Após um mês da Justiça Federal obrigar os auditores fiscais da Receita Federal do Amazonas a liberarem mercadorias retidas nos Portos e no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus, o Polo Industrial de Manaus (PIM) e o comércio amargam prejuízos na demora do despacho das cargas. A determinação foi publicada no dia 11 de novembro e atendeu solicitação do mandato de segurança coletivo feito pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). Desde o dia 18 de outubro, a categoria de todo o país aderiu à paralisação das atividades por serem contrários as mudanças do PL (projeto de lei) 5864/2016. Segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Amazonas (Sindifisco-AM), estão sendo priorizados a liberação de cargas consideradas sensíveis, como medicamentos e animais vivos e, os mandados de segurança.
Segundo o Sindifisco-AM, estão sendo priorizados a liberação de cargas consideradas sensíveis, como medicamentos e animais vivos e, os mandados de segurança. O auditor fiscal Frederico Augusto Castelo Branco conta que a categoria deve ser reunir esta semana para tratar sobre os próximos passos da greve. “Aguardando a decisão em relação ao projeto de lei e enquanto isso seguimos em greve sem previsão de término. Mas estamos priorizando o trabalho de liberação das mercadorias sensíveis e mandado de segurança. Nesta quarta-feira (14) deve haver uma assembleia na sede do sindicato para tratar melhor do futuro da paralisação”, destacou.
Decisão judicial descumprida
A determinação do juiz da 3ª Vara Federal Cível no Amazonas, Ricardo Sales, foi publicada no dia 11 de novembro e atendeu solicitação do mandato de segurança impetrado pelo Cieam. Na decisão, o juiz concedeu liminar a fim de garantir a continuidade dos serviços públicos prestados pela Receita Federal do Brasil, “devendo as autoridades alfandegárias impetradas procederam à liberação das mercadorias submetidas ao desembaraço aduaneiro em até 8 dias”.
A decisão informa ainda que se houver necessidade de instauração de procedimentos especiais de controle aduaneiro nos postos da Receita, eles devem ser iniciados em até 8 dias, contados do ingresso das mercadorias importadas. No processo, o Cieam afirma que a maioria das empresas associada à entidade são indústrias que dependem da importação de insumos para a produção no Estado do Amazonas e de exportação para vender sua produção.
E a greve dos auditores fiscais da Receita está trazendo enorme prejuízo às empresas, que, por conta da greve, não conseguem desembaraçar as mercadorias importadas. Ainda segundo o processo, o atraso na realização ou interrupção dos serviços prestados pelos auditores fiscais impactam os processos produtivos das associadas ao Cieam, paralisando as linhas de produção, gerando aumento do volume e dos custos de armazenagem de cargas nos recintos alfandegados.Segundo a entidade, a não liberação das cargas, por consequência, causa a queda da arrecadação de impostos, o aumento do número de desempregados, perda de competitividade no mercado, dentre outros.