Inpa realizou I Congresso de Meliponicultura da Amazônia

De acordo com a Assessoria de Comunicação Social do INPA, a produção de mel a partir da criação de abelhas-sem-ferrão é uma atividade econômica em crescimento no Amazonas.

O INPA realizou, de 21 a 23 de setembro passado, em parceria com Embrapa, Ufam, Ifam – Zona Leste e a Acam, o I Congresso Amazonense de Meliponicultura (ICAM). Durante o evento, realizado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foram proferidas palestras, oficinas, concursos, momento gastronômico e feira de produtos oriundos da criação de abelhas-sem-ferrão. O Congresso teve por objetivo, num só ambiente técnico e motivacional, reunir, produzir e divulgar informações científicas e técnicas para o desenvolvimento da produção sustentável e economicamente viável de produtos oriundos da criação de abelhas-sem-ferrão, como mel, pólen e própolis.

De acordo com a Assessoria de Comunicação Social do INPA, a produção de mel a partir da criação de abelhas-sem-ferrão é uma atividade econômica em crescimento no Amazonas. Ligados a associações, hoje já são mais de mil produtores no Estado, que aliam geração de renda à conservação da Amazônia, trabalhando cerca de 120 espécies de abelhas-sem-ferrão encontradas na região. Uruçu-boca-de-renda (conhecida como Jandaíra) e a Jupará são as duas espécies mais comumente criadas no Amazonas. Vale salientar que “no mundo já foram catalogadas cerca de 520 espécies, das quais 344 vivem no Brasil e quase 120 espécies no Amazonas”.

Segundo a programação, o ICAM contou com participação de meliponicultores (produtores de mel de abelha e derivados), tendo sido realizadas palestras, painéis, feira de produtos, oficinas, apresentação de resumos e momentos gastronômicos e culturais, concursos sobre mel de abelhas-sem-ferrão, fotografias e inventos para o manejo das abelhas. Paralelamente, foi promovida a I Feira de Produtos e Equipamentos da Meliponicultura, quando foi apresentada a caixa-padrão desenvolvida pelo Inpa para a criação de abelhas, mantida em exposição no Balcão Orientativo do Congresso; e o II Simpósio sobre Meliponicultura na Amazônia e o IV Encontro de Criadores de Abelhas do Amazonas.

Abelha-sem-ferrão. Foto: Maria Eugênia Ribeiro/Embrapa Amazônia Ocidental

De acordo com a Coordenadora-geral do Congresso, pesquisadora Gislene Carvalho-Zilse, líder do Grupo de Pesquisas em Abelhas (GPA-Inpa), meliponicultura é a criação de abelhas-sem-ferrão, sob manejo técnico, cujas colmeias ficam organizadas em meliponários. Essas abelhas são assim chamadas por não se defenderem usando o ferrão, que neste grupo é atrofiado, não funcional.

“A meliponicultura apresenta importância econômica, pois permite a produção de mel e pólen que são produtos de alto teor nutricional; de própolis, que tem propriedades antibióticas e bioativos terapêuticos, além das próprias colmeias que são usadas na polinização em geral. Todos com alto valor comercial”. A atividade é de alta relevância social ao motivar o associativismo, a troca de informações e de material genético entre meliponicultores. “Sua importância ambiental é primordial, uma vez que as abelhas são os principais polinizadores da flora nativa e cultivada”, afirmou Zilse.

O ICAM contou com a participação de 54 palestrantes, além de diversas atividades envolvendo palestras, painéis, feira de produtos, oficinas, apresentação de resumos e momentos gastronômicos e culturais, além dos concursos sobre mel de abelhas-sem-ferrão, fotografias e inventos para o manejo das abelhas. Foi ainda realizada a Oficina “Seleção de colônias como estratégia para aumento da produção”, sob supervisão da pesquisadora Gislene Carvalho-Zilse e da professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Jequié/BA, Ana Waldschmidt; e o Painel “Aspectos da diversidade genética de abelhas-sem-ferrão”, que contou com a participação da técnica da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Campus de Santo Antônio de Jesus/BA, Flaviane Souza.

O evento contou com o apoio da Sepror e Idam, Fapeam, FAS, GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional); ADS, Adaf, Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), Meliponário ZD, Ferragens Itamar e RedeMel.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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