Sena Madureira, no Acre, é reconhecida como Capital Nacional da Castanha

Somente entre janeiro e novembro do ano passado, as exportações de castanha-do-Brasil somaram mais de US$ 9,6 milhões no Acre – o equivalente a R$ 55,4 milhões.

Foto: Marcos Vicentti/Secom AC

O município de Sena Madureira, no interior do Acre, foi reconhecido como a capital nacional da castanha por uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 29 de abril (Lei 15.129, de 2025).

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O texto publicado é fruto de um projeto apresentado pelo então deputado Gerlen Diniz, em 2023, e justifica o reconhecimento por conta da relevância da cidade no plantio da semente, que é um dos principais produtos de exportação do Acre.

Após a publicação da lei, Diniz, que é o atual prefeito do município, comemorou em uma rede social o reconhecimento de Sena Madureira como cidade símbolo desta produção. “É reconhecido no Brasil todo e internacionalmente também. Isso vai trazer muitos benefícios pro município”, resumiu.

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Na justificativa do projeto, o então parlamentar destacou dados de 2015 do relatório Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que colocava o município com produção de 2.645 toneladas.

Entretanto, segundo o PEVS de 2023, última edição divulgada, o município era o quarto do estado, com 1.580 toneladas.

“É de extrema importância para a divulgação do município de Sena Madureira no cenário nacional e internacional, a denominação de ‘Capital Nacional da Castanha do Brasil’, fato que impulsionará a economia local e auxiliará na manutenção do manejo extrativista da castanha”, ressaltou o projeto.

Mais de US$ 9 milhões em exportações

Somente entre janeiro e novembro do ano passado, as exportações de castanha-do-Brasil somaram mais de US$ 9,6 milhões no Acre – o equivalente a R$ 55,4 milhões, segundo a conversão do Banco Central do Brasil. Isto é o que aponta os dados apresentados pelo Sistema Oficial para Extração das Estatísticas do Comércio Exterior Brasileiro de Bens (Comex Stat).

Segundo os dados disponibilizados na plataforma, além do Acre, outros três estados da região Norte também exportaram o produto no ano passado, sendo estes: Amazonas, Pará e Rondônia.

Com relação ao estado acreano, o valor das exportações de castanha-do-Brasil totalizou a quantia de US$ 9.688.297 entre os 11 meses de 2024. O valor, descrito na plataforma em US$ FOB – abreviação para livre a bordo, em dólares – não leva em consideração os custos de seguro e frete envolvidos, que ficam a cargo do comprador.

Com relação aos quilogramas, soma-se mais de 4,5 mil toneladas de castanhas exportadas, com e sem cascas.

Produção de castanha

Sobre a produção da castanha, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Acre segue entre os maiores produtores, segundo a Pesquisa do Extrativismo Vegetal e da Silvicultura (PEVS).

Somente em 2023, ano do último balanço, o IBGE apontou que foram 9.473 toneladas produzidas no Acre, o que deixa o estado na segunda posição, atrás apenas do Amazonas, estado vizinho, que produziu 11.291 toneladas.

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Contudo, dentre as unidades da federação, o Acre foi o único onde a castanha-do-Brasil foi o principal produto produzido na extração vegetal.

O Brasil é um dos maiores produtores de castanha do mundo e produz diferentes tipos de acordo com a região do país. Do Norte, sai a castanha-do-Brasil. Já a castanha de caju é produzida no Nordeste e no Cerrado a produção é da castanha do baru.

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