Zeca Xibelão e Lindolfo Monteverde: os nomes por trás dos currais dos bois Caprichoso e Garantido

Entre os nomes que fazem a tradição do boi-bumbá permanecer viva, dois se destacam por terem sido eternizados nos currais das agremiações: Zeca Xibelão, do Caprichoso, e Lindolfo Monteverde, do Garantido.

Fotos: Reprodução

O Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, é uma das mais vibrantes expressões culturais do Brasil. Celebrando a disputa entre os bois-bumbás Caprichoso e Garantido, a festa é movida por emoção, tradição e personagens que se tornaram lendas na história da manifestação.

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Entre os nomes que fazem a tradição do boi-bumbá permanecer viva, dois se destacam por terem sido eternizados nos currais das agremiações: Zeca Xibelão, do Caprichoso, e Lindolfo Monteverde, do Garantido.

Quem foi Zeca Xibelão?

Zeca Xibelão
Zeca Xibelão como tuxaua. Foto: Reprodução/Facebook-Boi Caprichoso

Azul e branco de corpo e alma, José Thomaz Monteiro Neto, apelidado de Zeca Xibelão, foi o primeiro tuxaua do boi caprichoso. Com um bailado inconfundível e indumentárias luxuosas e ousadas feitas artesanalmente pelo brincante, Zeca marcou a história do bumbá. 

Em sua indumentária mais famosa havia desenhado a imagem da padroeira de Parintins, Nossa Senhora do Carmo. O apelido ‘Xibelão’, foi dado a ele pelo grande Bispo Dom Arcângelo Cérqua, já que seu rosto possuía um formato arredondado, parecido com a aparência de quem se alimenta de xibé.

Foto: Lucas Silva/Amazonastur

Mesmo católico, Xibelão adotou a identidade tribal na brincadeira, e foi graças a ele que a estética da arte indígena foi introduzida no Festival de Parintins. O elemento foi inicialmente muito criticado pelo boi contrário, mas aos poucos se adaptou e incorporou também em suas apresentações.

De acordo com informações do site oficial do bumbá, o curral do Caprichoso, local onde os ensaios e eventos são realizados, leva seu nome em uma homenagem sugerida pelo ex-presidente do boi, João Andrade, que reconhece a trajetória do primeiro tuxaua da história do boi negro, além do seu mérito como um brincante marcante na história do bumbá. 

Leia mais: Você sabe qual a origem do Festival Folclórico de Parintins?

Quem foi Lindolfo Monteverde?

Lindolfo Monteverde e o Boi Garantido. Foto: Reprodução/ Instagram Garantido

Lindolfo Monteverde era um homem simples do interior amazônico, pescador, plantador de juta e de roça, criou o Boi Garantido desafiando tradições, tornando-se renomado versador e cantador.

Fundando a agremiação a partir de uma promessa feita a São João Batista, Lindolfo prometeu que, se fosse curado de uma doença grave, criaria um boi para alegrar as festas juninas. Curado, cumpriu sua promessa com devoção, dando vida ao Boi Garantido, símbolo da fé de Lindolfo.

Foto: Lucas Silva/Amazonastur

De acordo com informações oficiais do boi de coração vermelho, Monteverde tornou-se um mestre versador e cantador reconhecido não apenas por sua habilidade musical, mas também pela forma como conduzia o boi com autenticidade e sensibilidade.

Faleceu em 27 de julho de 1979, e em sua homenagem, o curral oficial do boi leva seu nome. Além disso, desde 2012, o dia 2 de janeiro também é marcado como o ‘Dia da Tradição’, uma data especial dedicada a celebrar Lindolfo e tudo que ele representa para o Garantido.


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