o Fórum da Cultura Oceânica, um espaço estratégico de diálogo sobre a integração da Cultura Oceânica nas políticas públicas educacionais. Este conceito, que conecta o oceano à cidadania, formações profissionais e sustentabilidade, é essencial para preparar nossa sociedade frente aos desafios climáticos e ambientais do presente e do futuro.

A programação representa o início de um processo nacional de discussão de como fortalecer e ampliar a inclusão da cultura oceânica nos currículos escolares do Brasil, nos níveis municipal, estadual e federal.

De acordo com o professor Ronaldo Christofoletti, presidente do Grupo Mundial de Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, a ideia é propor subsídios para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com base nas contribuições geradas nos encontros, que acontecerão em todas as regiões do país.

O fórum é destinado à elaboração de políticas públicas educacionais, mediante o envolvimento de professores, gestores da área da educação e estudantes, reunindo contribuições e opiniões sobre a forma como esse tema da realidade oceânica deve ser incluído nos currículos escolares.

Segundo Christofoletti, a implementação do Currículo Azul é uma meta estabelecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para todos os países membros iniciarem suas propostas até 2025. Até o momento, em torno de 20 municípios brasileiros e três estados já aderiram a essas políticas públicas (Paraíba, Ceará e Alagoas), sendo Barcarena, no Pará, o primeiro município no mundo a ter 100% de suas escolas públicas municipais na rede Escola Azul.

O fórum é promovido pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, coordenada pelo Programa Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O evento tem o apoio nacional da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), da Rede Clima, do Impo (Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas), da Fundação Grupo Boticário, do Pulitzer Center e do CNPq, e, em Belém, da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Especialização em Cultura Oceânica e Sustentabilidade

A Capes ofertará, via Universidade Aberta do Brasil (UAB), um curso de Especialização em Cultura Oceânica e Sustentabilidade. Serão abertas 1.050 vagas para professores graduados das redes públicas de educação básica atuantes em salas de aula nos ensinos fundamental e médio. A carga horária total será de 360 horas, distribuídas ao longo de três semestres, com início na segunda metade de 2025.

As ofertas dos cursos serão distribuídas em sete Instituições de Ensino Superior de quatro regiões do Brasil, com oferta de 150 vagas em cada um dos cinco polos. Entre as instituições participantes, constam as Universidades Federais do Pará (UFPA), de Alagoas (Ufal), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande (Furg), de Santa Catarina (UFSC) e de São Paulo (Unifesp), além da Estadual do Ceará (UECE). São parceiros, ainda, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

O curso está incluído em uma das quatro dimensões de ações previstas para o enfrentamento às mudanças climáticas pelo aperfeiçoamento do conhecimento das relações das pessoas com o oceano: a Educação. Atuar na educação de base é assegurar que, desde crianças, as pessoas estejam cientes de sua relação com o oceano. As outras se darão em múltiplos sistemas de conhecimento, comunicação e conexões culturais.

“É preciso olhar o oceano que temos, entender a ciência que precisamos para termos o oceano que queremos”, afirmou o presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti. “A Capes, ao propor um curso de formação de professores na cultura oceânica, entende seu papel nessa estrutura”, continuou Christofoletti, que também é coordenador do Programa Maré de Ciência, da Unifesp.

Na edição piloto, o objetivo principal será formar professoras(es) e aprofundar os conceitos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e à ciência oceânica na formação continuada deles. A consequência esperada é o aperfeiçoamento do trabalho em sala de aula e na comunidade escolar, com incorporação dos conteúdos às práticas pedagógicas.

*Com informações da UFPA

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